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Bastidores da Política - 27/03/2013
quarta-feira, 27 de março de 2013
por Jornal A Voz da Serra
Nova Friburgo perde empregosNúmeros oficiais do Ministério do Emprego mostra forte retração no comércio, indústria e administração públicaSe o comércio continua com as vendas em queda livre, a indústria produz menos e como a corda sempre arrebenta para o lado mais fraco, a quantidade de emprego também despenca. Esse quadro negativo, infelizmente, retrata a realidade econômica de Nova Friburgo. Os números oficiais do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho não deixam dúvidas: de janeiro de 2012 a fevereiro deste ano, entre admissões e demissões, o passivo foi de 1.426 empregos formais. Em 2011, ano da tragédia climática, Nova Friburgo já havia contabilizado também um baque enorme no comportamento do mercado de trabalho formal, em virtude da destruição e fechamento de atividades de empresas. Em 2012, o município fechou 515 postos de trabalho e o saldo deste início de ano também é preocupante: embora tenha ocorrido uma tímida reação em fevereiro, com a criação de 125 empregos com carteira assinada, o mês de janeiro foi desastroso, com a perda de 1.036 vagas, sobretudo, no comércio, indústria de transformação e na administração pública.Os departamentos de Recursos Humanos das empresas friburguenses estão abarrotadas de currículos profissionais. Entretanto, há uma carência de qualificação dos interessados nas poucas vagas disponíveis no mercado. O contraponto nesta história fica por conta da reclamação dos profissionais mais gabaritados com a relação ao valor do salário pouco atraente oferecido pelos empresários e comerciantes.A falta de oportunidade faz o balcão de empregos da Prefeitura/Sine, na antiga Rodoviária Leopoldina, ficar abarrotado de pessoas em busca de emprego, diariamente. Mas as opções não são muitas. Ontem, terça-feira, 24 vagas disponíveis para funções diversas, tais como mecânico de automóveis, auxiliar de serviços gerais, plantonista do hospital público, operador de empilhadeiras, servente de emprego, assistente de vendas, entre outros. Pouco, muito pouco para um município do porte de Nova Friburgo.Salário baixo e carga de trabalho muito altaOutrora pujante economicamente, Nova Friburgo enfrenta sérios problemas sociais. Além do desemprego em alta, outra situação, sem dúvida, é a má distribuição de renda. Segundo o IBGE, a maioria da população friburguense, estimada em 180 habitantes, tem um rendimento nominal de no máximo dois salários mínimos.Ainda segundo os últimos dados do IBGE, cerca de 38 mil friburguenses não têm qualquer tipo de rendimento. Outros 39 mil afirmaram receber salário mínimo, enquanto outros 47 mil estão na faixa de um a dois mínimos. Entre dois e cinco mínimos, está um contingente populacional de 24 mil friburguenses. Entre cinco e dez mínimos, sete mil pessoas; e de 10 a 20 mínimos, cerca de duas mil pessoas. Uma fatia ínfima da população, pouco mais de mil pessoas, recebem mais de 20 mínimos.Além de um rendimento baixo, o cidadão friburguense tem uma carga horária pesada. Cerca de 43 mil têm uma jornada semanal de 44h e outros 33 mil acima desta média. Ou seja, são submetidos a uma jornada acima de oito horas diárias, seis dias por semana. Os novos dados do Censo revelam que dos 180 mil habitantes de Nova Friburgo somente 15 mil residentes tem curso superior completo. Embora sejam maioria na população, as mulheres continuam em desvantagem no emprego: 50,4% da população friburguense que tem renda própria é do sexo masculino.
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