Alvo de inúmeras reclamações devido ao deplorável estado de abandono que se arrasta há anos, o espaço do antigo Sase (Serviço de Assistência Social Evangélica), em Olaria, recebeu um mutirão de limpeza ontem, 9, de manhã. Organizada pela prefeitura, com a participação das secretarias de Serviços Públicos, Obras, Defesa Civil, Guarda Municipal e a subprefeitura de Olaria, a operação começou às 7h.
Além de roçada e retirada de entulhos em toda a área externa, 20 funcionários também removeram muita sujeira, detritos e móveis espalhados por todos os cômodos do imóvel. Até as 9h30, pelo menos oito caminhões de entulho e lixo já tinham sido retirados do local. “Somos três pessoas morando na mesma casa e todas tiveram dengue. Já estava mais do que na hora de alguém fazer alguma coisa nesse prédio”, afirmou Carlos Henrique Garradas, 52 anos, que mora em frente ao local há mais de 15.
“De fato, o imóvel se deteriorou muito. O futuro do Sase ainda é incerto, mas não podíamos esperar mais para fazer uma mobilização de limpeza do prédio”, afirmou o secretário de assistência social, Gilberto Souza Filho. Ele disse que o local será lacrado para impedir prováveis invasões: “Estamos estudando, com as demais secretarias, como iremos lacrar o prédio. O objetivo é bloquear todos os acessos ao imóvel para que não haja mais ocupações”, informou o secretário.
Três moradores de rua foram abordados por uma equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social, no imóvel. Segundo a coordenadora do Creas, Ana Paula Cavalcanti, os rapazes disseram morar no Campo do Coelho e em Olaria e não resistiram a deixar o local. Apesar de ter sido oferecido acolhimento, eles preferiram apenas deixar o local. A Guarda Municipal acompanhou toda a ação e um engenheiro da Defesa Civil fiscalização as instalações do imóvel.
Sase: Um imbróglio judicial
Localizado na Avenida Júlio Antônio Thurler, prédio do antigo Sase é cercado de muitas incertezas. Em seus 20 anos de existência, o prédio de três andares já abrigou serviços na área da saúde, manutenção de projetos sociais e até serviu de abrigo para vítimas da tragédia de 2011. No entanto, há seis anos está desativado.
Atualmente, o Sase está envolvido em um imbróglio judicial entre a prefeitura e o proprietário do prédio. Isso porque, de acordo com reportagem de A VOZ DA SERRA em fevereiro, foi aberta ação na Justiça em 2001 devido a uma dívida superior a R$ 2 milhões, por falta de pagamento do aluguel.
Ainda segundo a publicação, de acordo com a prefeitura, o local foi alugado pelo município há muitos anos e deve ser devolvido ao proprietário. A situação do imóvel continua na justiça, sem definição.
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