Pesquisa aponta melhora no desempenho de jovens brasileiros em matemática

Secretaria estadual de‭ ‬Educação apresenta seus projetos para estimular o aprendizado da disciplina
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
por Jornal A Voz da Serra
(Foto: Flickr)
(Foto: Flickr)

Desde a entrada no ensino fundamental,‭ ‬a matemática continua sendo o vilão na vida escolar dos brasileiros.‭ ‬São horas de sonos perdidos,‭ ‬gasto com aulas particulares e estresse emocional frequente.‭ Porém, em ‬2015,‭ ‬alunos brasileiros conseguiram avançar nos conhecimentos básicos em matemática,‭ ‬mas não o suficiente — ‬ficaram na‭ ‬58º posição no ranking mundial entre‭ ‬65‭ ‬países avaliados. É o que‭ ‬aponta estudo da OCDE‭ (‬Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico‭) ‬publicado na última quarta-feira,‭ ‬10.

De acordo com a pesquisa,‭ ‬o número de alunos na faixa de‭ ‬15‭ ‬anos que estavam abaixo do nível de conhecimentos básicos em matemática caiu cerca de‭ ‬18%‭ ‬entre‭ ‬2003‭ e ‬2012.‭ ‬O estudo, intitulado‭ “‬Aluno de baixo desempenho:‭ ‬por que ficam para trás e como ajudá-los‭”‬,‭ ‬afirma que para o aluno chegar ao primeiro nível‭ ‬precisa saber as regras básicas de adição,‭ ‬subtração,‭ ‬divisão e multiplicação.‭ ‬Foram cerca de‭ ‬391‭ pontos ‬totalizados em matemática, de acordo com o Programa Internacional de Avaliação de Alunos‭ (‬Pisa). A média da pontuação dos outros países é de‭ ‬494‭ ‬pontos.‭ ‬Outro dado é que o Brasil está entre os dez países mais desiguais‭ ‬no que se refere aos alunos de baixa renda.

A analista de educação da OCDE,‭ ‬Sophie Vayssettes,‭ ‬esclarece que os principais motivos da baixa pontuação é o fato de que a maioria dos alunos que integram as escolas moram em zonas rurais e possuem baixa renda,‭ ‬além da qualidade insuficiente do ensino.‭ ‬Além destes dados, os gastos por aluno com idade entre‭ ‬6‭ ‬e‭ ‬15‭ ‬anos no Brasil‭ ‬é de cerca de R$‭ ‬103,8‭ ‬mil,‭ ‬no entanto, para Sophie é necessário mais investimentos.‭ “‬O Brasil precisa aumentar os gastos com os alunos‭”‬.

Janaína, que trabalha como faxineira em Nova Friburgo,‭ ‬diz que o seu filho de‭ ‬10‭ ‬anos sempre teve dificuldades em matemática.‭ “‬O meu filho sempre teve problemas com números.‭ ‬Mas nós não temos muitas condições e pagar‭ ‬uma aula particular é muito difícil.‭ ‬As escolas poderiam apoiar mais a gente,‭ ‬dar um ensino de qualidade.‭”

Já de acordo com a professora da rede estadual Romilda Navega,‭ ‬o uso da calculadora pode prejudicar o aprendizado.‭ “‬Estamos acostumados com a pressa,‭ ‬e ela é a nossa pior inimiga.‭ ‬Com isso,‭ ‬ao aluno e os pais acabam se sentido pressionados para um resultado final de uma conta.‭ ‬Esquecem de estimular o cérebro e se acomodam na calculadora‭”,‬ explica Romilda.

A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Secretaria de‭ ‬Educação de Nova Friburgo‭ ‬para saber quais os suportes disponibilizados para o aluno.‭ ‬A informação obtida  ‬foi de a Secretaria vem investindo em projetos que auxiliem professores e incentivem o engajamento dos estudantes no processo de aprendizagem da disciplina de Matemática.‭ ‬Assim como‭ o p‬rojeto‭ ‘‬Matemática‭ ‬360°’‭ ‬tem como foco o desenvolvimento das habilidades relacionadas ao raciocínio lógico e à resolução de problemas para a formação plena do aluno enquanto cidadão.‭ ‬Para cumprir o objetivo estabelecido,‭ ‬propõe-se um‭ ‬“Cardápio de Ações‭”‬ contendo atividades lúdicas que deverão ser desenvolvidas durante o ano‭; ‬realização de oficinas e formação com professores da rede estadual‭; ‬incentivo à participação em Olimpíadas,‭ ‬Concursos e Projetos relacionados às áreas de conhecimento‭; ‬reforço escolar em Matemática,‭ ‬com atividades desenvolvidas para com alunos que apresentaram baixo rendimento no bimestre‭; ‬formação especializada para professores de Matemática,‭ ‬com o objetivo de apresentar e capacitar os docentes no programa Geogebra.

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