Nova Friburgo, um chão original!

quinta-feira, 05 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra
Nova Friburgo, um chão original!
Nova Friburgo, um chão original!

É preciso rever um conceito histórico que está arraigado em nossa concepção de chão. Estamos, definitivamente, vivendo o tempo da predominância da natureza; a ela o homem tem que subjugar-se, se não quiser desaparecer.

O desenvolvimento não deve e não pode ser incontrolado, tem que se realizar sob a égide da natureza. Não tem sido assim até agora. O que a nossa ignorância nos levou a perpetrar, precisa ser urgentemente reconhecido e corrigido.

A necessidade de proteção nos levou à agregação, aos povoados, às vilas e daí às cidades. O cumprimento da quase incontrolável lei natural do “crescei e multiplicai-vos” acabou por derramar as populações de forma desordenada, invadindo irresponsavelmente o chão.

O chão natural perdeu a sua identidade; o reconhecimento da sua alma passou a ser uma dependência das áreas assaltadas, um apêndice dessas áreas, e o homem passou a organizar-se com esse sentimento: a cidade passou a ser o importante e a natureza, um luxo a conquistar, ou quando muito, a desfrutar. A cidade constituiu-se no marco da organização político-social, à qual se agrega o entorno. O entorno, no entanto, é tão ou mais importante que ela. Se na Cidade vive o homem, na Natureza vive Deus.

Assim devemos pensar. É isso que propomos e queremos em Nova Friburgo! É necessário não só olhar para frente, é preciso levantar a cabeça e olhar para o horizonte e para a nossa natureza, até mais, para o alto das nossas montanhas!

Nova Friburgo, situado – vejam: escrevo “situado” e não “situada” – no coração da Serra dos Órgãos, estruturado social e politicamente como um Município, é um chão habitado, de 1.000 km2, com montanhas de 2.300m de altitude, em meio a cordilheiras belíssimas, vales profundos, cobertos de matas, expressivo remanescente de Mata Atlântica, flora e fauna, que não foram dizimadas, biodiversidade riquíssima, rios de águas límpidas, clima incomum, muito agradável, seco e relativamente frio. As mais baixas temperaturas, registradas todos os dias, concorrendo com as de todos os outros sítios do estado do Rio.

Dentro desse chão de 1.000km2 existem: uma cidade, vilas e povoados ocupando apenas 25 km2, ou seja, apenas 2,5% de todo o território. Assim, apesar dos 185 mil habitantes que abriga, a cidade é um fato físico pequeno, dentro do enorme parque em que se constitui.

Um Parque!

Nova Friburgo é, inquestionavelmente, um Parque. É, em verdade, um PARQUE HABITADO. É o que somos. Tomemos consciência plena disso: olhemos em volta, o que vemos, se não montanhas e matas, mesmo estando dentro da cidade?

O nosso chão é um parque.

E a Cidade? Ah! A Cidade! As nossas vilas Lumiar, São Pedro, Amparo, Mury – tantos recantos lindos, dos quais desfrutamos –, Macaé de Cima, Rio Bonito, Toca da Onça, Cascatinha, Cardinot, Salinas, São Lourenço, Rio Grande de Cima, enfim...

A Cidade é o nosso anel de brilhantes. As vilas, nossos colares e brincos; os recantos, os nossos adereços. Tudo é muito bonito. Precisa ser preservado, precisa crescer com respeito ao nosso chão! Precisa do Governo e precisa do Povo. Só nos falta organizar, disciplinar, ajardinar. Não tenho dúvidas que podemos e devemos fazer tudo isso.

O nosso chão é um dos mais ricos e o nosso povo um dos mais privilegiados deste nosso Brasil. Tomemos consciência disso. Temos condições insuperáveis com o nosso Povo, pelo nosso chão, pela nossa natureza, pela nossa Cidade, vilas e povoados, de nos colocarmos à frente de todos os demais municípios do Brasil.

É o que temos a fazer. Aquilo que nos falta, só depende de nós repararmos e construirmos. Velar para que tudo isso exista para o bem comum.

Se o Prefeito é o gestor do Parque e o gerente da Cidade, ele e o povo são os obreiros desse chão que se chama Nova Friburgo!

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