EMBORA OS preços globais de alimentos de todo o setor de commodities como o açúcar e nos laticínios apresentassem queda de 16%, de acordo com estudos feitos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), os consumidores brasileiros estão sentindo na pele efeito contrário. Os alimentos estão cada vez mais caros, afetando diretamente a mesa das famílias.
OS DESASTRES naturais, como inundações e secas, provocaram, segundo a FAO, 83% das perdas nas plantações e rebanhos entre 2003 e 2013, evidenciando que o clima tem impacto severo sobre o setor agrícola. O Brasil foi o país mais afetado na América Latina. O fantasma inflacionário por conta da crise econômica brasileira fez com que medidas preventivas fossem tomadas, segurando a inflação e desgostando os consumidores, que pagam mais pelos gêneros alimentícios.
O IMPACTO do aumento dos custos produtivos, aliado a problemas climáticos, afetou negativamente o preço dos alimentos, principal fonte de alta da inflação em janeiro. Vários fatores explicam o aumento: desvalorização cambial, que aumenta o preço de insumos importados e, além de incentivar a exportação de parte maior da produção, reduz o volume de alimentos destinado ao mercado interno; e aumento do preço dos combustíveis, encarecendo o frete.
NA MESMA cadência, seguindo a onda de aumentos, outros produtos, como remédios, já estampam correções em suas embalagens. O país vai conviver com esta nova realidade, o que prejudicará, obviamente, os menos favorecidos. O dragão da inflação volta a assolar o Brasil.
NUM ANO DE eleições, os aumentos chegam em má hora, tirando o sossego daqueles que viam um horizonte sem nuvens pela frente. Culpados ou inocentes, os políticos correm o risco de pagar a conta nas urnas. Para os governistas, é um problema que não havia sido previsto. Para os opositores, é a hora certa de responsabilizar e procurar, com isso, faturar alguns votos.
A INFLAÇÃO não é boa para nenhum partido, muito menos para o povo. Resta saber como as nossas autoridades irão se comportar frente ao ressuscitado problema. É uma queda de braços da qual só existe um perdedor: o consumidor brasileiro.
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