Transparência em baixa

segunda-feira, 11 de julho de 2016

Transparência em baixa

As principais multinacionais brasileiras - inclusive as investigadas na Operação Lava Jato - são reprovadas quando o assunto é transparência e nos mecanismos anticorrupção. É o que revela um levantamento publicado pela entidade Transparência Internacional, que avalia as 100 maiores companhias de mercados emergentes e constata que o setor privado brasileiro pratica baixos níveis de transparência. Em comparação com os resultados de 2013, algumas das empresas nacionais subiram no ranking, com ações para mostrar transparência como respostas às pressões da Lava Jato. Mas, demonstraram falhas no que se refere aos controles internos. O estudo avalia a comunicação de seu programa anticorrupção, a divulgação de estruturas e holdings e a divulgação das informações financeiras.

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A Embraer é a única brasileira com uma pontuação que garantiria "aprovação". Ainda assim, fica apenas com 5,6 pontos dos dez possíveis e na 19ª colocação entre todas as emergentes. Em 2013, ela era a 42ª colocada. Entre as 50 empresas com pior classificação, a lista é dominada pelos chineses. Mas não faltam as brasileiras. A JBS, por exemplo, somou menos 3,1 pontos, prejudicada principalmente por ter registrado apenas 35% da pontuação máxima no que se refere à divulgação de um plano anticorrupção. Nessa lista ainda estão Weg (três pontos) e Camargo Corrêa (2,1). A pior colocada entre as nacionais foi a Coteminas (1,1 ponto).

Retração melhora

Economistas do mercado financeiro reduziram pela sétima vez a estimativa de retração da economia este ano. Segundo o Boletim Focus, do Banco Central, a previsão de queda para 2016 é de 3,30%. Em relação a 2017, a expectativa de crescimento se manteve em 1%. A previsão do mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano ainda permanece acima do teto de 6,5% do sistema de metas e bem distante do objetivo central de 4,5% para 2016: 7,26% ao ano. Para 2017 a expectativa de inflação caiu, de 5,43% para 5,40%, dentro da meta para o ano que vem, de 4,5%, com tolerância de 1,5 ponto. A expectativa para a Selic é de que encerre 2016 a 13,25%. Para o fim de 2017, se manteve em 11%.

Devedores aumentam

O contingente de pessoas que atrasaram o pagamento de suas contas cresceu 3,21% em junho comparativamente ao mesmo mês do ano passado, apuraram o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Os brasileiros na faixa dos 30 anos são os que mais devem. E as contas de telefone, TV por assinatura e internet foram as que tiveram a maior alta no período. Ainda assim, na margem, a inadimplência total teve a menor expansão anual desde 2011, início da série histórica revisada da instituição. O número de negativados caiu para 59,1 milhões na passagem de maio para junho de um total de 59,25 milhões na pesquisa anterior. Este número de inadimplentes representa 39,76% da população entre 18 e 95 anos. Para um balanço do semestre, mais de dois milhões passaram a fazer parte das listas de inadimplentes somente este ano, já que em dezembro de 2015 era contabilizado um total de 57,1 milhões com restrição do crédito.

Confiança do consumidor

Depois da alta de 7,9% em maio, o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor caiu 4% em junho, segundo a Confederação Nacional da Indústria. A queda de junho é resultado da piora das perspectivas em relação à inflação, ao desemprego e à renda pessoal nos próximos seis meses. O indicador de expectativa sobre a inflação caiu 14,6%, o de desemprego recuou 11,2% e o de renda pessoal diminuiu 4,7% em junho frente a maio. Quanto mais baixo o indicador, maior é o número de pessoas que espera o aumento da inflação, do desemprego e a queda da renda pessoal.

Jogos dividem opiniões

Em debate no Senado e na Câmara dos Deputados, propostas de regulamentação da exploração de jogos de azar dividem opiniões. Para os que defendem a liberação de cassinos, bingos, jogo do bicho e videojogos, a atividade será uma nova fonte de arrecadação e criação de empregos, enquanto os contrários demonstram preocupação com a ligação desse mercado com o crime. Para o presidente do Conselho da Associação dos Bingos Cassinos e Similares (Abrabincs), Olavo Silveira, o Brasil é “uma exceção” ao proibir a exploração de jogos de azar. Segundo ele, a “indústria dos jogos” pode arrecadar cerca de R$ 20 bilhões por ano. Já o presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, José Cavalcanti, acredita que a legalização do jogos representa um risco. Para ele, “liberar os jogos sem fiscalização é abrir as portas para o crime organizado”.

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