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Leitores - 06/03/2014
quinta-feira, 06 de março de 2014
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Uma viagem de cão!
Essa nossa gente fala cada coisa engraçada... e incompreensível também. Uma dessas expressões mais intrigantes muito comuns no Nordeste, por exemplo, é esta: fazer uma viagem, ou qualquer outra atividade, de cão. A coisa começa a ficar confusa porque a palavra cão tem, pelo menos, dois sentidos. Pode ser usada como sinônimo de cachorro ou de Satanás, demônio... Sendo assim, em nenhuma das opções a referência pode ser considerada boa. No caso do Satanás, as viagens não devem ser as melhores, já que ele não pode ser desejado como uma boa companhia para um viajante. Já com os cachorros, a coisa pode gerar muita dúvida. Uma vida de cão, por exemplo, pode não ser tão ruim assim. Aliás, por incrível que pareça, não são poucos os casos nos quais a vida humana pode desfrutar de menores comodidades do que a vida de alguns animais de estimação! Na última quarta-feira, participamos de um conjunto de acontecimentos capazes de levar nossa experiência a concorrer ao título de uma viagem de cão. A aventura começou quando resolvemos antecipar nossa viagem para fugir do congestionamento do início do carnaval. Infelizmente, as coisas não funcionaram muito bem porque os tumultos do trânsito na cidade são cada vez maiores, mesmo em dias normais. Para começar, encontramos a rodoviária com um movimento bem maior que o habitual, se antecipando ao grande fluxo de passageiros do carnaval. Na plataforma de embarque, a situação estava um pouco pior, com muitos ônibus atrasados, muitas reclamações e uns poucos funcionários mal preparados para lidar com a situação. Apesar do aparente caos, nosso carro chegou, permitindo a continuidade da nossa tumultuada viagem. A entrada dos passageiros seguiu o mesmo cardápio de desencontros, com algumas pessoas querendo embarcar com passagens de outros horários e até de outras rotas, além das discussões provocadas por questionamentos totalmente despropositados para a circunstância. Vencido o estágio do embarque, tentamos sair da rodoviária, mas encontramos as vias de acesso à Ponte completamente congestionadas. A situação não se alterou muito até a chegada em Niterói, cerca de uma hora depois. Saindo dali até a chegada em São Gonçalo, resolvemos residir definitivamente no ônibus, já que o veículo não se mexia durante horas sem fim. No meio disso tudo, uma passageira desprovida de qualquer senso de ridículo levantou-se várias vezes para interpelar o motorista sobre a hora da conclusão a viagem; outra, mais modesta, queria apenas descobrir em que ponto da estrada deveria descer; uma terceira viajava com uma enorme jaula, na qual, certamente, conduzia um animal, segundo sua avaliação, faminto. Pela falta de alternativas, todos esses problemas se tornaram públicos, envolvendo muitos dos passageiros. Por fim, como não há mal que sempre dure, conseguimos ultrapassar o congestionamento, tomar a RJ-116 e fazer o restante do percurso com tranquilidade, gastando apenas 6 horas e poucos minutos para completar o percurso de 120 quilômetros. Para a felicidade de todos e para que ninguém ficasse pensando no pior, descobrimos ao desembarcar que viajamos sob a proteção de nosso Deus, mas a senhora da jaula conduzia apenas um cão, o que comprova, por outro lado, que fizemos uma viagem de cão! P.S. A propósito deste texto, recebemos o seguinte comentário: pior é ter vida de cão! Mas, como você bem lembrou: nem todos. Acabo de ver uma reportagem sobre um tal que foi maltratado, mas que agora a protetora faz campanha para que as pessoas de bom coração mandem o alimento de que ele precisa e que, simplesmente, custa mais que cem reais por dia. São R$ 16 cada lata e ele come dez latinhas ao dia! É um pobre cão que sofreu maus tratos. Tinha vida de cão! Mas agora estão procurando o ex dono para darem o troco. Certamente, esse vai saber o que é vida de cão. E o pitibulzinho está numa clínica muito melhor que uma UPA! É, realmente, a expressão não faz sentido.
