O Pastor da Liberdade e Pescador de Homens, guerreiro humilde da luta por justiça social, descansou. Mas seu exemplar testemunho de amor ao próximo, de menosprezo à soberba, de fraternidade, ficará, para sempre, na memória de nosso povo.
Falar de D. José de Almeida é uma homenagem à Igreja, povo de Deus. Ele, por seus ensinamentos e mensagens de sabedoria e fé, teve como marca indelével de sua personalidade a defesa e a luta incessante em favor dos pobres, oprimidos, injustiçados e presos políticos.
Era um cidadão que defendia os pobres não só na liturgia, mas se envolvia com as comunidades e lutava, de forma simples, mas tenaz, pela melhoria da vida do nosso povo.
Felicito a Câmara Municipal de Nova Friburgo, na pessoa do ex-vereador Roberto Wermelinger, pela justa homenagem realizada em 2008 a esse grande bispo, qualificando-o, legitimamente e de forma merecida, como cidadão friburguense. Com efeito, aquele evento também foi uma homenagem à Igreja, povo de Deus, e revelou, também, a preocupação social da nossa Casa Legislativa. Falar de D. José é lembrar da luta da Igreja por justiça social, pela opção preferencial pelos pobres e marginalizados de nossa sociedade.
A figura dócil de nosso saudoso bispo emérito de Guaxupé (MG) e colaborador da Diocese de Nova Friburgo, sempre foi pautada por posições firmes, homem de fibra, inconformado com a desigualdade social, com a miséria humana, que sempre se irresignou com a péssima distribuição de renda que perdura em nosso país e também na nossa cidade.
A prática das liberdades democráticas e a luta pelo respeito aos direitos humanos, pelos quais a CNBB, a Ordem dos Advogados do Brasil, ao lado de setores e partidos lúcidos e consequentes da sociedade civil, sempre foram objetos de suas pregações e intervenções junto às comunidades em que atuou.
A atenção de Dom José para com os pequeninos sempre foi uma ação profética em seu pastoreio. Por suas posições firmes, decentes, ao lado dos que têm fome e sede de justiça, dos doentes, o seu profundo interesse na busca da ovelha perdida a que se referiu Jesus Cristo em suas pregações, certamente desagradou a alguns, mas semeou o bem e a caridade. A sua mensagem de fé, o seu compromisso com a causa dos injustiçados nos dá a esperança de um mundo melhor e mais humano. Os pobres e os defensores dos oprimidos lhe são gratos.
Dom José, nós, cristãos, encontramos na sua espiritualidade e nas suas ações o Deus que acolhe, que liberta, que é amigo, o Deus do amor, da justiça e da fraternidade.
Dom José de Almeida, seu nome é saudade e seu grandioso exemplo de vida iluminará nossos caminhos. Com certeza, como bem disse São Paulo apóstolo, o nosso saudoso Pastor da Liberdade e da Humildade, verdadeiramente, combateu o bom combate e manteve a fé.
Carlos André Pedrazzi
Presidente da OAB – Nova Friburgo
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