Minimercados em alta

quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Pressão dos alimentos

Os preços dos alimentos continuaram a pressionar a inflação. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, voltou a subir ao passar de 0,35% para 0,52% entre junho e julho, uma alta de 0,17 ponto percentual no período. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e indicam que, com a alta de julho, a taxa acumulada nos últimos 12 meses (a inflação anualizada) ficou em 8,74%, abaixo, no entanto, dos 8,84% relativos aos 12 meses imediatamente anteriores: 0,1 ponto percentual.

Vendas caem

As vendas do comércio varejista caíram 1,2% em julho sobre junho e 7,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, no pior desempenho para um mês de julho desde o ano 2000, quando teve início a pesquisa em torno do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio. Dos seis segmentos pesquisados, a queda mais significativa na comparação anual foi constatada em veículos, motos e peças (-12,6%), seguida por tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-12,3%) e móveis, eletroeletrônicos e informática (-11,9%). No setor de material de construção, houve recuo de 9,4%, e em supermercados, hipermercados, alimentos e bebidas, ocorreu retração de 7,9%. A única elevação, de 2,9%, foi no setor de combustíveis e lubrificantes. No setor de supermercados, alimentos e bebidas, o movimento foi 0,5% menor; móveis, eletroeletrônicos e informática teve queda de 0,1%; veículos, motos e peças (-0,3%) e tecidos, vestuário, calçados e acessórios (-1,3%).

Minimercados em alta

Estudo sobre as lojas de vizinhança, com até quatro caixas, apresentadopela consultoria GfK mostra que, pela primeira vez desde 2011, os minimercados conseguem vender a preços inferiores aos praticados em supermercados e hipermercados. A pesquisa comparou preços de uma cesta com 35 itens no primeiro trimestre a partir de 2011. De janeiro a março, a cesta ficou em R$ 232,49 nas lojas de vizinhança. Nos hipermercados e supermercados, a cesta ficou mais cara, em R$ 233,81. A inflação nos minimercados foi de 11%, no acumulado dos 12 meses até março de 2016, e nos supermercados e hipermercados a inflação foi de 15% nesse mesmo período, segundo levantamento da GfK.

Redução de vagas no varejo

A crise na economia provocou um ajuste mais acentuado no emprego do que no número de lojas entre as maiores varejistas. Isso indica, segundo consultores, que as empresas estão aproveitando o momento para buscar um aumento de produtividade do trabalhador. A intenção das companhias é estar mais enxutas quando o mercado de consumo voltar a crescer. Das 300 maiores empresas do setor, 88 reduziram o número de funcionários no ano passado em relação a 2014 e um grupo menor, formado por 31 varejistas, diminuiu o total de lojas, aponta o ranking da Sociedade Brasileira de Varejo de Consumo (SBVC).

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Apesar do enxugamento nesses dois grupos, a SBVC constatou que, juntas, as 245 companhias, que informaram dados de pessoal e lojas nos rankings de 2014 e 2015, aumentaram, em média, 5,85% o número de pontos de venda e tiveram um acréscimo, menor, de 1,35%, em média, no total de empregados.

Produção sobe

A indústria registrou alta na produção em nove dos 14 locais pesquisados na passagem de maio para junho, segundo a Pesquisa Industrial Mensal - Produção Física Regional, divulgados pelo IBGE. Os avanços mais intensos na margem ocorreram no Rio de Janeiro (5,7%), Santa Catarina (5,4%), Pará (4,9%), Rio Grande do Sul (4,6%) e Paraná (3,5%). Ceará (2,0%), Goiás (1,4%) e Pernambuco (1,2%) completaram o conjunto de locais com índices positivos de maio para junho. No total nacional, a produção industrial avançou 1,1% em junho sobre maio. Na média, a produção industrial recuou 6,0% em junho ante igual mês de 2015, como revelou o IBGE semana passada.

Dívidas dos estados

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, informou que aprovação do Projeto de Lei Complementar 257/16, que trata da renegociação das dívidas dos estados e do Distrito Federal com a União, “é o primeiro passo concreto do ajuste estrutural das despesas públicas brasileiras em décadas”. A nota destaca, ainda, que o próximo projeto de ajuste a entrar em pauta na Câmara dos Deputados é o que define teto para as despesas federais. Segundo o ministro, “os governadores têm todos os instrumentos legais para garantir o teto das despesas dos estados, condição necessária para o enquadramento de cada estado nos termos da renegociação." 

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