Moedas Olímpicas somem do comércio friburguense

Unidades de R$ 1 comemorativas dos Jogos Rio 2016 viram febre entre colecionadores e amantes do esporte
quarta-feira, 17 de agosto de 2016
por Flávia Namen
Rogério Albertini, o mais popular colecionador da cidade, conseguiu completar três coleções das moedinhas mas reconhece que elas sumiram de circulação (Foto: Henrique Pinheiro)
Rogério Albertini, o mais popular colecionador da cidade, conseguiu completar três coleções das moedinhas mas reconhece que elas sumiram de circulação (Foto: Henrique Pinheiro)

Não são apenas os ingressos para as competições dos Jogos Olímpicos Rio 2016 que se tornaram raridade. Alguns itens que trazem o símbolo do maior evento esportivo mundial também estão sendo muito disputados por colecionadores e amantes do esporte. É o caso das moedas de R$ 1 comemorativas das Olimpíadas, que praticamente sumiram de circulação e não têm sido mais encontradas no mercado. 

Cunhadas com desenhos de modalidades esportivas e dos mascotes dos Jogos, as moedas são procuradas por torcedores de todas as idades que querem guardar uma recordação do evento.

Em Nova Friburgo, a exemplo das capitais e outros municípios do país, a busca pelas moedas olímpicas virou febre entre moradores de vários pontos da cidade. Prova disso é que estão difíceis de ser encontradas nos caixas de supermercados, lojas, bancas de jornais e feiras livres. “Antes mesmo das Olimpíadas, as moedinhas já estavam meio sumidas e com pouca circulação. Achar uma tem sido uma missão quase que impossível. Vários clientes que estão colecionando me pedem para guardar alguma. Tenho ficado atento mas realmente está difícil”, disse o jornaleiro Francisco Amêndola, o conhecido Chiquinho. 

A comerciante Janine Queiroz também notou que as cobiçadas moedinhas não estão circulando como troco. “Aqui na loja, quase não apareceu moeda das Olimpíadas. Até já recebi algumas da natação e da vela, mas foi muito pouco. Desde que os jogos começaram, as moedas sumiram. Alguns clientes até têm me pedido para separar as moedas que aparecerem aqui na loja, mas está difícil”, afirma ela, que é proprietária de uma papelaria no centro da cidade.

Para os colecionadores, uma recordação do evento no país

Outro que observou o “sumiço” das moedas comemorativas das Olimpíadas foi o carteiro Rogério Albertini, o mais popular colecionador da cidade. Apesar de ter conseguido completar três coleções das moedas, ele reconhece que elas desapareceram do mercado.

“Além dos colecionadores, muita gente está segurando essas moedas para vender depois por um preço mais alto. Quando foram lançadas, imaginei que essas moedas nem circulariam em Friburgo por terem uma tiragem limitada”, afirma ele.

Segundo Rogério, os colecionadores friburguenses têm se reunindo todo domingo na Praça do Viagra para troca das moedas. “Muita gente está colecionando para ter uma recordação das Olimpíadas no Brasil. Tem muitos adultos e idosos que estão colecionando para deixar de lembrança para os filhos e netos”, observa ele, um apaixonado por tudo que é ligado aos esportes. 

Vale destacar que as moedas comemorativas das Olimpíadas começaram a ser lançadas em 2014 pelo Banco Central e totalizam 16 modelos. As do primeiro lote trazem imagens de atletismo, natação, paratriatlo e golfe. As do segundo lote retratam basquete, rúgbi, vela e paracanoagem. Futebol, vôlei, atletismo paralímpico e canoagem integram o terceiro lote. Já os populares mascotes do evento integram o quarto lote. 

“Essas moedas estão entre as mais difíceis porque foram lançadas em fevereiro deste ano e circularam pouco”, ressalta Rogério.

Rara de se encontrar, moeda da bandeira olímpica é a mais cobiçada

A coleção é completada pela moeda cunhada com a bandeira dos Jogos, que não faz parte da série comemorativa. Isso porque foi lançada em 2012 e em menor escala: pouco mais de dois milhões, segundo o Banco Central. Ela representa a passagem da bandeira olímpica de Londres — local dos jogos daquele ano — para o Rio de Janeiro. 

“Essa moeda foi a primeira de todas e é a mais cobiçada entre os colecionadores. Por ser rara, está sendo até comercializada por valores exorbitantes que chegam a R$ 60. Infelizmente tem pessoas que aproveitam o passatempo de uns para obter lucros”, observa Albertini. 

A comercialização das moedas comemorativas também é constatada pelo jornaleiro Chiquinho. “As moedas sumiram e ficaram mais valorizadas. Muita gente está aproveitando para ganhar um dinheiro extra. Conheço um rapaz que vendeu a coleção completa no álbum por R$ 150. Soube que  tem moeda valendo mais de R$ 100, dependendo do estado de conservação. Independentemente do valor, acho que vale a pena colecionar para guardar de recordação. Eu já consegui completar o álbum que fiz para o meu filho”, afirma ele. 

Segundo o Banco Central, há um total de 320 milhões de moedas bimetálicas comemorativas circulando neste período dos Jogos. Em função disso, de acordo com as estatísticas, a possibilidade de encontrar uma moeda olímpica é inferior a 12%. A reduzida chance não leva em conta as moedinhas guardadas por colecionadores e turistas e as depositadas nos cofrinhos, carteiras e bolsos das pessoas.

Foto da galeria
Produzidas pelo Banco Central, as moedas comemorativas trazem imagens dos principais esportes olímpicos e paralímpicos, e também dos mascotes dos Jogos. A série completa ganha ainda mais destaque neste álbum especial (Foto: Henrique Pinheiro)
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS: Jogos Olímpicos
Publicidade