O número de adolescentes apreendidos aumentou, no primeiro semestre deste ano, em Nova Friburgo. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a junho deste ano, 104 jovens (de 12 a 17 anos) foram detidos por atos infracionais na cidade — o que representa um aumento de 46,4% em relação ao mesmo período de 2015, quando 71 adolescentes foram levados para a 151ª DP.
Na última segunda-feira, 22, por exemplo, dois adolescentes foram apreendidos por suspeita de atuarem na venda de entorpecentes no Alto de Olaria. De acordo com a Polícia Militar, um jovem, de 17 anos, foi flagrado com nove sacolés de maconha e 34 sacolés de cocaína na Rua Cândido Pardal. Mais tarde, outro adolescente, de 14 anos, foi detido com 127 sacolés de cocaína na Rua Xingu. Eles foram levados para a delegacia onde foram autuados por tráfico de drogas.
Esse é o principal crime que causa a apreensão de adolescentes em Nova Friburgo, afirma a ex-diretora do Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad), Norma Perrone. Aposentada desde o ano passado, a psicóloga diz que é preciso que as instituições atuem de maneira conjunta e desenvolvam políticas públicas mais eficientes para resgatar esses jovens das mãos de criminosos.
“Os adolescentes apreendidos, geralmente, vêm de famílias desestruturadas e com poucos recursos financeiros. Eles vivem em comunidades onde faltam atividades culturais, esportivas e educacionais que proporcionem melhora na qualidade de vida. Assim, eles acabam atraídos para o crime, porque o tráfico paga bem e produz certo fascínio neles. Eles conseguem, por meio do crime, aquilo que a classe média tem. Também por conta da maior repressão policial no Grande Rio, muitos traficantes tem optado por tentar montar novas bases no interior trazendo adolescentes para a linha de frente da atividade ilícita”, disse Perrone.
A maioria dos adolescentes apreendidos em Nova Friburgo vem de localidades como o Alto do Floresta, Olaria, São Geraldo, Rui Sanglard e Cordoeira. Eles são levados para a delegacia e, em seguida, encaminhados para a um juiz Vara da Infância e da Juventude. Dependendo da gravidade do crime, levando em conta a reincidência, ele poderá cumprir medidas socioeducativas em liberdade, semiliberdade ou pode ser internado.
Deixe o seu comentário