As unidades de saúde pública de Nova Friburgo continuam sem algumas vacinas importantes para a proteção de doenças em crianças e adultos, e não há prazo para regularização do abastecimento dos estoques, informou ontem, 26, a Coordenação de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde. São pelo menos seis vacinas que estão em falta ou com a quantidade de doses insuficientes para um mês nas unidades públicas de saúde do município. Mas o problema afeta também a rede particular, que depende do fornecimento dos laboratórios.
Segundo nota divulgada, em dezembro, pela coordenação geral do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, cargas de algumas vacinas que vêm do exterior não foram distribuídas aos estados porque ainda estariam na alfândega e dependeriam de análise do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Outras imunizações também não foram entregues no prazo pelo Instituto Butantan, em São Paulo.
“O atraso na distribuição das vacinas ocorre devido à problemas nos laboratórios responsáveis pela liberação das imunizações. Nós não sabemos quando isso será regularizado. Todo mês o Ministério da Saúde emite nota com informações sobre as vacinas que não serão entregues aos estados, que, por sua vez, fazem o repasse aos municípios. Assim organizamos o atendimento e informamos os pacientes”, explica a responsável pelo setor de imunizações da rede pública de Nova Friburgo, enfermeira Ana Paula Lessa.
As unidades de saúde do município também estão sem a vacina DTP, também conhecida como Tríplice Bacteriana, usada para imunização de crianças contra difteria, tétano e coqueluche. No entanto, segundo a Coordenação Municipal de Imunização, esta vacina está sendo substituída pela pentavalente, que está disponível na rede. De acordo com o Ministério da Saúde, não houve distribuição da DTP para os estados porque ela está disponível nos mercados nacional e mundial.
Falta também a vacina contra a hepatite B, que o bebê deve tomar a primeira dose ao nascer e também quando completar dois e seis meses de vida. “A vacina não é entregue pelo Instituto Butantan, desde agosto, totalizando cerca de 17 milhões de doses em atraso”, informa a nota da Ministério da Saúde.
Há três meses, não há vacina contra a hepatite A em postos de saúde de Nova Friburgo. “Foram recebidas cargas da vacina no país no final de novembro, as quais aguardam processo de desembaraço alfandegário e análise do INCQS, para então serem distribuídas aos estados”, diz o órgão federal.
O estoque da rede em Nova Friburgo também está sem a tetraviral (sarampo, rubéola e caxumba) e a varicela Monovalente (catapora), que, segundo o Ministério da Saúde, “aguardam trâmites administrativos para posterior análise do INCQS e envio aos estados do país”.
Na ultima quinta-feira, 21, o município recebeu somente um terço da quantidade necessária para o mês de fevereiro da vacina Dupla Adulto, que protege contra a difteria e o tétano. “Cerca de 20 milhões de doses chegaram ao país em novembro e passam por desembaraço alfandegário, liberação de termo de guarda e posterior análise pelo INCQS”, informa o Ministério da Saúde.
O município também não recebeu a quantidade suficiente da vacina antirrábica, e ainda falta o soro, que juntos são necessários para a proteção de quem foi mordido por animais que podem transmitir a raiva, como cachorros, gatos, morcegos e macacos. Novamente, as imunizações ainda não foram entregues pelos dois institutos. Veja a lista completa de vacinas que faltam no país, na nota divulgada em dezembro, pelo Ministério da Saúde. O link é http://goo.gl/z3KYWL
Enquanto isso, pelo menos cinco pacientes procuram as unidades de saúde de Nova Friburgo diariamente em busca das doses. “Nós estamos pedindo para que eles liguem para os postos para confirmar se a vacina que precisam está disponível, assim evitamos filas desnecessárias”, disse a enfermeira Ana Paula Lessa. As imunizações são aplicadas na Policlínica Sylvio Henrique Braune, no Centro, no posto de saúde Tunney Kassuga, em Olaria, no Doutor Waldyr Costao, no distrito de Conselheiro Paulino, e ainda no posto do bairro São Geraldo.
Em nota, o Instituto Butantan informou que com relação a vacina de raiva, todos os lotes solicitados foram entregues ao Ministério da Saúde. “Quanto à vacina hepatite B, em 2016 o Instituto Butantan fará duas entregas: sete milhões de doses em fevereiro e oito milhões em junho, conforme acordo recém-firmado com o Ministério da Saúde. No que tange à produção de soros, em 2015, durante reforma da planta para processamento de soros do Instituto Butantan, ela foi feita de forma compartilhada por vários laboratórios. O quantitativo de soros demandado pelo órgão está disponível, aguardando implementação contratual”.
Por sua vez, a Fiocruz informou que o processo de liberação das vacinas listadas não está em atraso no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS). “Ainda assim, cabe informar que o controle da qualidade das vacinas utilizadas pelo Programa Nacional de Imunização segue rigorosa e complexa avaliação analítica, que, por vezes, exige retestes com critérios preestabelecidos e previstos nos compêndios oficiais. Por fim, cabe ressaltar que objetivo maior é privilegiar a segurança dos cidadãos”, informa a nota.
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