(SECOM) - Um trabalho que consiste na elaboração de um projeto de criação coletiva envolvendo música, artes cênicas (como dança e teatro) e também artes gráficas (fotografia, texto e arte final) em que todas as decisões em relação ao desenvolvimento do trabalho são tomadas em grupo e levadas em plenário, dentro do princípio de democracia direta: é o projeto Mosartes - Mosaico de artes e gente, que ganhou o Prêmio Interações Artísticas da Funarte em novembro último e será implantado na Oficina Escola de Artes de Nova Friburgo. Apesar da apresentação do projeto ter sido feita ainda no governo passado, o prefeito Heródoto Bento de Mello e o secretário de Cultura, Roosevelt Concy, resolveram dar total apoio ao trabalho, cujo processo de decisão é feito participativamente, através da sugestão e eleição de propostas, desde a concepção das enquetes até a aprovação do que foi apresentado.
Este mesmo projeto já foi elaborado na Suécia entre os anos de 2006 e 2008, por Gui Mallon, seu autor. Espaguete, como é conhecido, é músico, foi professor de teoria musical, é escritor e artista plástico. Carioca, mas tendo morado por muitos anos em Nova Friburgo, atualmente vive na Suécia, onde a ideia surgiu através de incentivos do governo daquele país, que contratou dez artistas para que elaborassem algum plano artístico com a comunidade e levou aproximadamente nove meses até ficar pronto.
“É maravilhoso e ao mesmo tempo assustador ter um grupo tão heterogêneo, em que um tem formação em determinada área e outro não. O resultado será um trabalho muito fora do comum. No fundo, isso levará a uma profunda discussão do que é cultura no Brasil – o que será um desafio ainda maior”, conclui Gui Mallon.
As inscrições para o projeto Mosartes estão abertas para a comunidade desde o último dia 2, na Oficina Escola de Artes de Nova Friburgo. Serão ao todo cem alunos e poderão participar pessoas de todas as idades.
“A competência social do indivíduo será avaliada, não se ele sabe pintar ou tocar, basta ter vontade. Nova Friburgo tem tudo para ser um polo cultural. É um ambiente fervilhante, mas não é tão conhecido. Temos que abrir os olhos para isto, é uma maneira de trazer recursos para o município e para a cultura devido às leis de anistia fiscal relacionadas aos projetos culturais”, afirma Gui Mallon.
O projeto levará três meses para ficar pronto e o produto final será um livro de história ilustrado acompanhado de um CD que será distribuído em todo o país através de bibliotecas, rádios e televisões.
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