Bastidores da Política - 23 de dezembro.

Olney: ‘O governo federal conhecerá Nova Friburgo’ Quatro anos de vida pública, três eleições na bagagem e, agora, senador suplente diplomado. O período foi marcado por conquistas. Nesta entrevista, Olney avalia seu mandato de deputado estadual, que se encerra no final de janeiro, analisa o governo municipal e o cenário político local e ainda revela as dificuldades que vem enfrentando na vida pública. Ao prestar contas, Olney diz estar feliz com seu início de vida política: “Foram duas eleições vitoriosas (deputado e senador suplente) e a ocupação de uma das vice-presidências da Alerj, com mais de 1,8 mil projetos e emendas ao Orçamento estadual e 12 leis aprovadas”, afirma. Ele aproveita para lançar um desafio: “Desafio um deputado estadual, seja de Nova Friburgo ou de fora, que tenha trazido mais conquistas para a nossa cidade. Eu mostro as minhas, e eles mostram as deles”. BASTIDORES DA POLÍTICA - Chegando ao final do mandato, quais foram suas principais dificuldades? OLNEY Botelho - Não é nada fácil a vida de um deputado de primeiro mandato, principalmente nos dois primeiros anos. A Assembleia Legislativa é uma casa complexa e confesso que os primeiros meses foram muito difíceis, pois a gente perde muito tempo até conhecer os meandros do processo legislativo. É pena que um deputado de primeiro mandato perca tanto tempo até conseguir se situar, o que acaba gerando um sentimento de que poderia ter feito mais. Agora entendo porque muitos deputados, que estão lá a mais de um mandato, defendem que só a partir da segunda passagem pela Alerj é possível trabalhar de forma mais objetiva, não só no dia a dia do Legislativo, mas, principalmente, em benefício da região que representamos. BASTIDORES - Recentemente, o senhor foi eleito senador suplente de Lindberg Farias. Como isso aconteceu? OLNEY - Eu já havia decidido não participar das eleições para tentar a reeleição para deputado estadual. Mesmo com as pesquisas me dando ampla vantagem e tendo no partido um puxador de votos como Wagner Montes. Mas, depois de ter desistido, recebi ligações do ministro do Trabalho, Carlos Lupi, do governador, Sérgio Cabral, e de várias outras lideranças. Acabei aceitando porque coloquei Nova Friburgo em primeiro lugar. É importante ressaltar que a indicação só aconteceu porque o PDT reconheceu o trabalho que eu fiz em Nova Friburgo e na região. BASTIDORES - E na sua opinião, como está a política de Nova Friburgo hoje? OLNEY - Tem um senador suplente, um deputado federal eleito e um deputado estadual suplente. Isso significa poder político, algo que o governo municipal precisa aproveitar. O prefeito interino, Dermerval Moreira Neto, abriu as portas, o que não tinha ocorrido enquanto Heródoto e Braulio Rezende estavam por lá. Agora vamos ver o que vai acontecer. Hoje eu torço para que duas coisas aconteçam: primeiro, que Heródoto recupere sua saúde. Ele faz parte da nossa história. E, segundo, que a Prefeitura funcione, porque perdemos muito tempo com brigas políticas pequenas. BASTIDORES - Falando em Prefeitura, qual é o principal desafio do atual governo municipal? OLNEY - Sem dúvida nenhuma, cumprir as promessas feitas durante a campanha: o trem, o novo hospital, o aeroporto, o cartão-saúde... O prefeito interino também estava lá e participou da construção destas promessas. O povo não aguenta mais esperar. As pessoas estão enfrentando filas nos postos de saúde durante a madrugada, falta de médicos, meses para conseguir realizar um exame. Sem falar no trânsito, que está caótico, nos profissionais da educação sendo humilhados, na falta de geração de empregos, ruas esburacadas e bairros deixados de lado. O tempo passa rápido e a palavra mágica, que faltou ao atual governo, é planejamento. BASTIDORES - Você apoiaria projetos do atual governo? OLNEY - Claro! Virar as