Desde 2003, quando foi anunciada a indicação do Brasil para sediar a Copa de 2014, muitas foram as especulações e indagações sobre o legado que o evento deixaria para o país. Agora, o mesmo vem acontecendo com as Olimpíadas do Rio de Janeiro 2016 e, embora a competição aconteça na capital fluminense, cidades do entorno carioca também esperam por uma fatia do bolo.
É o caso de Nova Friburgo. Distante 136 km do Rio de Janeiro — a sede dos jogos — o município serrano foi um dos 300 escolhidos para receber a tocha olímpica. O percurso previsto, a ser realizado no dia 30 de julho, tem aproximadamente 12 quilômetros, e inclui a Ponte da Saudade, Centro e Olaria. Na ocasião, alguns dos principais pontos turísticos, como o teleférico, na Praça do Suspiro, e o Nova Friburgo Country Clube, estão no roteiro da tocha.
Para o secretário municipal de Turismo de Nova Friburgo, Nauro Grehs, só este fato já abrirá portas para o turismo no município “As mídias nacional e internacional estarão com as Olimpíadas como pauta principal e, com certeza, alguns dos 30 mil repórteres presentes no Rio estarão realizando a cobertura do revezamento da tocha”, diz ele.
De acordo com Nauro, o convite para receber o revezamento da tocha olímpica trará benefícios, no sentido de dar visibilidade ao município, uma oportunidade de exposição nacional e global da cultura e potencialidades da cidade, além de alimentar a autoestima do povo friburguense e incentivar a prática esportiva. “De imediato, haverá a visita de pessoas de cidades próximas não contempladas com o evento. Depois, com a divulgação para o mundo — principalmente da foto da tocha descendo o teleférico — servirá para mostrar a força e a recuperação de Nova Friburgo”, acredita o secretário de turismo.
Questionado ainda sobre os ganhos com a proximidade dos jogos, Nauro explica que “diretamente poucos postos de trabalhos serão criados, até porque se trata de um evento pontual. Mas com certeza trará um ganho imediato para a cadeia produtiva do turismo e comércio, com os dez mil visitantes, cinco mil turistas e uns 60 mil friburguenses que estimamos que estarão nas ruas para abraçar a tocha”, diz ele, destacando que o ganho maior virá a longo prazo, com os empregos e geração de renda através do crescimento do turismo devido à divulgação de Nova Friburgo. A expectativa é que haja um aumento de 20% no turismo.
Como fica a imagem da cidade?
Diferente da cidade do Rio de Janeiro, que vem recebendo investimentos e obras de infraestrutura nas vias públicas em função dos jogos, por aqui nada será feito. Aliás, uma das poucas obras do setor turístico em Nova Friburgo, iniciada em meados de 2015, vem gerando muita dor de cabeça. O projeto de revitalização da Praça das Colônias, que prevê a cobertura do espaço e construção de um novo restaurante, teve seu prazo de entrega vencido há mais de um mês e, até agora, nenhum sinal de avanço nas obras.
Em entrevista à equipe de A VOZ DA SERRA, o presidente da Associação das Colônias Friburguenses, Alex Blanco, explicou que o atraso na entrega das obras pode comprometer a passagem da tocha na cidade, já que o local seria o palco de recepção do símbolo olímpico, após este descer o teleférico. “Nos comprometemos com o comitê olímpico. Caso o espaço não esteja pronto até junho ou meados de julho [mês em que a tocha passará pela cidade] o fato gerará uma imagem negativa para o município”, destaca.
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