Anacleto Vasconcelos
Centro de Nova Friburgo parado
Segunda-feira, 3, às 6h45, levo minha esposa ao ponto de ônibus em Olaria (ela é enfermeira e está cuidando de paciente no Parque Maria Teresa) e, para nossa surpresa, não passava ônibus e no sentido Centro-bairro, nenhum veículo. Descemos a pé até a rua Duque de Caxias e ao chegar ao Paissandu avistamos o primeiro motivo: três carros alegóricos fechavam a via. Continuamos nossa caminhada a procura de um ponto onde estivesse passando ônibus. Nessa altura, já tinha um grande grupo de pessoas na mesma situação, sem informação alguma. Na Avenida Galdino do Valle, a mesma situação: carros alegóricos travando a passagem dos veículos. Chegamos ao ponto de ônibus que fica após o antigo posto Select e avistamos mais um carros alegórico fechando a passagem na ponte da rua Sete Setembro e os ônibus vindos dos bairros estavam entrando no Suspiro , retornando sabe-se lá onde, e chegando no lado sul da integração , isso porque a Av. Alberto Braune estava ainda fechada. Às 8h, minha esposa conseguiu embarcar no ônibus, que ainda ficou preso em engarrafamento por mais um tempo. Eu voltei a pé para Olaria e no caminho fotografava os carros alegóricos parados e parando as vias. Notei que não havia nenhum agente da Autran, Polícia Militar ou Guarda Municipal para controlar o trânsito ou dar orientação aos motoristas que seguiam com destino ao Rio de Janeiro – e não passavam devido aos três carros alegóricos que também fechavam o viaduto Jeremias de M. Fontes. Vergonha total! Uma cidade sem comando, sem planejamento para realizar eventos. Onde que se permite fechar as vias mais importantes da cidade e não se ter ninguém para orientar? Como se permite a passagem de carros alegóricos sem verificar a altura e largura dos mesmos em relação às vias? Estamos cansados de ver e sentir os desmandos nesta cidade. Depois vem o cel. Hudson falar que faltam agentes na Autran e etc. e tal, mas como fica quem precisa se locomover? E o meu direito de ir e vir? Quero ressaltar ainda que tenho fotos de tudo o que mencionei aqui , inclusive o horário (8h17) em que não havia ninguém cuidando do trânsito. Mais tarde apareceram dois agentes da Autran no Paissandu para tentarem organizar o que já estava caótico. Vergonhoso para Nova Friburgo.
Nelson de Santana
Ônibus da folia
Parabéns à Faol por seu ônibus da folia, animando a abertura do carnaval de sexta feira. Nos agraciou com antigas marchinhas (que me fizeram lembrar das matinês no Clube de Xadrez) e carregou vários foliões pela Alberto Braune. Um carnaval de famílias reunidas, desde o pequeno folião no colo dos pais até chegarem aos avós. Eu acredito, sim, que Friburgo ainda é um lugar para ser feliz, só deveria ser administrado por pessoas que realmente amem esta terra, da mesma forma que esta acolhe todos os tipos de imigrantes, visitantes e apaixonados por esta, ainda, Princesa da Serra.
Adriana Boy
Banda dos 9 aos 90
Há dez anos, nosso saudoso Claudio Lamblet teve a brilhante ideia de fundar uma banda que agradasse a todas as pessoas e que pudesse sair no carnaval trazendo alegria para crianças, adolescentes e idosos; nada melhor que o título de "Banda dos 9 aos 90”. Há dez anos, nas segundas e terças-feiras de carnaval, faça chuva ou faça sol, estamos lá, cantando com nossos queridos músicos da Campesina as mais belas marchinhas carnavalescas! Aí me aparece um camarada pra falar que ninguém conhece a banda e que levamos nota zero! Tá brincando, né? Dez anos não são dez dias, mil foliões não são dez pessoas atrás de um bloquinho de fundo de quintal, 30 músicos da requintada Campesina Friburguense não são três tocadores de caixinha de fósforo de boteco! É um absurdo ouvir que uma banda que está há dez anos no carnaval de Nova Friburgo arrastando pessoas de todas as idades pela Avenida Alberto Braune não é reconhecida. E tem mais: a banda não se reúne apenas no carnaval; fazemos ensaios em vários lugares da cidade e até fora dela, no fim do ano estamos reunidos em frente ao Bar do Mário, no Perissê, arrecadando alimentos não-perecíveis para instituições de caridade da nossa cidade! É lindo ver todos os anos caras novas (e as caras que estão desde o início) chegando para curtir uma festa saudável, em família, onde crianças de 9 até os idosos de 90 se divertem e pulam o verdadeiro carnaval! Respeita a moça, que aqui a patente é alta e a nota é acima de mil!
Erica Mendes de Figueiredo
A Voz dos Leitores
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