Um dos mais tradicionais estabelecimentos de ensino de Nova Friburgo, o Colégio Estadual Jamil El-Jaick amanheceu ocupado nesta segunda-feira, 18. Cerca de 70 alunos do ensino médio tomaram conta das instalações da unidade, num ato em prol de melhorias para a educação pública. A ocupação do prédio, situado na Rua Euclides Sólon de Pontes, no Centro, teve início às 6h e é a primeira a ser feita no município, a exemplo do que já acontece na capital e demais cidades do interior como Petrópolis.
A tomada da escola surpreendeu muitos alunos, principalmente os do turno da tarde que não sabiam as razões do movimento. Ao se deparar com o fato, um grupo de estudantes do 6º ano do ensino fundamental ficou em dúvida do que fazer. “Vocês podem entrar e ficar na escola durante o horário das aulas. As refeições estão sendo servidas normalmente e temos até Todynho em vez daquele suco aguado que costumam dar para a gente”, disse uma das estudantes que controlava a entrada das pessoas na unidade.
O ato conta com apoio do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Estado (Sepe). Alguns representantes do sindicato estiveram na escola para dar suporte aos estudantes. É o caso de Sidney de Moura, que defende a ocupação como meio de chamar a atenção para as agruras da educação estadual. “No Jamil El-Jaick faltam professores e o pessoal contratado está há quatro meses sem salários. Muitos já não vêm mais trabalhar e a escola, inclusive, está sem porteiro. Não é desejo dos professores fazer greve, mas esta é a forma encontrada para fazer o governo entender as necessidades dos educadores, não só econômicas, mas também as necessidades pedagógicas”, observou o sindicalista.
Alguns estudantes de outras instituições públicas de ensino do município, como a UFF, também foram ao colégio na manhã de segunda para oferecer apoio ao movimento. Várias doações têm sido encaminhadas aos coordenadores da ocupação, o que vem contribuindo para garantir a organização e o bem-estar do grupo. Prova disso é que o cardápio para o almoço desta terça-feira, 19, já estava sendo decidido, indicando que o movimento não tem data prevista para ser encerrado.
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