Massimo — 21/06/2016

segunda-feira, 20 de junho de 2016

Calamidade (1)

A coluna do último fim de semana já havia sido fechada quando chegou a notícia de que o Palácio Guanabara havia decretado estado de calamidade pública em função da crise econômica sem precedentes que o governo do estado do Rio enfrenta.

A notícia certamente está relacionada a outra, menos comentada.

Calamidade (2)

Na noite da última quinta-feira, 16, o governador em exercício Francisco Dornelles jantou com o presidente interino Michel Temer no Palácio do Jaburu, em Brasília.

No cardápio, uma transferência próxima a R$ 3 bilhões, destinada a evitar manifestações durante os jogos olímpicos.

Desses, cerca de 500 milhões para a famigerada Linha 4 do metrô, e o restante para o pagamento dos servidores.

Calamidade (3)

O motivo do decreto, claro, é contornar regras burocráticas que fariam a transferência de verbas do governo federal para o estadual mais difícil e demorada.

Nele lê-se que a crise “pode ocasionar o total colapso na segurança pública, saúde, educação, mobilidade e gestão ambiental”, e também que “os eventos [Jogos Olímpicos e Paralímpicos] possuem importância e repercussão mundial, onde qualquer desestabilização institucional implicará um risco à imagem do país de dificílima recuperação”.

Calamidade (4)

A situação, desnecessário dizer, é motivo de muita vergonha para um estado que é a vitrine do Brasil no exterior, que possui imenso potencial turístico e concentra boa parte da oferta de combustível do país.

Vergonha, é claro, porque o Rio tinha tudo para estar em situação absolutamente diversa, e porque a verdadeira calamidade é humana e administrativa.

Calamidade (5)

Além da recessão econômica nacional, que certamente representa um fator de peso nesta equação, o Rio hoje paga o preço de uma política de incentivos fiscais que é o triste exemplo do “toma lá, dá cá”; da desvalorização do preço do petróleo: do compromisso com obras bilionárias realizadas por empresas que financiam campanhas e propinas; da política de subsídios que desidratou a Petrobras; da aventura mambembe do Grupo X, e por aí vai.

De se estranhar, apenas, que o nome do ex-governador Sérgio Cabral seja tão pouco lembrado neste cenário todo.

A parte que nos cabe (1)

O Massimo teve oportunidade de conversar informalmente durante o fim de semana com um  profissional do alto escalão do Hospital Raul Sertã.

E lá pelas tantas o colunista perguntou se haveria alguma informação que, se divulgada, poderia ajudar de alguma forma ao bom funcionamento da unidade.

Segue a resposta.

A parte que nos cabe (2)

“Boa parte da ocupação do hospital se dá em razão de traumas ortopédicos. E a maioria desses traumas se deve a acidentes de trânsito, especialmente envolvendo motociclistas. Muitas vezes nós agendamos alguma cirurgia, e em cima da hora, com o paciente já em jejum, chega um motociclista com a vida em risco, e o procedimento eletivo acaba tendo que ser adiado. As pessoas precisam entender que a imprudência no trânsito não afeta apenas a elas mesmas. Precisamos de mais respeito, sobretudo no trânsito.”

Conbem (1)

O vereador Cláudio Damião, autor de indicação legislativa que propõe a criação do Conselho Municipal de Bem-Estar Animal (Conbem), em bases estabelecidas após discussão em audiência pública com diversas partes envolvidas, recorreu à internet para trazer o assunto novamente à pauta de discussões.

Agora, a população pode manifestar seu apoio à causa ao assinar petição pública disponível na página http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR92284

Conbem (2)

De acordo com o parlamentar, autor de diversas propostas legislativas de amparo à bicharada, o objetivo do conselho é fomentar ações para promoção do bem-estar animal em nossa cidade.

A indicação foi aprovada em plenário no ano passado, mas até agora não foi enviado nenhum projeto à Câmara para a concretizar a ideia.

Calor humano (1)

Todos os anos o tradicional Colégio Nossa Senhora das Dores, através de sua Pastoral da Juventude Estudantil (PJE), recolhe agasalhos e roupas para serem distribuídos às instituições que atendem pessoas carentes em Nova Friburgo.

Diante das baixas temperaturas, o projeto ganhou um formato diferente neste ano: de segunda a sexta-feira as doações são recolhidas, passam por uma triagem seletiva e, no fim de semana, são encaminhadas aos abrigos e distribuídas a pessoas em situação de rua em ronda noturna feita por alunos, professores e familiares comprometidos com os mais necessitados.

Calor humano (2)

Na tarde da última sexta-feira, cobertores, agasalhos e roupas foram entregues ao Lar Abrigo Amor a Jesus, à Vila Sorriso, à Casa dos Pobres, à Clínica Santa Lúcia e à Casa Madre Roseli.

“A comunidade do colégio continua se mobilizando na arrecadação de cobertores e agasalhos. A campanha continua. Deixe a sua doação na portaria do CNSD.”

Boa filha

Personalidade de relevância internacional na elaboração de políticas públicas voltadas a temas complexos, como armas e drogas, a jovem friburguense Ilona Szabó de Carvalho deve subir a serra em setembro para uma série de palestras.

Como diz o ditado, a boa filha à casa torna - neste caso com crase mesmo, uma vez que a casa, nossa cidade, é muito bem definida.

Nota Fluminense (1)

A Alerj aprovou por unanimidade, na quarta-feira passada, 15, a segunda das oito medidas propostas pelo programa Supera Rio, elaborado pelo gabinete do deputado Wanderson Nogueira.

Após o corte nos gastos com publicidade, a iniciativa da vez foi criação da Nota Fluminense, elaborada em conjunto com o deputado Jorge Felippe Neto e descrita como “Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal”.

Nota Fluminense (2)

Em essência, o objetivo da medida é ampliar a base de arrecadação através de incentivos para que “os adquirentes de mercadorias, bens e serviços de transporte interestadual” exijam, do fornecedor, “a entrega de documento fiscal hábil”.

Entre outras iniciativas, a cada valor definido pela Secretaria da Fazenda em compras registradas em documentos fiscais eletrônicos o adquirente fará jus a um cupom numerado para concorrer a um sorteio.

Nota Fluminense (3)

Em tese, a redução na sonegação permitiria a redução de outros impostos, numa divisão mais justa na qual todos pagam, e a conta não fica demasiadamente pesada para ninguém.

Mas isso aqui é Brasil e a crise é feia demais para se acreditar nesse tipo de coisa.

Se mais pessoas pagarem, e os recursos forem bem aproveitados sem sofrer desvios, já será um avanço significativo.

Agradecimento

 A coleguinha Juracy Carvalho, funcionária de longa data de A VOZ DA SERRA, passou recentemente por um cateterismo, e voltou a ativa cheia de energia e de agradecimentos, que o Massimo publica com prazer.

“Fui muito bem atendida pela equipe do Hospital São Lucas, em especial os enfermeiros Vinícius, Leila, Alessandra e Mônica, além dos médicos Ediley e Miguel. Muito obrigada a todos”, diz a nossa Juracy. 

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