Daniel Cunta
O crescimento do número de mortes no trânsito de Nova Friburgo já mostra que este ano, até o presente momento, há mais vítimas fatais em acidentes do que por armas de fogo. Entre as vítimas, nem sempre fatais, os motociclistas são os que mais sofrem com as ocorrências, já que utilizam um veículo com menos recursos de segurança.
Estatísticas nacionais mostram que morrem mais pessoas no trânsito que em guerras e conflitos civis em diversas partes do mundo. Este índice se deve ainda ao uso de bebidas alcoólicas por motoristas e a imprudência destes em ruas e avenidas, colocando em risco a própria vida e a de terceiros.
Em Nova Friburgo a 151ª DP tem registrado muitos acidentes neste início de ano, muitos com vítimas fatais. Ao todo já são oito mortes em colisões. Não estão sendo contados os casos com ferimentos graves ou leves e mesmo os considerados como autolesão (quando o condutor está sozinho no veículo e bate em algo que não outro carro ou pessoa, ficando ferido).
Os casos de homicídio também vêm revelando ocorrências pouco comuns na cidade. Há anos crimes contra a vida com o uso de arma de fogo têm sido ligados diretamente ao tráfico de drogas. Neste caso morrem devedores ou integrantes de quadrilhas rivais. Este ano foram registrados cinco assassinatos. Apenas dois estão sendo relacionados a entorpecentes.
O fato é que, numa cidade onde há tráfico de drogas (responsável pelo maior número de mortes de jovens no Rio de Janeiro, por exemplo), morre-se mais de acidente do que de tiro. Atualmente as estatísticas revelam que uma pessoa morre por semana vítima de colisões no trânsito de Nova Friburgo.
Mortes envolvendo motos representam 25% dos casos
São muitos os acidentes envolvendo motociclistas. Um simples tombo resulta em luxações, lesões e fraturas, quando não em óbito. Dos acidentes fatais registrados este ano, dois envolveram motos.
Os acidentes aconteceram na Avenida Governador Roberto Silveira, em frente ao DER, onde morreu Paulo Roberto dos Santos Nascimento, 32 anos, e na Ponte da Saudade, quando o lanterneiro Luiz Carlos de Araújo Moreira, 44, foi atingido por um ônibus ao fazer uma manobra na pista.
As colisões com motociclistas estão cada vez mais frequentes na cidade. Na manhã de 21 de janeiro, na esquina das ruas Ari Parreira e Vicente Sobrinho, em Olaria, o motociclista Willian Faustino da Rocha, 28 anos, ficou ferido depois de bater num Fusca e foi levado por bombeiros para o Hospital Raul Sertã.
No mesmo dia, na Avenida Governador Roberto Silveira, no Prado, outra colisão envolvendo uma motocicleta e um veículo Prisma, que saía de um posto de gasolina, deixou o piloto ferido. Os bombeiros levaram o motociclista para o Hospital Raul Sertã.
No início da semana, mais dois acidentes com motocicletas foram registrados. Na Avenida Conselheiro Julius Arp, em Olaria, o motoboy Thiago Cruz da Silva, 22 anos, ficou ferido após bater no Chevette KUJ-6667, dirigido pelo estudante Rodrigo Miranda Pinto, 21, que disse na DP não ter visto a moto. Na Avenida Maestro Joaquim Naegele, na Lagoa Seca, o comerciário Mateus Vieira Lopes, 23 anos, e a namorada Simone da Silva Dias, 20, ficaram feridos depois que a moto em que estavam foi fechada por um carro, cujo motorista fugiu sem prestar socorro. Nos dois casos as vítimas foram socorridas por bombeiros e levadas para o Hospital Raul Sertã.
