Composto por bandolim, viola caipira e violoncelo, o grupo Rio Trio apresenta-se hoje à noite na Usina Cultural Energisa. Exibindo uma apurada técnica camerística e uma sofisticada mescla de sonoridades, o grupo se propõe, neste concerto, a resgatar um pouco da sonoridade da música portuguesa e brasileira dos séculos XVIII e XIX. Para isso, apresentará um repertório baseado em pesquisas que tiveram como ponto de partida as comemorações do bicentenário da chegada da Família Real ao Brasil.
Um dos destaques do programa são as modinhas e lundus que eram costumeiramente apresentadas na corte portuguesa (em Portugal e no Brasil), pelo padre mulato Domingos Caldas Barbosa. Peças de Mozart, além de sonatas e peças de caráter variado que certamente faziam parte do contexto cultural da Família Real são outra atração. O grupo apresentará também alguns solos e baixos contínuos, uma prática musical que se estendeu para além do período barroco. Vale notar que esta apresentação é uma variação dotada de aprimoramentos estilísticos, de uma performance exercida durante seis meses no Museu Imperial de Petrópolis, conferindo assim um caráter inédito ao espetáculo.
Com mais de dez anos de existência, o Rio Trio já se apresentou em diversos teatros e salas de concerto no Brasil e no exterior. Destaque para a participação na convenção anual de bandolins de 2003, realizada na cidade de San Diego (EUA), onde fizeram dois concertos e workshops, além de uma série de apresentações em programas de rádio e televisão americanas. Em 2004, o grupo também foi convidado para o concerto anual da Alive Arts Series, em Providence, patrocinado pela Roger Williams University para os alunos de música dessa universidade.
O Rio Trio é formado pelo bandolinista Paulo Sá, doutor em Música pela Uni-Rio, o compositor, violonista e violeiro carioca, Marcus Ferrer, mestre em Composição pela Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), atualmente doutorando em Música na Uni-Rio, onde desenvolve um trabalho de pesquisa sobre a viola caipira, e o violoncelista Henrique Drach, mestre em Música pela UFRJ e doutorando em História na Universidade Federal Fluminense, com ênfase na construção da identidade musical brasileira no período do Estado Novo. Além do campo acadêmico, todos os integrantes têm vasta experiência como músicos, apresentando-se e tendo suas obras executadas em diversos lugares do mundo.
O concerto é uma ótima opção para quem aprecia peças curtas de compositores dos séculos XVIII e XIX. A apresentação do Rio Trio começa às 20h30 e a Usina Cultural fica na Praça Getúlio Vargas 55 – Centro (entrada pela Rua Dante Laginestra). A classificação é 16 anos e mais informações podem ser obtidas no telefone 2102-2523, ou pelo e-mail usinacultural-nf@energisa.com.br.
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