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Nova Friburgo encerra um dos períodos políticos mais críticos de sua história
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
por Jornal A Voz da Serra
Virar a página, sacudir a poeira e recomeçarA partir da próxima terça-feira, na virada do ano, Nova Friburgo inicia uma nova era. Não obstante Rogério Cabral (PSD), 50 anos, representar uma renovação política pelo fato de assumir pela primeira vez a cadeira número 1 do município, a posse do prefeito eleito também pode ser uma luz no fim do túnel. Afinal de contas, nunca, em seus quase 200 anos de existência, o município teve momentos tão tumultuados como nos últimos quatro anos com a inusitada e frenética troca de prefeitos. No total, como se sabe, foram três. Em apenas quatro anos, nunca é demais ressaltar. A esperança dos friburguenses que foram às urnas em 7 de outubro, para votar ou não no candidato vitorioso, é que Nova Friburgo consiga virar a página e reencontrar a paz e a estabilidade, fundamentais para a retomada do desenvolvimento socioeconômico.Aliás, há quatro anos, quando o então prefeito eleito Heródoto Bento de Mello (PSC), neste mesmo período de dezembro, se preparava para assumir o terceiro mandato, a expectativa era bem diferente do que viria acontecer. Praticamente metade dos eleitores havia ido às urnas para escolher o octogenário que, na campanha, venceu as eleições prometendo o trem do futuro, um aeroporto, um salário digno para os servidores públicos e soluções para os problemas da saúde pública, entre outras. HBM, vítima de um acidente em uma estação ferroviária na Suíça em setembro de 2010, saiu de cena. Verdade seja dita, por várias vezes anunciou publicamente que oportunamente retornaria aumentando as expectativas que nunca se confirmaram. Inimigo histórico de HBM, o vice Dermeval Barboza Moreira Neto foi alçado ao poder. Se, por um ano e dez meses—de janeiro de 2009 a setembro de 2010—ele ficou à margem das decisões administrativas, Dermeval acabou assumindo a cadeira número 1 sem saber quanto tempo ficaria no cargo. Não titubeou ao afastar de cargos estratégicos seus desafetos. No início de 2011, quando pretendia deslanchar o governo, sucumbiu na tragédia climática, uma das maiores do planeta. Melhor explicando, acabou soterrado por uma avalanche de denúncias que acabaram por afastá-lo do cargo em 7 de novembro de 2011, por decisão da Justiça Federal. As investigações contra Dermeval na esfera do Legislativo nunca chegaram ao fim. Por outro lado, o sonho de derrubar as liminares que impediram o seu retorno à Prefeitura também não vingaram. Dermeval não foi cassado, mas acumula inúmeros processos que, certamente, terá que responder nos próximos anos. Ele é inocente ou culpado?Com HBM e Dermeval afastados, por decisão judicial, coube ao presidente da Câmara, Sérgio Xavier (PMDB), encerrar o conturbado momento político friburguense. É verdade que o sonho do ainda mandatário era ficar mais de um ano e um mês na Prefeitura, porém, as pesquisas de avaliação pessoal e de governo conspiraram contra. Serginho pensava em concorrer à reeleição, mas foi demovido pelos aliados políticos, sobretudo, pelo governo estadual. Numa reunião no Rio de Janeiro, ainda na pré-campanha eleitoral, ficou decidido que o candidato a prefeito seria Rogério Cabral. Serginho será recompensado futuramente com um cargo de destaque no governo Sérgio Cabral (será?) a partir de 2013. A estratégia política deu certo: Rogério atropelou a ex-aliada Saudade Braga (PSB), bateu a revelação política Jairo da Wermar (PHS) e conquistou a sua sétima vitória eleitoral consecutiva.Tanto quanto cumprir as promessas de campanha—a saúde pública e a reconstrução da tragédia são as principais—cabe ao novo prefeito a tarefa de virar a dramática página da situação política instalada nos últimos quatro anos. Não errar, aceitar o diálogo franco e sincero, e tomar posições firmes pode ser um bom começo. Portanto, está chegando a hora de sacudir a poeira, dar a volta por cima e recomeçar.
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