O pare e siga de veículos na altura do quilômetro 78 da RJ-116, na Ponte da Saudade, tem tirado a paciência de motoristas e passageiros que trafegam pelo trecho. Desde o início de novembro do ano passado, a Rota 116, concessionária que administra a rodovia, de Itaboraí até Macuco, interditou uma faixa na estrada para corrigir um desnível no local, conhecido como “calombo”.
“É um descaso com todos que ficam parados, sem qualquer critério de tempo, ainda mais quando se constata que não há ninguém trabalhando nos fins de semana para agilizar a liberação da estrada”, reclama o médico Gustavo Ventura, que seguia ontem, 22, de carro para Mury.
Pela manhã, enquanto alguns ambulantes aproveitavam que os carros estavam parados para vender produtos aos motoristas, o fluxo de veículos era bom e o tempo de espera no pare e siga não ultrapassava os cinco minutos. Mas, segundo motoristas, em horários de maior movimento, a fila de carros dobra e o tempo de espera triplica.
“À tarde é comum eu ficar mais de 15 minutos esperando a liberação do trânsito na via. É um transtorno”, lamenta Gustavo Ventura. Há cinco meses, o trânsito no trecho flui em meia pista, no sistema pare e siga, 24 horas por dia. A Rota 116 realiza uma grande obra de engenharia no quilômetro 78 para conter o movimento da terra provocado pela ação da água que desce da encosta e eleva o pavimento da rodovia, formando o desnível na pista batizado como “calombo”.
Para isso, estão sendo instalados dutos para captar e drenar a água de uma nascente localizada no alto do morro lateral à pista. No local, já foram realizados serviços de contenção nos últimos anos.
Rosane Tavares mora em frente à obra, na Rua Álvares de Azevedo, e está acostumada com o vai e vem de carros na RJ-116, mas ela não vê a hora dos serviços acabarem para a estrada ser liberada. “Essa obra é necessária porque vários acidentes já aconteceram aqui por causa do “calombo”. Eu concordo com os motoristas. Já passou da hora desse serviço ser agilizado para acabar com esse pare e siga, que faz as pessoas perderem tempo no trânsito”, diz a moradora.
A obra no trecho já foi embargada uma vez pela Prefeitura de Nova Friburgo e também parou por causa das festas de Natal e Ano Novo e o feriado de carnaval. Em nota, a Rota 116 informou que o trecho deve ser liberado em maio.
“A complexidade da obra desenvolvida no local se deve ao tipo de terreno, instável por natureza e que sofre, ainda, os efeitos da água que nasce naquele ponto. A drenagem de toda a área, inclusive na parte alta e a sua contenção, tem o objetivo de minorar esse tipo de instabilidade que acaba por causar desníveis no piso asfáltico. Soma-se a isso, o grande período de chuva ocorrido no verão, que ocasionou atrasou a entrega dos serviços, que estava prevista para ocorrer no fim do mês de março”, encerra a concessionária.
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