Gama premia mais um talento com Troféu Guignard no dia 7

quinta-feira, 05 de março de 2009
por Jornal A Voz da Serra
Gama premia mais um talento com Troféu Guignard no dia 7
Gama premia mais um talento com Troféu Guignard no dia 7

O carioca Luiz Murce, 52 anos, é detentor de uma arte única. Pintor autodidata, suas obras encantam pelo colorido e a expressividade de figuras inspiradas no folclore brasileiro, nossa gente, flora, fauna e no cotidiano do artista. Seu talento reconhecido nacionalmente será motivo de homenagem em Nova Friburgo, cidade que o pintor escolheu para morar e buscar inspiração para novas criações. No sábado, 7, Murce receberá do Grupo de Arte, Movimento e Ação (Gama) o Troféu Alberto da Veiga Guignard, às 19h, no Centro de Arte (Praça Getúlio Vargas 71, Centro).

A honraria é uma homenagem a Guignard, pintor friburguense de fama internacional, oferecida anualmente àqueles que se apaixonaram pela Suíça Brasileira e aqui exercem seu talento. A solenidade de entrega do troféu, criado pelo artista plástico e integrante do Gama, João Batista Felga de Moraes, contará desta vez também com homenagem à especialista em história da pintura no Brasil no século 20, mestre em ciência da arte e estudiosa da rica obra de Guignard, a capixaba Marieta Moschen, 70 anos, que reside atualmente em Vila Velha (ES).

A artista plástica já participou de mais de 50 exposições no Brasil, inclusive em Nova Friburgo, em 1992, e também no exterior, com diversas premiações, e mostra um pouco de sua reverência ao mestre da pintura com a exposição O lirismo de Guignard, que já pode ser conferida no Centro de Arte.

A pura paixão pela arte

Luiz Murce faz questão de não esconder a emoção com a homenagem prestada pelo Gama. “É sem dúvida alguma uma honra, uma reverência dos grandes amigos Jaburu (Júlio Cézar Seabra Cavalcanti, integrante do Gama), Chico Figueiredo (presidente do Gama) e do grande criador Felga de Moraes, que elaborou o troféu”, valoriza o pintor formado em Administração de Empresas, mas que deixou de lado a profissão para dedicar-se integralmente à arte. Aliás, Murce já esboçava seu talento ainda na época da escola fazendo caricaturas de professores e amigos. Aos 18 anos, o namoro com uma aluna de pintura serviu para instigar o talento nato.

O destino deu uma forcinha e ao ser convidado pela Petrobras para fazer maquetes com réplicas de projetos da estatal para estudantes, Luiz Murce aflorou naturalmente sua paixão pelas artes. Até que em 1999, o carioca boa-praça decidiu expor suas criações no salão de artes plásticas do Clube Militar do Rio de Janeiro e faturou sua primeira premiação com a obra Forró do Boi-Bumbá. Foi o bastante para Murce estimular-se a continuar exaltando sempre a exuberância das cores, uma das marcas registradas do artista, e iniciar uma coleção de premiações.

“O engraçado é que eu comecei a ser premiado e não entendia por quê. O bom de não ter feito nenhum curso é que eu desenvolvi minha técnica própria e única. Sinceramente não me achava tão perfeito assim, até que pedi à curadora Vera Figueiredo para avaliar meu trabalho e ela me definiu como um autor de obras de identidade e arte única”, destaca ele, que a partir de então passou a dedicar-se integralmente à arte. “Tem um monte de novas criações querendo saltar para fora da minha cabeça. Ainda bem”, diverte-se Murce, esbanjando sempre simpatia e bom humor.

As criações multicoloridas e com inovações na pintura näif (tradução do simples sem regras definidas), com direito até ao uso de colagens, são feitas em ateliês do artista no Mury Shopping, na RJ-116, e no distrito de São Pedro da Serra. O encanto pelas mulheres e a natureza friburguense são as principais fontes de inspiração do artista, que investe também na reprodução por computador de suas obras que embelezam objetos, como caixinhas, blocos, ímãs de geladeiras, marcadores de texto e muito mais. A galeria virtual de Murce pode ser conferida no site www.saopedrodaserra. tur.br.

O Gama e a homenagem ao talento de Guignard

Luiz Murce será o terceiro homenageado do Gama com o troféu Guignard. Em 2007, a honraria coube a cinco personalidades das artes em Nova Friburgo: Geraldo Simplício – o Nêgo, Dirce Montechiari, De Longo, Felga de Moraes e Ian Zarife, na época com 13 anos. No ano passado, o troféu Guignard destacou o talento dos artistas plásticos Elizabeth Fonseca e Gilberto Paim e ainda do ceramista João Carlos Galvão.

O Gama esforça-se para tornar o legado de Guignard mais conhecido dos friburguenses. Exemplos disso são o batismo com o nome de Guignard de uma sala de exposições no Centro de Arte, a antiga Casa da Criança do Country Clube – hoje Sala de Cultura Guignard – e um monumento ao renomado pintor no circuito turístico-cultural implementado pelo Gama no Parque Santa Eliza, com uma enorme réplica de uma aquarela.

Quem foi Alberto da Veiga Guignard

O artista é um dos principais nomes da arte moderna. Nasceu na antiga Rua 3 de Janeiro, atual Ernesto Brasílio. Aos dois anos, mudou-se da cidade com a família, especializou-se na pintura e destacou-se internacionalmente com exposições de quadros no Brasil e no exterior. Sua obra destaca-se pela descrição e sensibilidade com traços leves e bem definidos que revelam perspicácia e destreza. Infelizmente, poucos friburguenses sabem quem foi Guignard.

A obra mais famosa de Guignard, o quadro Vaso de Flores, é considerado uma verdadeira relíquia das artes plásticas e uma das obras de arte mais caras e valorizadas do mundo. Guignard morreu em Minas Gerais na década de 60 e está sepultado em Belo Horizonte, onde formou inúmeras turmas de pintores e destacou seu potencial talento.

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