Henrique Amorim
A necessidade de uma boa escovação dentária, pelo menos após as refeições e antes de dormir, para evitar cáries, ganhará mais um aliado na região. A Fundação Olho Verde, que há dez anos desenvolve projetos sociais com prestação de serviços de odontológicos e ortodônticos (aparelhos de correção da arcada dentária) em Nova Friburgo e recentemente também em Rio das Ostras, lançará em março, a princípio nos dois municípios, o sal fluoretado indicado para prevenir as cáries. O produto, ainda sem nome comercial, deverá ser utilizado como tempero nas refeições em substituição ao sal de cozinha comum.
O sal fluoretado não altera o sabor dos alimentos e será vendido em sacos plásticos de um quilo, por menos de R$ 2 cada. O produto, industrializado em Nova Friburgo e Rio das Ostras, será desenvolvido à base de sal marinho, iodado de potássio, fluoreto de potássio e antiumectante. O produto da Fundação Olho Verde já está patenteado, embora já existam outros fabricantes de sal fluoretado no mercado. O presidente da fundação, Valdeck de Almeida Reis, acredita que o sal fluoretado para uso geral é uma grande descoberta dos pesquisadores, que começou a ser desenvolvida há dez anos pelo psiquiatra Ivo Saldanha com a ajuda de um grupo de 13 químicos.
“A fundação decidiu investir nessa descoberta devido ao grande número de crianças, jovens e adultos que se prejudicam com as cáries, que podem causar inúmeros males como infecções articulares, da garganta, do coração e do fundo do olho”, enumera Valdeck. O sal fluoretado industrializado em Nova Friburgo e Rio das Ostras, com sal marinho de cristalização solar e captado em Cabo Frio, será indicado principalmente para os consumidores de água com teor de flúor menor que 0,5 miligrama por litro, ou seja, água não tratada.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta o sal fluoretado como o melhor elemento na prevenção às cáries. Valdeck acredita que com a utilização contínua do sal fluoretado nas refeições há a possibilidade de reduzir-se as cáries em crianças em até 90% dos casos. Nos adultos a expectativa é de resultado em até 75% dos casos.
Estudos recentes dão conta ainda que crianças até 12 anos têm a chance de desenvolver entre sete e nove cáries, enquanto entre os maiores de 60 anos, entre grupos de quatro pessoas, três utilizam dentaduras devido ao comprometimento da maioria dos dentes. “O índice de cáries em pessoas de qualquer idade é bem grande e nos preocupa. Por isso estamos investindo numa nova alternativa de prevenção”, destaca Valdeck.
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