costas para o governo seria virar as costas para Nova Friburgo. Nunca fiz isso e nunca farei. Vamos ver se agora a prefeitura se aproximará mais dos políticos eleitos. Acredito que sim. BASTIDORES DA POLÍTICA - E o seu mandato, cumpriu o que prometeu? OLNEY - Com certeza! Eu falei que faria projetos pensando na terceira idade e fiz o Maturidade; falei que faria projetos para educação e reformei o prédio do Ienf; consegui verbas para melhoria de todas as escolas estaduais localizadas em Nova Friburgo e também computadores, além da reconstrução da estrada de acesso à Uerj. Falei que faria pelo esporte e trouxe o Centro de Treinamento e Promoção Social do Friburguense, o placar eletrônico e o fortalecimento do Projeto Solução. Na área social, consegui a van para transporte dos pacientes da Apae, fortaleci o Pão com Sopão; o Centro de Internet Comunitária, em Olaria, o Centro Social Rubens Guerra, no Floresta, e o projeto Suderj em Forma. Preocupado com as chuvas na cidade, consegui o sistema de monitoramento de cheias. Na área da saúde, foram três grandes conquistas e uma frustração. Primeiro a UPA 24 horas, em Conselheiro Paulino, que também quero levar para Olaria. Depois, uma ambulância para o Hospital Raul Sertã e dois leitos completos para UTI. A frustração é o Centro de Atendimento Oncológico (tratamento de câncer). O dinheiro foi liberado desde o governo anterior, mas por questões políticas a coisa não andou. Viajei várias vezes a Brasília com este objetivo, mas aquele estilo antigo de fazer política – que, infelizmente, ainda está aí – impediu que a população tivesse essa vitória. E, a maior das minhas promessas, a geração de empregos. Também consegui com o deputado federal Jorge Bittar um Centro de Convenções para Nova Friburgo, o pórtico da cidade e também uma verba para o nosso turismo. Sem falar que fizemos um golaço com o ministro Carlos Lupi (Trabalho), emplacando o maior programa de capacitação do interior do Estado, para atender a quase 4 mil jovens. BASTIDORES - Essa prestação de contas é um desafio para os outros políticos? OLNEY - Eu desafio qualquer deputado ou deputada estadual a mostrar mais conquistas “palpáveis” do que eu. Falar de projetos é fácil: eu tenho mais de 1,8 mil projetos e emendas ao orçamento. Falar de lei é fácil: eu tenho 12 aprovadas em apenas um único mandato. O meu site, www.olney.com.br, tem ainda mais informações sobre o meu mandato. BASTIDORES - Só Nova Friburgo ganhou com o seu trabalho? OLNEY - Não. Bom Jardim conseguiu atrair indústrias, porque eu consegui levar eletricidade de qualidade para lá. Era um problema sério daquele município e que agora está resolvido. Duas Barras terá uma indústria de biscoitos e todos os municípios desta região ganharam cursos de capacitação. BASTIDORES - E a eleição como senador suplente? OLNEY - Muito estudo e preparação para assumir o mandato assim que for chamado. Durante a campanha, o Lindberg focou muito o trabalho para as pessoas menos favorecidas e esse é o caminho. Vou trabalhar para beneficiar essas pessoas, trazer capacitação profissional e trabalhar geração de empregos para desenvolver oportunidades para todos. O Estado do Rio precisa aproveitar ainda mais as janelas que aparecerão por causa da Copa do Mundo, das Olimpíadas e do Complexo Petroquímico de Itaboraí. E, o mais importante: o governo federal conhecerá Nova Friburgo, independente do fato de assumir ou não o mandato de senador. As portas já estão abertas, a população de Nova Friburgo pode ter certeza de boas notícias a partir de 2011. BASTIDORES - Deixe uma mensagem para Nova Friburgo. OLNEY - Eu estou mudando o caminho, não o destino. Tornei-me um político e, como tal, trabalharei onde estiver para que Nova Friburgo tenha cada vez mais qualidade de vida para a população. E desejo a todos boas festas e um ótimo 2011. Podem contar comigo.