Assassino de professor condenado a 24 anos

sábado, 14 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra
Assassino de professor condenado a 24 anos
Assassino de professor condenado a 24 anos

O clima percebido em todo o júri na última quarta-feira, 11, tanto pela defesa como pela acusação, já anunciava que o resultado não seria favorável para Alessander Torres Nicolau. O que ele talvez não esperasse é que os jurados o condenassem culpado por unanimidade e que a pena fosse fixada em 24 anos e quatro meses de reclusão, tão próximo da pena máxima concedida no país, que é de 30 anos. O acusado de ter dado fuga ao assassino, Alexandre Cardinot, teve o processo desmembrado e terá audiência marcada posteriormente.

Poucas pessoas, ao contrário do que se previa, compareceram ao Fórum Rivaldo Pereira Santos para acompanhar o julgamento. Parentes do professor assistiram atentamente aos depoimentos e saíram certos de que a Justiça cumpriu seu papel. Outra certeza que ficou registrada ao longo do julgamento foi de que a polícia agiu rapidamente na resolução do caso.

O crime aconteceu no dia 13 de abril de 2004 e, menos de um mês depois, Alessander e Alexandre já estavam presos. O caso chocou a sociedade friburguense. A morte do professor do curso CCAA e do Colégio Nossa Senhora das Mercês causou grande comoção social na época. Uma manifestação contra a violência foi realizada uma semana depois do assassinato, com faixas e cartazes sendo exibidos durante o ato pacífico que também lembrou outros casos ocorridos anteriormente.

O CRIME

No dia 13 de abril de 2004, o professor de inglês João Batista Cerqueira do Vale deu aula normalmente pela manhã e à tarde desapareceu. Ele seguiu para o sítio onde Alessander, com quem mantinha uma relação homossexual, estava. Lá ele foi rendido pelo assassino, que usou um revólver e depois o amarrou com o arame de um caderno que estava dentro do Corsa, KRB-4418, de propriedade da vítima. João Batista foi queimado vivo dentro do seu próprio carro, abandonado na Granja Spinelli.

Depois de colocar o professor no banco de trás do carro o assassino dirigiu o veículo até a Granja Spinelli, onde despejou gasolina no interior e na parte externa do Corsa e ateou fogo no veículo usando um galão de dez litros. Alessander fugiu no Monza do amigo Alexandre Cardinot, que disse em seu depoimento não saber que dentro do carro queimado estava o professor.

O carro foi encontrado horas depois ainda em chamas. Os bombeiros foram acionados e conseguiram apagar o fogo, mas o corpo estava totalmente carbonizado. Uma testemunha contou à polícia que tentou se aproximar do carro para tentar salvar o professor, mas as chamas o impediram. A identidade foi confirmada por causa da camisa da vítima, livros de inglês e, posteriormente, pelo exame da arcada dentária.

A PRISÃO

A última ligação encontrada no celular da vítima foi o ponto de partida para que Alessander fosse encontrado e preso. Ele estava em casa, num sítio no Cardinot, quando os policiais ligaram para ele e marcaram um encontro. Sem desconfiar de nada, ele recebeu os policiais, que apreenderam em sua casa diversas armas de fogo.

Além do revólver que ele teria usado para intimidar e render a vítima, foram apreendidos na casa quatro revólveres de calibres 32, 38 e 44, uma pistola calibre 9mm, duas espingardas 38 e 44 e um fuzil 7.62. Indagado sobre a morte do professor, ele acabou confessando e foi levado para a delegacia junto com Alexandre Cardinot.

Em seu depoimento na 151ª DP Alessander contou detalhes do crime e disse que o matou por não aguentar mais o assédio da vítima, com quem teve um envolvimento amoroso. Na casa do assassino, além das armas de fogo, foram achadas fitas cassetes da cantora Olivia Newton John e um rádio de carro que pertenciam ao professor.

O ASSASSINO

Alessander Torres Nicolau chamou a atenção da polícia por causa de sua forma fria e a riqueza de detalhes de como matou o professor. Com o comportamento de um psicopata, Alessander ficou preso até organizar uma fuga do setor carcerário da 151ª DP.

Treze presos fugiram da carceragem da Vila Amélia. A maior parte deles foi recapturada, mas Alessander conseguiu fugir. Durante todo o tempo em que esteve foragido ele cometeu vários crimes, como ameaças e tentativa de homicídio. Para fugir da polícia ele adotou o nome de Antônio Carlos Amâncio da Silva.

Como Alessander, o assassino respondeu, além da morte do professor, pelos crimes de roubo, porte ilegal de arma e extorsão. Como Antônio Carlos ele é acusado de matar uma pessoa em Cachoeiras de Macacu e de praticar crimes de extorsão e roubo, quando foi preso no Rio de Janeiro, sendo descoberta sua identidade verdadeira.

