Impressões - 06/09/2014

sexta-feira, 05 de setembro de 2014
Dona do pedaço  Foto: Amanda Tinoco Ela reina soberana, superior às demais existentes nas duas avenidas que margeiam o Bengalas, exibindo uma frondosa copa, protegida por grosso tronco com diâmetro maior que duas braçadas humanas, conforme retratada por Amanda Tinoco. Esta espécie de "bougainvillea arvore” ou "Primavera” (da família Nyctaginaceae) que atualmente floresce é uma das maiores árvores do passeio público friburguense, e com toda razão obrigou a Prefeitura a desviar a pista para ciclistas existente na avenida Galdino do Valle, respeitando sua exuberante presença. Com todo o respeito.  O exemplo desta bela árvore deve ficar como sugestão para que o Departamento de Parques e Jardins da Prefeitura se anime a fazer um plantio de outras espécies nas ruas e avenidas da cidade. Motivos não faltam para reverenciá-la.    "Culto da vida pela vida” Três horas por dia é a média que as mulheres gastam no Facebook. Mais do que o dobro do tempo dos homens. Entrar na rede social é a primeira ação diária de muitas delas, antes mesmo de ir ao banheiro ou escovar os dentes. Uma atividade cumprida como um ritual todos os dias — e noites. Em um estudo, 21% admitiram que se levantam durante a noite para verificar se receberam mensagens. Dependência? Cerca de 40% delas já se declaram, sim, dependentes da rede. Elas são a maioria não só no Facebook (onde representam 57% dos usuários); também têm mais contas do que os homens em 84% dos 19 principais sites de relacionamentos.  Revelações como esta foram apuradas numa pesquisa feita pelas empresas Oxygen Media e Lightspeed Research, que analisou os hábitos on-line de 1.605 adultos. Que motivos levam as mulheres a ficar tanto tempo na frente do computador? Vaidade? Necessidade de reconhecimento? Seria esse fenômeno uma nova forma de autoafirmação? Uma maneira de desenvolver sua individualidade? Uma nova forma de buscar sociabilização?  As mulheres agora querem ser vistas como "reais”: escovam os dentes, fazem caretas para a câmera, dirigem seu carro e não se importam em ser fotografadas em momentos que antes estariam à margem da esfera pública. Tanto que 42% das usuárias do Facebook admitem a publicação de fotos em que estejam embriagadas e 79% delas não veem problemas em expor fotos em que apareçam beijando outra pessoa. A regra é: quanto mais caseiro, "mais natural”; melhor. O que não significa que essa imagem seja, efetivamente, "natural”, mas que há agora um "gerenciamento da espontaneidade”, segundo os sociólogos. Sinal dos tempos. Armadas e mal amadas     Fardadas e de fuzil na mão, as mulheres podem passar despercebidas no meio de uma tropa, embora estejam conquistando cada vez mais espaço dentro das Forças Armadas em diferentes países do mundo. Em países como Alemanha, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Finlândia, Israel, Noruega, Nova Zelândia, Suécia e Suíça, por exemplo, elas podem participar, inclusive, da linha de frente dos combates. No Brasil, só podem ser combatentes, por enquanto, como pilotos de caça da Força Aérea Brasileira. Só nos Estados Unidos, entre 2003 e 2009, mais de 200 mil mulheres serviram no Oriente Médio, principalmente no Iraque. Entre elas, cerca de 600 ficaram feridas e pouco mais de 100 morreram em combate. Na França, de acordo com o Ministério da Defesa, entre os cerca de 340 mil soldados no país, há mais de 50 mil mulheres. Um e-mail que circula na internet mostra fotos de militares de diversos países com seus respectivos uniformes. As duas que selecionamos, entretanto, não mostram um dado alarmante: elas continuam sofrendo preconceito dentro das Forças Armadas e os casos de estupro são frequentes. Por exemplo: cerca de 3 mil militares norte-americanas sofreram violência sexual em 2008. Dentre as que estavam servindo no Iraque e no Afeganistão, o número subiu para 25%. Em 2009, 30% das mulheres foram estupradas durante o serviço militar, 71% foram vítimas de violência sexual e 90% de assédio sexual. Relatório do Congresso dos EUA concluiu que 90% das agressões sexuais não são notificadas, na maioria dos casos, devido ao receio das vítimas de serem perseguidas.    Pawel Kuczinski Este polonês de 38 anos, formado pela Academia de Belas Artes de Poznan com especialização gráfica, é sensação nas redes sociais e detentor de quase 100 prêmios. Seu trabalho, belíssimo e de fino acabamento, é famoso por suas críticas, que nos fazem pensar na vida, na política, na justiça e em tudo que existe de importante neste mundo. Ele decidiu apostar na sátira crítica a partir de 2004 e desde então vem recebendo diferentes prêmios por trabalhos que nos remetem à pobreza, à fome, à guerra, ao trabalho infantil, à corrupção, à poluição e à desigualdade social. Uma obra para olhar uma, outra vez e mais uma para ver o real conceito da ilustração. Ninguém fica indiferente à sua obra.   "Marvada” campeã Apesar de o governo ter priorizado o sul do Estado do Rio para investir no circuito de cachaça artesanal, a Região Serrana, em termos de qualidade, nada fica a dever aos demais produtores fluminenses. Inclusive, ostenta o prêmio de melhor destilado do mundo em concurso na Bélgica, superando famosos whiskies e vodcas. O evento foi em Bruxelas em 2013. A cachaça Atrás da Lua, de Duas Barras, já está com embarques de seus produtos "ouro” e "prata” acertados para a Alemanha, Nigéria e Estados Unidos.  Por que não um polo serrano reunindo as cachaças de Nova Friburgo, Sumidouro, Carmo e Duas Barras? Também devemos desmistificar a cachaça do estigma de ser uma "bebida de pinguço”. Afinal, a famosa caipirinha é produto nacional e a cachaça mais ainda, um patrimônio cultural brasileiro.    Lendo o mundo   Darren Russell A escritora inglesa Ann Morgan realizou um fato no mínimo curioso. Acostumada a ler somente literatura inglesa, resolveu saber o que vem sendo escrito pelos 195 países membros da ONU e decidiu então ler um livro de cada um deles em apenas um ano. A parte mais árdua do desafio foi obter um exemplar das nações, o que foi obtido graças à construção de um blog na internet (Um ano de ler o mundo) e apelar para sugestões de títulos que poderia ler em inglês.  A resposta foi positiva, recebendo exemplares de todas as nações, inclusive dos países da comunidade lusófona na África, como Moçambique e Guiné Bissau ao Turcomenistão. Em outros não encontrou livros devido à tradição oral, como nas Ilhas Marshall ou no Níger, onde predominam os contadores de história treinados desde os dois anos de idade.  Através da leitura das histórias compartilhadas por estranhos "livrescos” em todo o mundo, Ann percebeu que não era uma pessoa isolada, mas parte de uma rede que se estendia por todo o planeta.
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