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segunda-feira, 04 de abril de 2016

O Light é uma embarcação envolvente. Volta e meia, me vejo na casa de minha infância, onde os livros revestiam as paredes. Podia ter brinquedo no Natal, no dia do aniversário e no Dia da Criança, mas, entre os pacotes, era imprescindível a presença dos livros. “O fantástico mundo da literatura infantil” tinha  uma filial lá em casa! Hans Christian Andersen e Monteiro Lobato eram, entre outros autores, nossos companheiros inseparáveis.

A infância entre os livros se torna uma página marcante das lembranças na fase adulta. É por isso que Deborah Simões há de colher bons frutos com Laís – tudo porque ninguém sabe ler “bonito” igual ao modo que as mães sabem ler. É aquela leitura que dá forma e cor à imaginação infantil, que fará falta à tal menina que levou uma surra do pai, no texto de Ana Blue. Também doeu meu coração, porque, em vez de dar uma coça, desse uma página de livro e o corretivo seria proveitoso.

“Acriançando a criançada” – É tempo de festejar os 35 anos de “A árvore que fugiu do quintal” – obra literária do renomado escritor Álvaro Ottoni. Que bela entrevista Antonio Fernando nos trouxe! Estar “acriançado” é o estado de espírito que sempre fez de Ottoni um encantador de crianças e nós, adultos, nos acriançamos ao seu lado, até para o resgate da “verdade da criança” que a gente “vai perdendo pelo caminho”. 

Do colorido infantil, vamos para as cores de Marlon Portugal, que recria Frida Kahlo, na versão “século 21”. A artista mexicana, que se adiantou no estilo, hoje ainda seria avançada, certamente. Em “Gastronomia”, Chico Figueiredo fez uma observação que eu não sabia sobre “torcer o nariz para preparações feitas em liquidificador”. É tão prático! Vou já já fazer a torta de atum, enquanto ouço “Musica de Brinquedo”, indicação da Discopédia.

Que tal uma esticadinha de 42 quilômetros na Maratona de Santiago, no Chile? Isso é para quem tem fôlego como Tássia Sampaio, que multiplica seu tempo entre a odontologia e a prática de corridas. Em “Esportes”, a triste notícia do falecimento de Paulo Banana, pessoa da melhor qualidade. A vida tem dessas tristezas e há sempre uma pegadinha nas esquinas do tempo.

A dengue é motivo de pauta em “Massimo” e tal como a foto do vereador Pierre, na Avenida Governador Roberto Silveira, a cidade está cheia de pontos que apresentam descaso com a água parada. Aliás, o lixo acumulado é outro agravante e a própria população deveria ser mais participativa. Falar em crise não virou moda, como muita gente interpreta, mas, é uma questão de consciência até.

Vejamos – em “A Voz do Rio”, Alessandro Lo Bianco dá informes sobre a saúde do governador Luiz Fernando Pezão, destacando a alta do governante, anunciada por uma assessora – “Não espalhem, mas ele sai até as 12h, para não vencer a diária do hospital”.  (Melhoras para o governador!)

O “Radar” de Antonio Fernando anuncia - “Remédios mais caros” e a preocupação dá nó na corda bamba do povo! Na reportagem “Classe média de Nova Friburgo aperta o cinto”,  chega a ser bonita a estratégia para reduzir gastos, o que além do mais é ganho para todos.  Os desafios estão aí e o Editorial lança luz para o entendimento da “crise do impeachment”. Se ficar o bicho pega, se sair... o bicho come!

“Somos todos pinóquio” – a frase, em “Impressões”, soa bem na atual fase que o país atravessa, em termos políticos. “Mentira – divindade infernal” – parece coisa mágica, mas em se tratando de promessas de campanha, o povo já está acostumado com as mentiras eleitoreiras. Mesmo assim, a gente acredita, vota, elege e se decepciona!

Muito bonita a página em comemoração aos 79 anos da Haga. Justamente fundada no dia 1º de abril de 1937, dia dedicado à mentira, surge uma indústria de verdade. Parabéns! Em “Há 50 Anos”, o destaque não poderia ser outro – A VOZ DA SERRA festejando seus vinte e um anos, em abril de 1966. Um jovem que cresceu, mas não perdeu a juventude, que contou seus janeiros, ganhando setenta e uma primaveras de renovação. Feliz sete de abril de 2016 para a VOZ mais atuante de Nova Friburgo!

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Elizabeth Souza Cruz

Elizabeth Souza Cruz

Surpresas de Viagem

A jornalista-poeta-escritora-trovadora-caçadora de cometas Elisabeth Sousa Cruz divide com os leitores, todas as terças, suas impressões a bordo do que ela carinhosamente chama de “Estação Caderno Light”, na coluna Surpresas de Viagem.

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