Editorial - Dinheiro na hora certa

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
por Jornal A Voz da Serra

NO MESMO dia em que o presidente Lula recebia milhares de prefeitos de todo o Brasil e prometia o crescimento econômico em 2009, apesar da crise mundial, e também a abertura dos cofres públicos para as prefeituras brasileiras, quer parcelando a perder de vista os seus débitos com a Previdência Social, quer emprestando através dos bancos oficiais, o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, apelava para a união de esforços das prefeituras fluminenses para a questão ambiental no estado do Rio. O ministro de uma área tão sofrida pode, enfim, abrir um novo caminho aos cofres do governo para os projetos adormecidos.

CONTUDO, o otimismo está longe da realidade das administrações municipais, nas quais o meio ambiente ainda é assunto secundário na pauta de governos atrás de dinheiro para a escola e a saúde. Este não deveria ser o caso de Nova Friburgo, mas é, pois a cidade avança pelo milênio sem um metro de rede de esgotamento sanitário, por exemplo, e não deveria desperdiçar esta chance com o aceno do ministro para obter recursos em investimentos ambientais conforme as promessas de Lula.

O MINISTRO, no encontro com prefeitos do estado do Rio, no dia 10, lançou a ideia de que os municípios concorram entre si na preservação do meio ambiente, levando assim mais qualidade de vida para as populações. E quer também investir em corredores ecológicos na região. Para quem tem uma Mata Atlântica fortemente ameaçada, com mananciais de abastecimento urbano, como o Rio Macaé, e toda a continuidade da Mata por entre diversos municípios, a notícia não poderia ser melhor. Desde que haja vontade política dos governantes.

A EXPANSÃO imobiliária, aliada à venda de terras produtivas para fins residenciais, provoca a cobiça dos que desejam um canto verde e a força do poder econômico não estabelece limites, pondo em risco uma área de alta relevância na manutenção do meio ambiente friburguense. Os exemplos são inúmeros, avançando por diversos caminhos, inclusive ao longo da Serramar, estrada ecológica de rara beleza natural não adequadamente administrada pelas autoridades ambientais do município e do estado.

O IMPORTANTE patrimônio natural friburguense tem sido deteriorado ao longo dos anos por queimadas e pela construção irregular em encostas, tanto no meio urbano como na área rural. A falta de investimentos promove a descontinuidade de políticas preservacionistas e os exemplos podem ser vistos em qualquer parte de Nova Friburgo. O atual governo não pode perder a oportunidade de criar a “alma verde” dita por Heródoto, materializando os projetos até hoje sonhados. Enquanto Lula é presidente.

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