Profissão VJ: o fazedor de sonhos

Conheça o trabalho de Chico Abreu e do VJ Suave, que integram a programação do Festival Sesc de Inverno
terça-feira, 09 de agosto de 2016
por Ana Blue
Chico Abreu (Foto: Divulgação)
Chico Abreu (Foto: Divulgação)

Terça ou quarta-feira, dia qualquer, comum. Nada de extraordinário à vista. Pelo contrário. Noite caindo por todos os lados e as pessoas voltando para casa, cansadas, com suas sacolas de mercado, joelhos quase fracos de tantas jornadas duplas, triplas quádruplas. Pontos de ônibus lotados, calçadas brotando gentes de cabeças baixas, voltadas para o celular ou para o chão. 

De repente, uma criança olha para cima. E outra, e depois mais outra. Apontam os dedos: olha lá, papai, olha lá, mamãe. Até que os adultos olham também. Há um pássaro colorido enorme voando sobre o concreto cinza dos prédios. 

O bicho não era um papagaio, não era um tucano, não era uma arara. O bicho, meu Deus, era uma projeção. Uma cena linda de se ver — e que está bem perto de acontecer em Nova Friburgo. Mas, antes disso, convém informar pormenores. 

Um aparelho projetor, como o nome sugere, processa um sinal de vídeo e projeta a imagem em uma tela de projeção usando um sistema de lentes, com uma luz muito forte e brilhante — tal qual o cinema clássico. É o sistema usado, por exemplo, nos cineclubes — vale lembrar que aparelhos baratos e com menos recursos tecnológicos também são usados em exibições caseiras, conferências, aulas.... 

Mas há quem vá além da projeção fixa, ou em superfícies retas e sólidas, para projetar em espaços irregulares (ou em movimento), e também aproveite a técnica para ir além dos filmes, projetando ilustrações e desenho — uma técnica conhecida como vídeo mapping. Criação em tempo real. É o caso de Chico Abreu e VJ Suave, que farão intervenções artísticas com projeção de imagens no Festival Sesc de Inverno que começa nesta sexta-feira, 12, em Nova Friburgo.

Chico Abreu: o video mapping e a cidade

Por sua mãe ser de Lumiar, o carioca Chico Abreu morou por cinco anos em Friburgo. Começou sua carreira há dez anos, junto com a faculdade de cinema, e já foi premiado nacional e internacionalmente, tendo seus trabalhos presentes principalmente no leste europeu. O artista comenta que o trabalho do VJ e o do DJ são integrados; um se dedica ao som, e o outro, à imagem. Chico atua nas duas linhas. “Todo VJ é apaixonado por música... todos que conheço”, afirma, informando ainda que costuma trabalhar em vários festivais de música. 

Para a intervenção em Friburgo, o VJ está preparando ilustrações que irão colorir o teto do Sesc. “Minha ideia é levar algo mais cenográfico, mais convidativo, baseado na identidade visual e tema do festival, para chamar atenção para o local mesmo”, diz. Ele estará no Sesc Nova Friburgo no próximo dia 20.  

VJ Suave: a projeção que dá asas

Já o VJ Suave é um duo de new media art, formado em São Paulo pelos artistas Ygor Marotta e Ceci Soloaga, que trabalham juntos desde 2009. Com quatro curtas metragem criadas até agora — Trip (2013), La cena (2012), Homeless (2011) e Run (2011) —, a dupla viaja o mundo fazendo suas projeções em movimento, com o auxílio de um triciclo, e outras instalações artísticas. 

A criação é feita a partir de desenhos, transformados em animação digital. Depois, usando técnicas de projeção, os personagens voam e correm pela paisagem urbana, misturando história animada com a vida real. 
Seja um pássaro enorme voando pelos prédios ou desenhos coloridos pelo chão, Friburgo receberá o VJ Suave também no Festival Sesc de Inverno, no dia 20; luzes fortes e brilhantes iluminarão a cidade nestes dias. 

Foto da galeria
VJ Suave (Foto: Divulgação)
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
TAGS:
Publicidade