Radar — 20/01/2016

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

O número de pessoas que buscou crédito em 2015 cresceu 1% no acumulado do ano, na comparação com 2014, de acordo com indicador da empresa de consultoria Serasa Experian. É o quarto ano consecutivo de fraco desempenho. No período de 2008 a 2011, o crescimento médio anual da procura do consumidor por crédito foi bem mais expressivo: 7,1%. Economistas da Serasa dizem que a alta da inflação, os esforços do consumidor em reduzir seus níveis de endividamento, a escalada das taxas de juros e do custo do crédito e a alta do dólar determinaram o desempenho enfraquecido da demanda do consumidor por crédito em 2015.

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Na comparação por faixas de renda, houve queda de 4,2% para os consumidores que recebem até R$ 500 por mês. Para os que ganham entre R$ 500 e R$ 1 mil mensais, o crescimento da demanda por crédito foi de 1%; para os que recebem entre R$ 1 mil e R$ 2 mil, foi de 2,2%; e para os que têm renda mensal entre R$ 2 mil e R$ 5 mil, a alta foi de 1,3%. Houve menor crescimento nas camadas de renda mais elevadas da população. A alta foi de 0,2% para os que ganham entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Houve alta de 0,5% para aqueles que recebem mais de R$ 10 mil por mês.

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou a projeção de queda da economia brasileira este ano. A estimativa para a retração do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 1% para 3,5%. Para o FMI, será o segundo ano consecutivo de queda da economia. Em 2015, o fundo projeta que houve retração de 3,8%. Em 2017, a expectativa é de estabilidade, com estimativa de crescimento zero para o PIB. A retração do Brasil puxou o resultado negativo para a economia da América Latina. A expectativa para os países da região é de retração de 0,3% este ano. Para 2017, a previsão é de crescimento de 1,6%.

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O FMI revisou ontem, 19, para baixo as previsões de crescimento global, antecipando que a economia deve crescer 3,4% este ano e 3,6% no próximo, dois décimos a menos do que o previsto em outubro. Na atualização, o FMI justifica a revisão para baixo do crescimento mundial tanto em 2016 quanto em 2017 principalmente com o desempenho econômico dos mercados emergentes e das economias em desenvolvimento.

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O governo vai vender imóveis da União com intermediação da Caixa Econômica Federal. Ontem, 19, o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão publicou portaria no Diário Oficial da União com o primeiro lote disponível, de 239 unidades. Estão inclusos nesse pacote imóveis que o governo chegou a licitar em 2015, mas que não atraíram compradores. A expectativa do governo é que agora, com a participação da Caixa, a venda seja bem-sucedida. Mais licitações serão anunciadas ao longo de 2016, com previsão de arrecadação de R$ 1,5 bilhão em todo o ano.

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Os empresários brasileiros continuam pessimistas com as condições atuais e futuras da economia e das empresas. É o que mostra o Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em janeiro, o índice ficou em 36,5 pontos, valor 7,9 pontos inferior ao registrado no mesmo mês de 2015 e está 18,4 pontos abaixo da média histórica, que é de 54,9 pontos. De acordo com a pesquisa, a confiança é menor entre os empresários da construção. Na indústria extrativa, o indicador alcançou 44 pontos e, na de transformação, 36,4 pontos. Nas pequenas empresas o Icei ficou em 35,1 pontos, também abaixo do índice nacional. Nas grandes empresas, chegou a 37,6 pontos e, nas médias, a 35,5 pontos.

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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou alta de 1,3% em janeiro, na comparação com dezembro, ficando em 77,5 pontos. A alta do índice na comparação mensal foi observada em todas as faixas de renda, tanto entre as famílias que recebem abaixo de dez salários mínimos (alta de 1%), como as que têm rendimento acima desta faixa (alta de 2,7%).. Segundo a CNC, o cenário atual e dos meses anteriores foram marcados pela deterioração nas vendas do comércio. No acumulado dos 11 primeiros meses de 2015, foram fechadas 945 mil vagas formais de trabalho, de acordo com o Ministério do Trabalho. Analisando as condições atuais e as perspectivas futuras da economia, a previsão da CNC é que o volume de vendas do varejo apresente retração de 3,7% em 2016.

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