Funcionários da concessionária de ônibus e representantes do Sindicato dos Rodoviários promoveram na tarde de terça-feira, 3, na porta principal da Prefeitura, uma manifestação pacífica reivindicando do governo municipal uma solução para a campanha salarial da categoria. Os rodoviários municipais estão há dois anos sem aumento salarial e pleiteiam um reajuste de 15%. O governo municipal reconheceu o problema herdado da administração anterior e pediu um voto de confiança da categoria para resolver o problema nas próximas semanas. O aumento salarial está atrelado a um reajuste da tarifa única dos ônibus. A planilha da Prefeitura está sendo elaborada e será confrontada com uma outra apresentada pela Friburgo Auto Ônibus (Faol).
O presidente do Sindicato dos Rodoviários, Ivanir Honorato, destacou que a manifestação promovida pela categoria não foi de afronta ao atual governo. Segundo Ivanir, o protesto pacífico teve como objetivo sensibilizar o governo municipal, que é o poder concedende do serviço de transportes, a participar das mesas-redondas na Subdelegacia do Trabalho, onde está sendo debatida a campanha salarial da categoria, cuja data-base é 1º de março. Ivanir acusou o governo municipal de ter fugido do debate e provocado a atual defasagem salarial.
“Há oito anos a categoria vem sofrendo com as questões salariais. Para se ter uma ideia da situação, um motorista de ônibus tinha um piso de cinco salários-mínimos (cerca de R$ 2,3 mil) e hoje recebe um salário de R$ 976. As perdas são muito grandes. Não estamos aqui (no protesto) para discutir tarifas, mas sabemos que o nosso reajuste salarial está vinculado ao equilíbrio econômico do serviço. Nós, rodoviários, estamos massacrados e as pessoas precisam entender que transportamos vidas. Não há como continuar empurrando este problema que atinge os profissionais da categoria”, disse.
Os manifestantes foram recebidos na porta da Prefeitura pelo secretário Geral do governo, Braulio Rezende Filho, e o superintendente da Autran, Hudson Aguiar. Eles representaram o prefeito Heródoto Bento de Mello que, naquele momento, encontrava-se em viagem ao Rio de Janeiro, onde participou de reunião para debater a ampliação do campus da Uerj em Nova Friburgo. Em nome do novo governo, Braulio Rezende pediu um voto de confiança à categoria e prometeu uma solução para os próximos dias. O apelo, naturalmente, foi aceito.
No próximo dia 12, às 16h, está marcada uma nova mesa-redonda na Subdelegacia do Trabalho para discutir a campanha salarial dos rodoviários, com a presença confirmada de representantes do sindicato, da concessionária de ônibus e também do governo municipal. Espera-se que nesta ocasião o governo apresente a planilha de custos sobre a nova tarifa de ônibus, que está congelada desde agosto de 2007.
Nova tarifa poderá servir para renovar
frota e criar integração sem rodoviária
O secretário Geral da Prefeitura, Braulio Rezende Filho, reconheceu que o aumento salarial da categoria rodoviária depende do equilíbrio econômico do transporte público, previsto no contrato de concessão. Informou já ter recebido uma planilha de custos da Faol, mas acrescentou que o novo governo municipal também está elaborando a sua para fazer uma confrontação de valores da nova tarifa a ser anunciada em breve.
Paralelo aos custos gerais do transporte, o novo governo municipal também está estudando a possibilidade de implantar no município um sistema de bilhetagem eletrônica nos ônibus, sem a demissão dos cobradores, que possibilitaria a integração em qualquer ponto da cidade e eliminaria a rodoviária de transbordo da Praça Getúlio Vargas, criada na década de 80 com a implantação da tarifa única.
Além disso, a nova tarifa também poderá permitir a renovação da frota de ônibus com a aquisição de cerca de 30 veículos novos. Atualmente, mesmo com a compra de 25 veículos novos nos últimos anos, a frota que circula em Nova Friburgo tem uma vida média de oito anos, considerada muito alta e dispendiosa.
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