A CONDENAÇÃO

Durante o júri, iniciado na manhã de quarta e encerrado por volta das 17h, o Ministério Público pediu que o réu fosse julgado pelos crimes de homicídio qualificado (com uso de emboscada e sem possibilidade de defesa da vítima), dano ao patrimônio de terceiros (no caso, o carro queimado com gasolina) e roubo, já que as fitas e o rádio-cassete foram retirados de dentro do carro.

O pedido do MP foi rebatido pela Defensoria Pública, que insistiu em afirmar que houve equívoco na denúncia e que o único caso que poderia de fato ser julgado seria o homicídio. “Se entendermos que houve roubo e morte deveremos tratar o crime como latrocínio, o que não é o caso”, disse o defensor. No fim, foram confirmados os 24 anos e quatro meses de reclusão em regime inicial fechado, sendo negado o direito de recorrer em liberdade. A defesa apresentou o recurso de apelação, manifestando o desejo de recorrer da sentença.

Assaltos registrados na 151ª DP

Na noite de terça-feira, 10, por volta das 22h15, na Avenida Governador Roberto Silveira, em frente à Localiza, o vendedor Ruan Bastos Silva, 21 anos, foi roubado por dois homens em uma motocicleta. Ele foi abordado pelos bandidos, que ficaram com as mãos durante todo o tempo embaixo da camisa. De acordo com o registro de ocorrência, os bandidos levaram o relógio, celular, anel e o cordão de prata que a vítima usava na ocasião.

A comerciante Elaine da Conceição Sardinha, 27 anos, teve R$ 100 roubados da loja de bijuterias Morena Flores, na Rua Joaquim Pereira Bispo, em Conselheiro Paulino. A comerciante disse que por volta das 14h30 de quarta, 11, um homem atravessou a rua e pediu uma informação, anunciando o assalto logo em seguida, depois de mostrar uma arma de fogo que levava na cintura. Em seguida o bandido fugiu em direção ao Loteamento Floresta.

Idosa atropelada em Conselheiro Paulino

Este foi o segundo acidente com vítima acima dos 70 anos esta semana

Mais um idoso foi atropelado esta semana em Nova Friburgo. Há meses os registros deste tipo de acidente mostram a necessidade de informação para as pessoas de mais idade, além de uma campanha de conscientização das famílias quanto ao risco de deixar idosos saírem sozinhos para bancos, médicos ou qualquer outra atividade que os obrigue a atravessar ruas e avenidas.

No meio da semana um idoso de 76 anos morreu atropelado entre as avenidas Euterpe Friburguense e Hans Gaiser. Ele foi atingido por um táxi e morreu antes de chegar ao Hospital Raul Sertã. No dia seguinte, Maura da Silva Alves, 78 anos, moradora do Parque Maria Tereza, foi atingida por um ônibus da Faol quando atravessava a pista da Rua Albertino Quadro Gama, em Conselheiro Paulino, para entrar no coletivo.

O motorista Israel Moreira Tavares disse que não teve como evitar o acidente. Os bombeiros foram acionados e levaram a vítima para o Hospital Raul Sertã, onde foram constatados ferimentos leves. Mas nem sempre o fim é este. A exemplo do que aconteceu com o senhor Ledy Figueira de Faria, falecido no acidente citado anteriormente, outros aposentados também perderam a vida em atropelamentos.

Um dos pontos mais críticos da cidade continua sendo a Avenida Galdino do Valle Filho, em frente ao Clube de Xadrez, onde funciona o Centro de Convivência da Feliz Idade. Se Nova Friburgo registra atropelamentos todas as semanas e, às vezes, mais de um, como ocorreu nos últimos dias, parte deste índice se deve às travessias fora das faixas de pedestres existentes entre a ponte do Suspiro e a avenida.

Motociclista perde o controle da moto e bate em vários carros

O motoboy Reinaldo Salheiros de Mesquita, 35 anos, perdeu a direção de sua motocicleta, registrada em nome de José Carlos Sanches, e bateu em três carros parados em frente à antiga Majórica, na Praça Getúlio Vargas. O acidente aconteceu por volta das 12h de quinta-feira, 12, e a vítima foi levada para o Hospital Raul Sertã pelos bombeiros, com ferimentos leves.

Segundo pessoas que passaram pelo local na hora do acidente, o sinal estava fechado quando o motoboy atingiu o primeiro carro, o Renault Logan da fonoaudióloga Elizabeth de Fátima Souza, 53 anos. Descontrolado, ele bateu ainda num Corsa e num Gol, ambos do vendedor de carros Jaime Pereira.

Estudante assaltado em ponto de ônibus

Um estudante de 17 anos teve o celular e um cordão de prata roubados na noite de quarta-feira, 11, quando aguardava um ônibus no ponto que fica em frente à Fábrica de Rendas, na Avenida Conselheiro Julius Arp.

O registro foi feito pela mãe do estudante. Segundo ela, o filho contou que três homens, um deles armado, se aproximaram e exigiram que os pertences fossem entregues. Com medo do que poderia acontecer ele entregou o celular, avaliado em torno de R$ 1.200.

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