Leitores - 06/02/2014

quinta-feira, 06 de fevereiro de 2014
Mensagens pela internet sem identificação completa e textos digitados com todas as letras maiúsculas serão desconsiderados para publicação. Em razão do espaço, os textos podem ser resumidos ou editados. O jornal também se reserva o direito de publicar ou não as cartas dos leitores.   Faixa de pedestres Alguém poderia me responder para que serve aquela faixa de pedestre logo após o Banco do Brasil? Parece que está muito perto do sinal! Obrigada. Mariza Cardoso de Oliveira Sinalização de Mury A Voz da Serra é a mais importante fonte de informação da nossa cidade e merece ser valorizada! Suas reportagens são uma ferramenta fundamental para que a população consiga resolver problemas públicos deixados de lado pelos órgãos governamentais. Sou morador de Nova Friburgo há aproximadamente 10 anos e já me sinto friburguense. Mora no bairro Debossan há 6 e frequento diariamente o comércio e o bairro de Mury. Percebo que visivelmente existem melhorias de extrema urgência a serem realizadas. Uma das principais, creio eu, seria de responsabilidades da empresa Rota 116. Na avenida Manoel Carneiro Menezes, onde se encontra boa parte do comércio, seria necessário a revitalização da sinalização local. Faixas de pedestres, instalação de semáforos eletrônicos (para maior segurança dos moradores), faixas de estacionamento em ambos os lados, talvez uma indicação de locais de retorno, etc....  Já fui vítima da imprudência dos motoristas que por ali passam. Meu carro foi atingido por um veículo, quando manobrava para estacionar em frente ao mercado. O carro vinha no sentido Centro e não conseguiu parar devido a sua alta velocidade. Também presenciei várias e várias vezes carros, caminhos e motos avançarem o sinal vermelho, sem respeitar as leis de trânsito e aos moradores frequentadores do local. Quem não conhece o bairro e só passa por ali, não sabe da grande comunidade local e de turistas que existem nas adjacências desse local. Essas melhorias são vitais para esse bairro de Nova Friburgo. Além do mais, existe a grande possibilidade da ocorrência de uma tragédia, devido ao abandono antes citado. Espero que o jornal A Voz da Serra possa fazer uma reportagem sobre isso e com certeza assim conseguir das autoridades a realização dessas melhorias necessárias e merecidas. Agradeço mais uma vez a oportunidade e o espaço tão importante cedido por vocês! Rogério Pinheiro da Costa Ponto de Vista (1) Acrescentando mais um argumento às manifestações aqui colocadas apoiando o Ponto de Vista de Selmo de Oliveira Santos, sobre a instalação de um polo industrial na Tere-Fri, gostaria de dizer que essa ideia do governo municipal é fruto de uma concepção atrasada – e errada – de desenvolvimento: a noção de que um município, para se desenvolver, deve se expandir geograficamente, aumentando suas instalações físicas; noção esta que levou Nova Friburgo a seu infeliz estado atual. A meu ver, é necessário, por sua vez, agregar valor ao trabalho já produzido aqui, fazendo assim melhorar os salários, e ao mesmo tempo reduzir o valor dos impostos para empresas, como o movimento que se iniciou em torno dos brokers. Alberto Stanovich Ponto de Vista (2) Parabenizo o Sr. Selmo de Oliveira Santos quanto cita que a instalação de um Polo Industrial numa região onde sempre foi desenvolvida a agricultura familiar. Há alguns anos tive o prazer de conhecer a Escola Agrícola Alberto I num trabalho de campo da UFF Geografia, embora já conheça bem a cidade de Nova Friburgo, sua história e sua gente. Vi o grandioso trabalho pedagógico desenvolvido pela direção e procurando manter a garotada de hoje no campo. Lembro que um dos alunos nos deu uma aula de solo, de agricultura familiar, mostrou a escola, e não vejo por que ter que mudar o espaço agrícola num espaço industrial sendo um dos motivos da área estar próximo à Rio–Bahia. O diretor da Escola Agrícola coloca uma série de questões e talvez, humildemente, complementaria... Estão pensando também nas consequências para o meio ambiente local... Relembrando um pouquinho a história de Nova Friburgo, a partir da década de 1970-80, a cidade passa por um novo ciclo econômico industrial devido não só à abertura de mercado às importações de tecidos, bem como ao parque industrial local e nacional, ainda não competitivo com o mercado internacional. O que ocorreu na ocasião foi dado o primeiro passo: a Ypu, suas dívidas, má administração, falta de investimentos em novos maquinários obsoletos e, consequentemente, uma grande leva de desempregados que até hoje ainda rolam na justiça do trabalho para quitar suas dívidas. Sugeri em minha monografia que os três níveis de governo absorvessem a Ypu e por sua posição geográfica favorável, sua estrutura predial, área, a transformasse em um