Leitores - 10 de junho.

Bicicletas já! Bicicletas já! Conheço Nova Friburgo desde a década de 70, quando assistia admirado, nos horários de troca de turno das fábricas, a multidão de trabalhadores se deslocando com simples bicicletas, fábricas estas que ultrapassavam o número de milhares de empregados. Desde daquela época venho assistindo às mudanças que ocorreram no município denominado Suíça brasileira, principalmente no tocante ao caótico trânsito. Hoje poucas fábricas tradicionais sobreviveram à dita economia global, o perfil fabril se alterou em centenas de pequenas e médias empresas notadamente no setor de moda íntima e, junto com esta mudança assisti à quase extinção do hábito de se utilizar a bicicleta, pelo uso excessivo de veículos e, dos menos abonados que utilizam o transporte coletivo. Concordo que a geografia do município é complicada, com muitos morros e locais em que se duvida que um ônibus ali consiga chegar. Penso que, enquanto o desejado trem não chega, esta ímpar cidade pode dar um exemplo ao país, incentivando o uso da bicicleta, ampliando a ciclovia, instalando bicicletários na área central e nos distritos, com um investimento irrisório se obteria uma acentuada melhoria na qualidade de vida de milhares de cidadãos e da próprio cidade, que ficaria menos poluída preservando assim o seu céu azul inigualável. Residindo hoje na capital, me vi racionalmente obrigado a utilizar o deficitário transporte público ,uma vez que cansei de ficar como um mentecapto num veículo sofrendo nos eternos engarrafamentos, aproveitando o meu deslocamento para ler um bom livro quando não utilizo uma saudável bicicleta nas ciclovias compartilhadas da cidade. Só para ilustrar, morando no bairro de Laranjeiras, apostei com o meu filho Bruno, quem chegaria primeiro ao bairro da Gávea aonde ele cursa a faculdade, enquanto eu levei exatos 55 minutos, o meu filho em 25 minutos já estava na sala de aula. Ricardo Drolshagen