Os contêineres onde funcionavam as Unidades de Proteção Comunitária da Defesa Civil ainda não foram removidos das áreas de risco em Nova Friburgo. Em fevereiro deste ano, o governo estadual divulgou a desativação das unidades alegando que o projeto que atende as comunidades em locais com riscos de deslizamentos de encostas e enchentes seria remodelado.
No entanto, quase três meses depois, as estruturas metálicas permanecem nos mesmos lugares. De acordo com a Defesa Civil de Nova Friburgo, as unidades já foram desocupadas, conforme solicitação do estado, o que falta agora é a remoção por parte da empresa responsável.
“Os serviços de energia elétrica, água, entre outros, já foram cortados. Retiramos todos os móveis e demais objetos que estavam no interior dos contêineres e realocamos os agentes que trabalhavam nestas unidades para continuarem exercendo suas funções ainda em espaços estratégicos, como escolas próximas as comunidades em questão”, afirmou o secretário de Defesa Civil de Nova Friburgo, coronel João Paulo Mori.
As unidades de proteção comunitária começaram a ser instaladas em 2013, nas principais cidades afetadas pela tragédia climática de 2011, que assolou a Região Serrana e vitimou mais de 900 pessoas. Ao todo, são 42 contêineres espalhados por quatro municípios, em bairros considerados de risco: Nova Friburgo (20), Petrópolis (10), Teresópolis (10) e Bom Jardim (2).
Desde que foram instaladas, pelo menos 170 agentes comunitários utilizaram as UPCs. Eles foram contratados temporariamente para realizar trabalhos de mapeamento, cadastro, orientação e estímulo dos moradores das áreas de risco a organizar a segurança da comunidade contra as consequências das chuvas fortes.
A equipe de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Secretaria Estadual de Defesa Civil para saber mais detalhes sobre a remoção dos contêineres na cidade. Em nota, o órgão reforçou a informação de que não tem ciência sobre quando os mesmos serão retirados e que cabe à empresa terceirizada a realização deste serviço. A reportagem também entrou em contato com a BRGS Brasil, em São Paulo, responsável pelos equipamentos, mas não conseguiu completar as ligações telefônicas.
Ainda segundo o governo estadual, a devolução desses contêineres deve gerar uma economia de R$ 1,3 milhão por ano aos cofres públicos, já que cada UPCs custa R$ 2.664,65 por mês. Em Petrópolis, uma das UPCs foi invadida por traficantes e usuários de drogas, causando apreensão à população. A administração municipal removeu o equipamento, que está guardado na sede da Companhia de Desenvolvimento da cidade, até que o destino seja decidido.
Agentes comunitários
Agora, sem a estrutura física dos contêineres, os 62 agentes comunitários existentes em Nova Friburgo foram realocados em locais escolhidos pela Defesa Civil do município como escolas, por exemplo. Eles são responsáveis pelo cadastramento de lideranças, mapeamentos das comunidades, divulgação de orientações e informações à população, planejamento de simulados operacionais, entre outras ações que proporcionam integração entre a Defesa Civil e a população residente nas áreas de risco.
Em julho deste ano, de acordo com a Defesa Civil municipal, vence a maioria dos contratos estabelecidos com o estado, no entanto, os mesmos ainda podem ser prorrogados pelo prazo máximo de 02 (dois) anos desde que o prazo total não ultrapasse 05 (cinco) anos. De acordo com o governo estadual, não existe previsão de desmobilização dos agentes.
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