polo universitário federal, ou seja, a UFF, a UFRJ, visando principalmente a formação de mão de obra qualificada para o novo modelo econômico que estava surgindo na cidade: as micro e pequenas empresas e posterior o Polo de Moda Íntima. Que transformasse a Ypu não só visando e procurando qualificar melhor esta nova modalidade econômica local, mas também chegasse até a cidade cursos visando o próprio Hospital Raul Sertã, como a implantação da Faculdade de Medicina, cursos visando também o meio ambiente, a construção civil. Temos na cidade o maior produtor de couve-flor do estado, o 2º maior produtor de flores do país, perdendo para Holambra, e vão escrever que agricultura familiar não gera emprego... Cursos complementares e ligados à Escola Agrícola Alberto 1, ao campo, com a criação de cursos de agronomia, engenharia agrônoma, biomedicina, todos os tipos de engenharia.. Isto sim traria desenvolvimento também à cidade, seguraria a garotada, não só local, mas de cidades vizinhas... A Ypu está aí abandonada e ainda querem implantar e transformar o espaço agrícola da RJ-130 em espaço industrial, alegando que indústria gera mais emprego que campo... Eu só gostaria de lembrar que ao completar os 100 anos de industrialização têxtil em Nova Friburgo, e 100 anos da implantação da eletricidade, ambas com capital do Sr. Julius Arp e mais um grupo de alemães, lembrando que a cidade foi a 1ª a receber imigrantes alemães, tive a triste notícia de que a Arp estava fechando suas portas, mas que ao mesmo tempo, seu espaço estava transformando num condomínio Arp, e a casa do Sr. Julius Arp hoje é um restaurante. A família soube bem aproveitar seu espaço industrial mas sua grande indústria, que no passado gerou inúmeros empregos, infelizmente não continuou. Não consigo ver a RJ-130 transformada num espaço industrial. O novo modelo econômico industrial, pode ser que esteja ainda errada, no meu ponto de vista e de estudos, trata-se do Polo de Moda Íntima. Na RJ-130 temos o conhecido e chamado "cinturão verde do RJ”, uma área voltada para agricultura familiar, para o turismo, onde existem inúmeros hotéis fazenda, a Queijaria Escola, São Lourenço, totalmente voltados não só para a economia agrícola mas para o turismo de Três Picos/Salinas. Acho um absurdo colocar e implantar naquela região, no nosso cinturão verde, um Polo Industrial, sem pensar em alimento. Então tá, no futuro, no lugar de verduras, legumes, frutas, plantas, turismo (que gera divisas), leite de cabra, nós vamos saborear notas, cifrões... Serão comercializados para a Região Metropolitana, nas Ceasas, Hortifrutis, cifrões. Sae. Muda o espaço agrícola para um espaço industrial, acaba, extermina o meio ambiente local. Não bastou a chuvarada e suas consequências até hoje vistas, e tudo bem. Concordo com o artigo do Sr. Selmo e faço minhas também as palavras do Sr. Antonio Carlos Frossard.  Carmen Manangão  Condomínio empresarial: uma necessidade A instalação de um condomínio empresarial no terceiro distrito de Nova Friburgo (Campo do Coelho, Conquista) atende a uma demanda que o município reclama há tempos. Não há quem não perceba, no próprio bolso, o empobrecimento experimentado pela cidade nas últimas décadas. O município, desde o início do século XX, revelou uma vocação industrial pujante, que o fez polo de toda a região e forjou um patamar socioeconômico consideravelmente positivo. Diferente das cidades do entorno, que abraçaram a agricultura como atividade principal, Friburgo sobressaía-se por sua inovação industrial. Nova Friburgo tem, hoje, 1400 empresas industriais responsáveis por empregar 22.000 trabalhadores, que respondem por 42% da mão de obra com carteira assinada no município. É um dos maiores índices de penetração do emprego do setor, só perdendo para Porto Real (sul fluminense), que, na verdade, é um Distrito Industrial que se mancipou. Apesar disso, indústrias como Arp, Filó, Ypu, Haga, Sinimbu, Iwega, Eletro Mecânica, Teachers, entre outras tantas, ofereceram à cidade um desenvolvimento econômico importante. A crise que as assolou (enfraquecendo-as ou fazendo-as migrar para outras cidades) exige, hoje, que o município encontre outras formas de arranjo econômico que garanta à população emprego de qualidade e renda digna. As ideias que forjam a criação de um distrito empresarial seguem nessa direção: estimular economicamente o município, deslocar parte do centro econômico para uma região menos adensada populacionalmente e, sobretudo, com características topográficas mais amigáveis à logística. Além disso, em 2011, na tragédia climática, além de vidas, tivemos graves perdas em centenas de empresas que afetaram a geração de emprego e renda em nossa cidade. Uma das demandas surgidas do setor produtivo foi a da criação de um Distrito Industrial/ Empresarial que pudesse