Impressões — 09/01/2016

sexta-feira, 08 de janeiro de 2016
Foto de capa
(Foto: Jeevan Jose)

Fábula

Amizade – Os gregos formaram dela uma divindade. Os romanos a representavam debaixo de um emblema do qual se conservou a descrição. Era a figura de uma pessoa moça vestida com uma túnica por baixo de cuja franja se liam as palavras: A morte e a vida. Da testa estavam gravadas estas outras palavras: O verão e o inverno. A figura tinha o peito aberto até o coração, para o qual apontava com o dedo e nele as palavras seguintes de perto e de longe.
(Dicionário da Fábula – traduzido por Chompré – com argumentos tirados da história poética- Ed. Garnier – Paris)

Linha do Tempo

"Não tenham pressa, pois há tempo para tudo, simplesmente tudo. Não existe fim, somente recomeços, a vida nunca termina, o medo também não existe, o que existe é apenas uma sensação de desamparo, um descompasso entre a realidade absoluta e a realidade relativa. O medo é uma mera ilusão. Portanto não temam nada nem ninguém, ao invés de temerem, amem e vivam a vida intensamente, pois a felicidade verdadeira é agora”.
(Carlos Torres – A Era do Ouro)

E vamos que vamos!

2015 já está no retrovisor. Deixamos para trás a inflação, o desemprego, o dólar o impeachment, Cunha, Renan, Dilma, Lula, pedaladas, Rio Doce e Lava Jato. Será? Nem tanto. Mas não vamos começar a puxar o fio da meada das mazelas brasileiras e vamos nos ater na esperança de dias melhores. Afinal ainda com a boca cheia de panetones, vinhos e bacalhau, vamos enfrentar um novo ano com a pretensa ilusão de que será melhor que o que passou. Não custa nada crer.

Pensando que tudo pode ser diferente, nossa primeira página do ano deve começar com o pé direito, mesmo sabendo que o esquerdo está atolado, as nuvens turvas continuam sobre nossas cabeças, nada mudou e temos chance de repetir o fiasco de 2015.  Afinal, estamos no Brasil.

Blogs, sites, colunistas, psicólogos, religiosos, ateus, iogues, poetas, seresteiros e namorados falam aos quatro cantos que devemos ter uma postura positiva, evitar o pessimismo e buscar a felicidade a qualquer custo. É a receita adotada pelo mundo globalizado cada vez mais desumano e insensível. Uma boa sugestão, certamente. Eu também vou embarcar nessa pinçando conselhos e sugestões que surgiram nas páginas dos internautas. Vamos comigo?

Diga adeus

  • Às vozes na sua cabeça que lhe dizem que você é incapaz de fazer algo ou ser alguém
  • À necessidade de validação
  • A tudo que causou ecepção
  • Às promessas não cumpridas
  • À dúvida e à negatividade
  • Aos momentos em que você sofreu em silêncio
  • Às pessoas que viraram as costas para você
  • Às memórias ruins que moram na sua cabeça
  • Aos vícios que te levaram para longe do que é mais importante na vida
  • Às expectativas irrealistas que você tem para si mesmo
    (Fonte: TudoporEmail)

Seja feliz em 2016

A nova febre do ouro não está ligada a ficar milionário ou encontrar a fonte da juventude eterna. O tesouro mais cobiçado de nossos tempos é a felicidade, um conceito abstrato, subjetivo e difícil de definir, mas que está na boca de todos. Como ser feliz é até objeto de estudo da prestigiosa Universidade de Harvard.

Estudantes de psicologia dessa universidade americana têm sido um pouco mais felizes há vários anos, não apenas por estudar numa das melhores faculdades do mundo, mas também porque de fato aprenderam com um curso. Seu professor, o doutor israelense Tal Ben-Shahar, é especialista em psicologia positiva, uma das correntes mais presentes e aceitas no mundo e que ele próprio define como “a ciência da felicidade”. De fato, Ben-Shahar diz que a alegria pode ser aprendida, do mesmo modo como uma pessoa aprende a esquiar ou a jogar golfe: com técnica e prática.

Com livros de sucesso e suas aulas magistrais, os princípios tirados dos estudos de Tal Ben-Shahar já deram a volta ao mundo sob o lema “não é preciso ser perfeito para levar uma vida mais rica e mais feliz”. O secreto parece estar em aceitar a vida tal como ela é; isso “o libertará do medo do fracasso e das expectativas perfeccionistas”.

