A essa altura ninguém mais precisa ser contextualizado quanto ao clima de polarização que a crise política nacional imprimiu no cotidiano do país. O domingo, 17 de abril, já entrou para a história, independentemente do desfecho da votação no Congresso Nacional. 513 deputados têm o destino da presidente Dilma Rousseff na mão. São 10 segundos no microfone para cada parlamentar, tempo exíguo para o proselitismo de ambos os lados, mas uma eternidade para todos que irão acompanhar atentamente a votação.
Nova Friburgo certamente não ficará de fora e promete acolher atos tanto a favor como contra o impeachment da presidente. O ato a favor do impeachment ocorre na Praça Getúlio Vargas, começando às 14h, e irá contar com um telão no coreto central para transmissão em tempo real da votação. Os organizadores fizeram questão de frisar que todo o custo do evento foi pago com recursos próprios. Marco Frederico Kramer Costa, um dos organizadores, conversou com A VOZ DA SERRA: “Nossa expectativa para o ato é conseguir transmitir a votação para que todos acompanhem juntos. Queremos saber como cada deputado irá vota para embasarmos nosso voto em uma futura eleição. Os brasileiros anseiam por mudança e essa adesão vem por conta desse sentimento de fragilidade por parte da população. Temos a plena consciência de que assumindo o vice Michel Temer não estará tudo resolvido. Aliás, iremos cobrar independentemente de quem ocupe a presidência”, afirmou Marco. O ato conta com uma página no Facebook que está mobilizando os participantes: https://www.facebook.com/events/1714099572139913.
Já aqueles contrários ao impeachment de Dilma realizarão o “Ato em Defesa da Democracia”, a partir das 13h, na Praça do Suspiro. Felipe Bispo da Silva, um dos organizadores do ato, disse ao jornal: “Friburgo tem que abrir os olhos, o que vem acontecendo no Brasil é terrível. Passamos pelo pior momento da história dos últimos vinte e cinco anos, desde nossa abertura política. Realmente houve corrupção nesse período, inclusive por parte de Eduardo Cunha, Michel Temer e Jorge Picciani, que querem o golpe para tomar o poder com um discurso de ponte para o futuro, mas que na verdade não passa de uma pinguela para o passado. A população mais carente precisa do Estado, infelizmente, e é justamente ele que vai sofrer com esse golpe. Nós queremos progresso, ascensão educacional e saúde para todos. Vamos para rua lutar pela democracia e mostrar que Friburgo não quer o golpe, mostrar que a cidade tem uma esquerda unida e atuante”, defendeu Felipe.
Além do ato, serão distribuídos na cidade, entre sexta e sábado, 20.000 panfletos contra o impeachment produzidos por um grupo intitulado Movimento de Luta Pela Democracia. O comandante do 11º Batalhão da Polícia Militar, coronel Carlos Eduardo Hespanha, informou que o policiamento contará com o efetivo usual para eventos deste porte, com um reforço de 30 homens, além de oficiais superiores de prontidão na unidade. A expectativa da polícia é que os atos sejam pacíficos, mas afirmam que estão preparados para qualquer contingência ou incidente.
Contudo, não é só a polícia que irá garantir a paz do domingo nas praças. Uma iniciativa do Conselho de Pastores de Nova Friburgo (Copenf), contando com a participação do Conselho de Jovens Evangélicos de Nova Friburgo (Cojenf), reunirá membros de 17 denominações evangélicas no domingo. O ato “Clamor pelo Brasil” ocorrerá na Praça Dermeval Barbosa Moreira, em frente ao Centro de Turismo, entre 16h e 17h. De acordo com os organizadores, o evento não tem viés ideológico nem partidário, contando com fiéis que são contra e a favor de Dilma e do governo federal.
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