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Leitores - 3 de dezembro.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
A sociedade e suas castas
Quando me refiro a palavra casta, quero demonstrar a todos como a sociedade é hipócrita. Muitos sociólogos, antropólogos e outros ólogos, diram que este sistema só existe na Índia.
Muito bem! Quando os doutores separam a nossa população em classes A, B, C, D e E, não só querem identificar a renda per capita de cada classe, como saber em qual casta ela esta incluída. É através desta identificação que as castas ditas superiores fazem os seus planejamentos habitacionais, colocando as demais classes em seus referidos guetos, evitando-se assim que uma invada o espaço da outra.
Em nosso país, as regiões norte e nordeste são consideradas pelas elites e a alta burguesia empresarial e política do sul e sudeste como sendo de castas inferiores. É por isto que até hoje eles não engolem um presidente de origem nordestina, vindo de uma casta “inferior” a deles, mesmo que tenham ganho rios de dinheiro, e ficam em polvorosa vendo que as castas “inferiores” estão ascendendo socialmente e ocupando espaços que só a eles pertenciam.
Um dos maiores flagelos deste sistema são os clãs familiares que dominam ainda uma grande parte do norte e nordeste, mesmo que estejam em decadência. Infelizmente, aqui no sudeste, em uma de suas regiões, assistimos este sistema de clã em ascensão.
Um país para se tornar realmente desenvolvido, todos, sem exceção, têm que ter chances e oportunidades iguais, e o seu povo não pode ser dividido e subdividido em castas.
Luiz Carlos Quintieri
Bisbilhotagem
Bisbilhotar é o que as autoridades fazem quando acompanham todos os movimentos do cidadão comum. A partir da bisbilhotagem contábil, tributária e bancária que cerca o contribuinte brasileiro, até as câmeras instaladas em elevadores, corredores, ruas, praias, campos de futebol, condomínios de luxo, favelas e centenas de outros locais públicos e privados, somos um povo bisbilhotado 24 horas por dia. E ainda colocam uma placa dizendo: sorria, você está sendo filmado. A cada dia que passa surge um novo tipo de bisbilhotagem na vida do cidadão. Apesar de tudo isso, para fazer qualquer negócio, ainda temos que provar, autenticar, pagar e jurar que nós somos nós mesmos. Mas quando aparece algum tipo de bisbilhotice que possa incomodar os poderosos, sempre surge um movimento para que tal coisa tenha um ponto final. É o que está acontecendo com um sujeito chamado Julian Assange, fundador da WikiLeaks, que desde 2008 já ganhou vários prêmios para novas mídias, ou seja, bisbilhotagem, e agora passou a ser procurado pela polícia do mundo todo. E não é bisbilhotagem irresponsável o que o cara faz, não. É tudo lastreado por documentos, vídeos e fotos, que estão escondidas nos arquivos dos fofoqueiros oficiais. Parece que agora os caras resolveram botar para quebrar e a turma que estava tentando abafar os assuntos divulgados pela WikiLeaks percebeu que a divulgação dos segredos se transformou numa bola de neve. E a bisbilhotagem chegou ao Brasil, envolvendo autoridades e corruptos brasileiros. Como somos uma nação abarrotada de oportunistas, o Brasil poderia ser o primeiro país a resolver esse problema criando uma lei que determine a colocação de câmeras com som em todos os órgãos públicos, gabinetes, antessalas, em todos os lugares, e dentro de todos os aposentos do Congresso Nacional, em todas as Assembleias Legislativas, no Judiciário, nas dependências do Palácio do Planalto e nas sedes dos governos estaduais e municipais, onde todos deveriam andar com um microfone na lapela. Todas as conversas telefônicas seriam ouvidas. Tudo seria filmado, gravado e visto por todo mundo. Nada seria secreto. O Brasil seria enaltecido no mundo inteiro. Seria o fim da WikiLeaks.
Wilson Gordon Parker
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