Já no acidente ocorrido no fim da tarde de quarta-feira, 4, no km 91 da RJ-116, em frente a um ferro-velho, o socorro foi prestado por uma ambulância da Rota 116. Cristiano Clipel da Conceição e Izaqueu da Conceição estavam na moto Honda NXR 150 e seguiam em direção a Bom Jardim, quando foram fechados por uma Brasília e derrubados no asfalto. O carro não parou para prestar socorro e os dois foram levados para o Hospital Raul Sertã com ferimentos leves.
Estes são apenas alguns dos casos deste ano, mas há outros acidentes registrados na delegacia da Vila Amélia, todos (exceto aqueles com mortes) encaminhados ao Juizado Especial Criminal.
RJ-116 e RJ-130 lideram os números de acidentes
As rodovias RJ-116 e RJ-130, que cortam a cidade unindo Nova Friburgo a outros municípios, são os pontos que concentram o maior índice de acidentes. Locais como Córrego Dantas e Campo do Coelho, na RJ-130, e Ponte da Saudade, Mury e Prado, na RJ-116, são onde ocorrem mais colisões. Todas as mortes no trânsito (com exceção de um atropelamento em Riograndina) registradas este ano aconteceram nestes bairros. Foram três mortos em um Chevette no Prado, dois numa colisão entre um Escort e um Ecosport na Ponte da Saudade, um motociclista no Prado e outro na Ponte da Saudade.
Na RJ-130 nenhum acidente com vítimas fatais foi registrado este ano. Mas há casos com vítimas em estado grave, como o ocorrido no fim de semana, quando um caminhão e um Santana colidiram de frente, causando ferimentos graves no motorista do carro. Apurou-se que o caminhão ficou sem freios e acabou colidindo com o Santana, que vinha em direção contrária.
Na madrugada de ontem, 5, na Avenida Governador Roberto Silveira, no Prado, um caminhão foi fechado por um Parati e, descontrolado, bateu numa loja, capotando. O motorista Evandro da Costa Monteiro, 24 anos, dirigia o caminhão, quando o Parati, guiado por Mário Messias Emerich, 41 anos, cruzou a pista, estando o sinal aberto para o caminhão, e causou o acidente, segundo Evandro contou na delegacia. Além dos motoristas, ficaram feridas Cláudia Ferreira, 29, e Cláudia Araújo Bezerra, 38. Todos foram socorridos pelos bombeiros e levados para o hospital com ferimentos leves.
Pequenos acidentes causam transtornos
Acidentes de pequenas proporções costumam não causar ferimentos, mas deixam o trânsito, já caótico, ainda pior. Nas ruas do Centro uma simples abalroada pode provocar um grande engarrafamento, como casos recentes mostrados em matérias de A VOZ DA SERRA.
O último registro fotográfico aconteceu na tarde de terça-feira, 3, quando o Ecosport LRA-0121 bateu na traseira do Palio LKG-6500. Não foi grande a avaria, mas os dois veículos obstruíram parte da Praça Getúlio Vargas, em frente à Oficina Escola de Artes.
Outros acidentes já deixaram o trânsito totalmente parado, como um ocorrido no fim de janeiro, entre um carro de passeio e um ônibus, no início da Rua Sete de Setembro, que gerou um verdadeiro nó, impedindo o tráfego em todos os sentidos.
Dupla armada rouba dinheiro do caixa de ônibus em Janela das Andorinhas
O cobrador e o motorista da Faol que estavam no coletivo da linha Alto dos Michéis-Janela das Andorinhas foram roubados por dois homens, um deles armado com uma pistola, que entraram no ônibus por volta das 19h de quarta-feira, 4.
O roubo aconteceu quando o motorista manobrava no ponto final. Os dois assaltantes fizeram sinal para entrar no ônibus e, quando a porta se abriu, um deles sacou a arma de fogo e anunciou o assalto. Um dos bandidos ficou observando a ação, enquanto o outro roubava o dinheiro do caixa.
Este foi o segundo assalto a ônibus esta semana. Para a polícia, diferente de outras épocas, não há registros de que os crimes estejam sendo praticados pelos mesmos bandidos.
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