Currículo com drogas e vandalismo
Em recente reunião acadêmica um sociólogo procurava explicar os ingredientes que conduzem jovens universitários para o cometimento de ilícitos, mais especificamente para o vandalismo e para o consumo de drogas que, via de regra, terminam em registros fatais. Para o estudioso, em princípio, os jovens são expressões da sociedade permissiva, arrogante, que preza a impunidade e a corrupção e à invocação do poder econômico, político ou social como passaporte que sobrepuja as leis e regulamentos. Significa que integrantes das camadas de maior poder aquisitivo têm uma visão distorcida dos excessos e das consequências. Nas faixas mais modestas, no âmbito dos excluídos, das comunidades periféricas a situação empurra para o subemprego ou para o delito, para o tráfico e para a prostituição, e os presídios estão abarrotados de jovens na faixa de 20/25 anos.
Os moços bem nascidos, vestidos, nutridos e com certa instrução, sendo preparados para a condução do país, é que causam preocupação, pois para os outros é suficiente construir presídios e investir cada vez mais nos esquemas de segurança, hoje o principal objetivo dos gestores públicos. Pelo menos é assim que raciocinam as denominadas autoridades.
As manifestações antissociais são flagrantes em ambos os lados. Sob um prisma pelo excesso e sob outro pela carência. Qual a solução?
Para o analista em tela a desestruturação da família alavancou o descontrole social e erigiu a figura do pai. Uma fonte de boas roupas, bons colégios e faculdades, automóveis, dinheiro e até seguranças, mas nunca um conselheiro e orientador de irrestrita confiança.
O casamento, avalista da instituição familiar, foi abolido ou serve apenas para um brilhareco social que é integralmente levado a sério. Como artista da mídia eletrônica, o concubinato substituiu o himeneu e a juventude vive o sonho de consumo restrito de drogas, sexo e rave.
Há algum tempo uma turma de formandos de Medicina, na cidade de Londrina (PR), alcoolizada ou drogada, invadiu o Hospital Geral da cidade, comemorando o fim de curso e quebrando o que encontrava pela frente.
Alguma explicação racional para o fato? Um cruzeiro do transatlântico MSC Opera, entre Rio e São Paulo, exclusivo para universitários, foi transformado em orgia coletiva, de centenas de jovens bêbados, alucinados, promovendo aberrações que chocaram os tripulantes. Uma quase menina, de 20 anos, estudante de Direito, morreu de overdose. Alguma lógica para tal comportamento? O sociólogo não soube, mas alguém pediu a palavra e quase inaudivelmente a sentença: está faltando Deus no coração de todos, ricos e pobres. E mais não disse.
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