Embora mais de mil alunos já tenham passado por seu curso de Psicologia da Liderança, ainda seria o caso de fazer a pergunta: será que alguma vez temos felicidade suficiente? “É precisamente a expectativa de sermos perfeitamente felizes que nos faz ser menos felizes”, ele explica.

Seguem os seis conselhos principais do professor para ajudar as pessoas a se sentirem afortunadas e contentes:

1 - Perdoe seus fracassos. E mais: festeje-os!
“Assim como é inútil se queixar do efeito da gravidade sobre a Terra, é impossível tentar viver sem emoções negativas, já que fazem parte da vida e são tão naturais quanto a alegria, a felicidade e o bem-estar. Aceitando as emoções negativas, conseguiremos nos abrir para desfrutar a positividade e a alegria”, diz o especialista. Temos que nos dar o direito de ser humanos e perdoar nossas fraquezas. Ele e seus colaboradores estudaram os efeitos do perdão, constatando que os baixos níveis de perdão estão relacionados à presença de transtornos como depressão, ansiedade e baixa autoestima.

2 - Não veja as coisas boas como garantidas, mas seja grato por elas
Coisas grandes ou pequenas. “Essa mania que temos de achar que as coisas são garantidas e sempre estarão aqui têm pouco de realista”.

3 - Pratique esportes
Para que isso funcione, não é preciso malhar numa academia até se cansar ou correr dez quilômetros por dia. Basta praticar um exercício suave, como caminhar em passos rápidos por 30 minutos diários, para que o cérebro secrete endorfinas, essas substâncias que nos fazem sentir-nos “drogados” de felicidade, porque na realidade são opiáceos naturais produzidos por nosso próprio cérebro, que mitigam a dor e geram prazer. A informação é do corredor especialista e treinador de easyrunning Luis Javier González.

4 - Simplifique, no lazer e no trabalho
“Precisamos identificar o que é verdadeiramente importante e nos concentrar sobre isso”, propõe Tal Ben-Shahar. Já se sabe que quem tenta fazer demais acaba conseguindo realizar pouco, e por isso o melhor é se concentrar em algo e não tentar fazer tudo ao mesmo tempo. O conselho não se aplica apenas ao trabalho, mas também à área pessoal e ao tempo de lazer: “É melhor desligar o telefone e se desligar do trabalho nessas duas ou três horas que você passa com a família”.

5 - Aprenda a meditar
Esse simples hábito combate o estresse. Especialistas asseguram que “no longo prazo, a prática regular de exercícios de meditação ajuda as pessoas a enfrentar melhor as armadilhas da vida, superar as crises com mais força interior e ser mais elas mesmas baixo qualquer circunstância”. Ben-Shahar acrescenta que a meditação também é um momento conveniente para orientar nossos pensamentos para o lado positivo; embora não haja consenso de que o otimismo chegue a garantir o êxito, ele lhe trará um grato momento de paz.

6 - Treine uma nova habilidade: a resiliência
A felicidade depende de nosso estado mental, não de nossa conta corrente. Concretamente, “nosso nível de felicidade vai determinar aquilo ao qual nos apegamos e a força do sucesso ou do fracasso”. Isso é conhecido como locus de controle, ou “o lugar em que situamos a responsabilidade pelos fatos” – um termo descoberto e definido pelo psicólogo Julian Rotter em meados do século 20 e muito pesquisado com relação ao caráter das pessoas. Os pacientes depressivos atribuem seus fracassos a eles próprios e o sucesso a situações externas à sua pessoa, enquanto as pessoas positivas tendem a pendurar-se medalhas no peito, atribuindo os problemas a outros. Mas assim perdemos a percepção do fracasso como “oportunidade”, algo que está muito relacionado à resiliência, conceito que se popularizou muito com a crise e que foi emprestado originalmente da física e engenharia, áreas nas quais descreve a capacidade de um material de recuperar sua forma original depois de submetido a uma pressão deformadora. “Nas pessoas, a resiliência expressa a capacidade de um indivíduo de enfrentar circunstâncias adversas, condições de vida difíceis e situações potencialmente traumáticas, e recuperar-se, saindo delas fortalecido e com mais recursos”, diz o médico psiquiatra Roberto Pereira, diretor da Escola Basco-Navarra de Terapia Familiar.
(Fonte: Fãs da psicanálise)

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