ser ofertado inclusive às empresa em áreas de risco, para que ser relocalizassem e continuassem sua atividade produtiva. Não se trata de uma aspiração de "poucas pessoas”. É, ao contrário, uma demanda de grupos representativos e devidamente instituídos como Firjan, Acianf, Codenf e também do setor atacadista e de transporte. São demandas de todo o setor produtivo e que estão sendo amplamente debatidas desde 2011. É verdade que a região do terceiro distrito é um polo agrícola destacado no cenário estadual, mas considerar que a implantação de um distrito empresarial fará sucumbir as atividades do campo é equivocada. Do ponto de vista dos novos arranjos econômicos, a pluralidade de atividades é benéfica. O tempo das atividades únicas (monocultura, monopólios etc) já passou. O razoável é que as atividades profissionais de todas as espécies dividam espaços comuns e fixem a população em suas localidades. Dizer que o distrito empresarial estimulará êxodo rural parece errado. O êxodo rural já é uma realidade. O brilhante trabalho realizado pela Escola Rei Alberto I (Ibelga), com a pedagogia da alternância, esbarra exatamente nesse problema: o elevado número de jovens que não deseja manter a atividade econômica dos pais e avós; anseia por ir para a cidade trabalhar em outros ramos. O terceiro distrito não é uma região pequena. De Conquista a São Lourenço, para se ter uma ideia, são mais de 20 km. No local escolhido para o polo empresarial, à beira da rodovia, não existe, salvo engano, expressivas áreas de lavoura. O que há, independente da criação do condomínio empresarial, são indústrias de confecções, construção pesada, queijaria, além do Ceasa e outras atividades comercias. A região já está em crescimento; o que se precisa, isso sim, é de planejamento (para que ocorra desenvolvimento com sustentabilidade). A instalação de um distrito empresarial, além de fomentar a atividade econômica formal, pagadora de impostos e geradora de emprego e renda, poderá também incentivar a regularização das pequenas propriedades rurais, de modo a colaborarem no recolhimento de tributos inerentes às suas atividades e, acima de tudo, oferecer à família do produtor rural outras opções de trabalho, estudo e perspectiva de vida; que não os faça desejar sair de sua terra rumo ao centro já repleto de gente e sem muito mais opções de trabalho. Aliás, o referido condomínio poderá incorporar empresas que agreguem valor à agricultura, em atividades de processamento e beneficiamento de frutas, legumes e verduras. O imperativo nesse momento é que haja um esforço legislativo, com bases técnicas bem fundamentadas, para que as empresas sediadas no novo condomínio sejam reguladas por princípios adequados às características da região; é importante que haja direcionamento das atividades empresariais (não exclusivamente industriais) que impactem minimamente o ambiente, bem como que ocorra fiscalização séria nesse campo. Aliás, essa é uma necessidade inclusive para a agricultura, sobretudo quando praticada sem as orientações técnicas competentes. Não é de hoje o apelo social e de mercado por vegetais produzidos em lavouras orgânicas, por exemplo. Em resumo, o distrito empresarial deve estimular a economia, aumentar o "PIB” local, gerar emprego e renda; deve, ainda, responder às vocações da região, especialmente em atividades cuja pegada ecológica seja a mais sustentável possível; não pode fugir de um pacote legislativo que, sem prejuízo do estímulo econômico, preserve às características locais, especialmente de modo a agregar valor às atividades já desenvolvidas na região; e, por fim, deve incrementar o setor educacional, favorecendo a oferta de escola pública de qualidade, com oferta, inclusive, de cursos técnicos e profissionalizantes, atividades de inovação tecnológica e inteligência. O fato é que Friburgo precisa se desenvolver. Ou seja, precisa de um planejamento de longo prazo que estimule a economia e a faça responsável com as questões de ordem ambiental. A crise que passamos é oportunidade de planejamento de soluções criativas mais pragmáticas e menos criticistas. Quantos aos interesses reais do terceiro distrito, certamente serão plenamente contemplados, sobretudo porque há organizações locais comprometidas com a questão, além dos representantes eleitos da região: além do Prefeito e do presidente da Câmara, expressiva bancada de vereadores. Por fim, vale lembrar: nossa maior indústria, a Stam, já tem filial em Bom Jardim. A Haga, uma de nossas pioneiras, também tem filial no município vizinho. Vamos assistir passivamente a esse movimento? Não podemos e não devemos. Insanidade, nesse cenário, é deixar o pouco que ainda temos se perder! Ricardo Lengruber Lobosco,  Antônio Carlos Celles Cordeiro, Codenf
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