Feliz do clube que possui uma casa própria em 2016 no Rio de Janeiro. E mais: que esteja em condições de receber os jogos profissionais do campeonato carioca. O Friburguense é um desses privilegiados. O tradicional estádio Eduardo Guinle, no bairro Olaria, foi liberado nesta sexta-feira, 22 para receber as partidas do estadual. De acordo com os laudos, a capacidade máxima será de quatro mil pessoas – embora o estádio tenha cinco mil cadeiras e mais uma área de arquibancadas. Há chances, inclusive, de o Tricolor da Serra receber o Fluminense em fevereiro, mesmo que este seja o jogo a ser transmitido pela TV aberta.
Nesta semana, técnicos da emissora que detém os direitos de transmissão do estadual estiveram em Nova Friburgo para realizar uma vistoria técnica. O fato de não ter estádios como o Maracanã e o Engenhão disponíveis (por conta das olimpíadas) pode pesar para que essa possibilidade se torne real. No entanto, alguns detalhes terão que ser acertados, ou a partida contra o Fluminense acontecerá longe da serra (caso ela seja mesmo confirmada como o jogo da TV aberta).
Preços definidos pelos clubes
Em reunião do Conselho Arbitral dos clubes do torneio, realizada na última semana na Federação de Futebol do estado (Ferj), ficaram definidos os preços dos ingressos e os estádios onde as agremiações sediarão suas partidas.
Os 16 clubes participantes definiram que não haverá preço mínimo e nem máximo, cabendo aos dois clubes envolvidos na partida decidirem os valores das entradas. Não havendo acordo entre as agremiações, caberá ao clube mandante a função de definir o preço dos bilhetes. A intenção do Friburguense é manter o mesmo valor dos últimos anos: R$ 10 nas descobertas e R$ 20 nas sociais, com desconto de 50% para associados do clube.
Além dos clubes do campeonato carioca, participaram da reunião do Conselho Arbitral, o secretário geral da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Walter Feldman, e o general Marco Aurélio Vieira, representante do Comitê Rio 2016, e o advogado Alexandre Barrera. Este último auxilia os clubes a conseguirem suas CNDs (Certidões Negativas de Débito) para disputarem a competição. O Tricolor da Serra, com todos os tributos em dia e as dívidas refinanciadas, já possui todas as certidões necessárias.
Poucos jogam “em casa”
A confirmação dos mandos de campo aponta que, de fato, poucos times poderão receber as partidas contra grandes em casa, são eles: Bangu (Moça Bonita), Friburguense (Eduardo Guinle), Macaé (Moacyrzão), Volta Redonda (Raulino de Oliveira), Tigres (Los Lários) e América (Edson Passos). Já Boavista, Resende, Madureira, Cabofriense, Bonsucesso e Portuguesa terão que buscar estádios alternativos. No caso do Bonsucesso, o Leônidas da Silva não deverá receber nem os jogos de médio porte. Na primeira rodada, por exemplo, a equipe mandará o duelo com o Resende no Luso-Brasileiro.
De acordo com a Federação de Futebol do estado, os critérios utilizados para a liberação ou não dos estádios são a estrutura para a transmissão de TV (o principal deles), capacidade, segurança e liberação do Gepe (Grupamento Especial de Policiamento em Estádios). Ainda na reunião, foi sinalizada a intenção Co-Rio 2016 (Comitê Olímpico que organiza os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro) liberar o Maracanã ou Engenhão – hipótese mais provável – para as finais do carioca.
Primeira Liga em pauta
Ainda durante o arbitral, o assunto Primeira Liga esteve em discussão. No Rio de Janeiro, apenas Flamengo e Fluminense se posicionam a favor do torneio, enquanto os demais clubes apostam no fortalecimento dos estaduais. Presente à reunião, o secretário geral da Confederação Brasileira de Futebol, Walter Feldman, ratificou que a CBF não pretende incentivar ou inserir no calendário qualquer torneio inter-estadual no primeiro semestre de 2016.
O secretário geral levou para o presidente em exercício da CBF, coronel Antônio Carlos Nunes de Lima, um documento assinado por 14 clubes da Série A - exceto Fluminense e Flamengo - atestando as regras que foram definidas na última assembleia de clubes da Ferj. Nele, a entidade afirma não autorizar nenhum clube do Rio de Janeiro a participar de qualquer torneio inter-estadual, mesmo que amistoso, a não ser a Copa do Brasil ou a Taça Libertadores da América. Este documento especifica as possíveis sanções aos clubes que desobedecerem a decisão da assembleia da Ferj.
Eduardo Guinle pronto
Charmoso e tradicional, o estádio Eduardo Guinle é um dos estádios confirmados sem maiores problemas para o estadual deste ano. Desde 2012, a casa doTricolor da Serra recebe obras de modernização para se adequar às exigências que são feitas. Há quase três anos, um novo portão foi construído nas arquibancadas descobertas e grades foram colocadas no interior do estádio — já com as medidas determinadas pela Polícia Militar.
Ainda em 2012, a casa do tricolor serrano recebeu cerca de cinco mil cadeiras do antigo Maracanã, todas elas fixadas e coloridas em azul e vermelho, e devidamente setorizadas. Os vestiários foram pintados e algumas cadeiras instaladas no lado de fora e em seu interior. Ao todo, foram gastos cerca de R$ 30 mil nessas obras.
Outra importante mudança diz respeito à segurança dos rivais. Os veículos, geralmente estacionados em frente ao portão da arquibancada social, passaram a ser colocados no estacionamento interno do estádio, que foi ampliado, assim como o portão de acesso. Tudo isso sem contar a manutenção constante do gramado, que apresenta bom estado há anos durante as competições.
Ainda em 2014, técnicos de transmissão do canal que detém os direitos de transmissão do estadual estiveram em Nova Friburgo para vistoriar o Eduardo Guinle. Na época foi solicitada a mudança de local dos postes de iluminação no lado das arquibancadas sociais. De acordo com os técnicos, o posicionamento dos refletores atrapalha a captação de imagens na cobrança dos escanteios. Entretanto, a localização dos mesmos não foi empecilho para a realização de jogos do estadual no Eduardo Guinle, inclusive contra o Botafogo em 2015.
Tão logo foi notificado, o Friburguense procurou algumas empresas que executam o serviço. Contudo, não há tempo hábil para recuar os postes, ou mesmo afastá-los um pouco mais em direção às laterais. O clube promoveu algumas reformas na cabine de imprensa acima da tribuna de honra, com o objetivo de minimizar o "problema”. Para este ano, apenas alguns reparos e obras de manutenção foram feitas.
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