O número de roubos a pedestres continua subindo em Nova Friburgo. Segundo os relatórios do Instituto de Segurança Pública (ISP), foram registrados 49 casos, de janeiro a junho deste ano — o que representa um aumento de 81,4% no número de roubos em relação ao mesmo período de 2015, quando ocorreram 27 ocorrências deste tipo no município.
O aumento dos roubos tem relação direta com o número menor de policiais nas ruas de Nova Friburgo. Os recentes atrasos dos pagamentos aos policiais militares que aderiam ao Regime Adicional de Serviço (RAS) para reforçar o policiamento ostensivo reduziram em 20% o número de PMs nas ruas de Nova Friburgo nos últimos meses.
O extra não é pago aos policiais desde o segundo semestre do ano passado, quando a Secretaria Estadual de Segurança (Seseg) começou a cortar gastos por causa da crise financeira pela qual passa o estado. “Já faz tempo que eu não faço hora-extra por causa do atraso no pagamento do RAS. Tem policial que ainda não recebeu os benefícios de maio e junho”, disse um policial militar do 11º BPM que não quis se identificar.
Em julho, A VOZ DA SERRA mostrou que a Seseg determinou que os tanques das viaturas das polícias Civil e Militar só podiam ser abastecidos com até 30 litros por dia. O pagamento de fornecedores, entre eles a Petrobras Distribuidora, responsável por fornecer gasolina e álcool para as duas corporações, está atrasado há alguns meses por causa da crise no estado.
“A cota foi adotada no combustível para evitar que a circulação das viaturas fosse inviabilizada, até que a situação no governo do estado se estabilize. Temos combustível suficiente para o período, mas tiramos alguns carros administrativos de circulação para reduzir as despesas durante esta fase financeira difícil. As viaturas do patrulhamento ostensivo, da P2 (investigação) e do comandante continuam sendo usadas na cidade”, explicou o comandante do 11º BPM, coronel Carlos Eduardo Hespanha, na ocasião.
No fim de junho, foi publicada no Diário Oficial da União a medida provisória que libera R$ 2,9 bilhões para o estado do Rio de Janeiro, depois que o governador em exercício, Francisco Dornelles, decretou estado de calamidade pública por causa da crise financeira no estado.
O dinheiro destinado para honrar compromissos para as Olimpíadas Rio 2016, que começam nesta sexta-feira, 5, será suficiente para arcar com os custos da Secretaria de Segurança por três meses. Hoje, a segurança do estado consome R$ 940 milhões por mês. O restante dos recursos será destinado à saúde e ao transporte público (metrô e barcas).
Na última segunda-feira, 1º, os policiais militares e civis receberam os salários. O secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou que vai tentar quitar as dívidas do RAS, pagos a policiais que fazem hora extra, os prêmios referentes ao cumprimento das metas e regularizar a situação dos salários até o fim do ano.
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