O inverno, as gripes e as doenças respiratórias

Aumento de mortes decorrentes da H1N1 assusta morador de Nova Friburgo
quarta-feira, 08 de junho de 2016
por Ana Borges
O inverno, as gripes e as doenças respiratórias
Com o inverno batendo à porta, o friburguense começa a se preocupar com as doenças que mais se propagam na estação mais fria do ano, principalmente as de origem respiratória. Em nota enviada em meados de maio, ao jornal A VOZ DA SERRA, a Secretaria de Saúde divulgou: “Dados acumulados desde março de 2016 apontam 30 casos de síndrome respiratória aguda grave em investigação e aguardando resultados laboratoriais; dois casos foram descartados e um caso para Influenza A (H1N1) em que o paciente, que esteve em outros municípios e foi posteriormente internado no Hospital Municipal Raul Sertã, veio a óbito”.

A gripe causada pelo H1N1 se confunde com outras gripes. O que mais preocupa é a Síndrome Respiratória Aguda Grave. Os sintomas são: falta de ar, desconforto respiratório, aumento da frequência respiratória e queda de pressão
Para atualizar os dados, procuramos o secretário de Saúde, Rafael Tavares, que antecipou: “A Secretaria Municipal de Saúde mantém reuniões semanais (sala de situação) para avaliação e monitoramento da situação epidemiológica” (dados sujeitos a revisão).

A VOZ DA SERRA: Qual foi o resultado dos 30 casos então investigados?
Rafael Tavares:
O total de casos notificados de Síndrome Respiratória Aguda Grave até 1º de junho deste ano, foi de 42, sendo dois de não residentes em Nova Friburgo. E, um (01) caso positivo para Influenza A (H1N1) com evolução para óbito; dois casos negativos para Influenza A (H1N1); 12 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) sem especificação do agente causador da doença; e 27 casos desta SRAG em investigação e/ou aguardando resultados laboratoriais.

Como é feito o monitoramento do vírus?
A vigilância da Influenza em Nova Friburgo consta do monitoramento da SRAG em pacientes internados na rede pública e privada e tem como objetivo identificar o comportamento da Influenza no município, visando a orientação na tomada de decisão em situações que necessitem novos posicionamentos junto ao estado e Ministério da Saúde. Os dados são coletados por meio de formulários de notificação padronizados e informados pelas unidades de internação do paciente. As informações deste boletim são referentes aos dados acumulados desde março de 2016.

Moradores em contato com a redação do jornal, levantaram a hipótese de grupos não prioritários terem sido vacinados, o que teria prejudicado a quem de direito. Tal possibilidade procede?
Desconhecemos estes casos e se alguém tiver esta confirmação, devidamente comprovada, que nos apresente para que possamos tomar as medidas cabíveis.

Ao final da campanha, a prefeitura considerou que a vacinação teve balanço positivo. Quanto às queixas da população sobre a falta de vacinas nos postos de saúde da cidade antes do término da campanha, esclareceu na época, que “Nova Friburgo ultrapassou a meta de 80% estipulada pelo estado. Ficamos acima de 90%”. O ideal não seria vacinar 100%? A meta não deveria ser a totalidade das pessoas?
Concordamos plenamente. Se recebêssemos vacinas suficientes, vacinaríamos 100% do estipulado. Mas a campanha é planejada pelo Ministério da Saúde Federal, junto às secretarias correspondentes do estado e do município, que cumpriram além das metas estabelecidas, de acordo com cálculos efetuados por aqueles órgãos.

Vacinação

O valor total estipulado pelo estado para o público-alvo era de 38.293 pessoas a serem vacinadas em Nova Friburgo. O município ultrapassou esse número vacinando um total de 44.162 mil pessoas, o que representa 90,14 % e ultrapassou em mais de 10% o valor estipulado pelo governo estadual. Confira o quadro quantitativo do público-alvo vacinado:

Crianças - 8.817 (92.72%)
Trabalhador da saúde - 3.883 (80.06%)
Gestante - 1.325 (82.91%)
Puérperas - 404 (154.20%)
Idosos - 23.864 (90.85%)
Doentes crônicos - 5.869 (127.58%). A estimativa era de 4.600 doses.
(O grupo de doentes crônicos não entra nesta estatística)
(Fonte: Secretaria Municipal de Saúde)

Óbitos

As mortes decorrentes de infecções pelo vírus H1N1 no país chegaram a 764 casos. O número divulgado na última terça-feira, 7, pelo Ministério da Saúde, representa um aumento de 85 registros em comparação ao dado publicado na semana passada. A quantidade total de óbitos já é 47 vezes maior do que o registrado em todo o ano passado, quando aconteceram 36 mortes.

Segundo o ministério, ao menos metade das vítimas do vírus tinha até 51 anos, sendo o mais velho com 93 anos. O maior número de óbitos aconteceu no Estado de São Paulo, que concentrou 45,7% dos casos. O Rio Grande do Sul registrou 82 óbitos, Paraná 54, Goiás 44, e Rio de Janeiro com 36, foram outros estados com grande número de vítimas.

De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 45,7 milhões de pessoas foram vacinadas contra a gripe neste ano. Tal número representa 91,7% do público-alvo, que é formado por 49,8 milhões de pessoas consideradas de maior risco para desenvolver complicações causadas pela doença.

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