De Nova Friburgo para o Rio de Janeiro, e em 2016, da capital carioca para São Paulo. Esse é o caminho de uma das maiores revelações do esporte friburguense nos últimos anos. A apenas um segundo do índice olímpico, a nadadora Jhennifer vai buscar o feito defendendo o Pinheiros, de São Paulo. A atleta nadou pelo Flamengo nesses últimos anos, mas a falta de apoio e de patrocínio em Nova Friburgo e no Estado do Rio de uma forma feral fizeram Jhennifer, de apenas 18 anos de idade, optar por novos rumos na carreira. Desde o início desta semana, Jhenny já treina na nova casa.
“Minha expectativa é muito grande nesse novo clube, e espero conseguir o índice olímpico. Estou bem confiante que com essa nova rotina eu vou conseguir. Quero melhorar cada vez mais dentro do Pinheiros, onde tem vários atletas importantes da seleção ao meu lado. Isso me motiva cada vez mais”, afirma a atleta.
A nova equipe da nadadora friburguense é considerada como uma das maiores de natação do país. No Campeonato Brasileiro Sênior/Troféu Daltely Guimarães e no Torneio Open de Natação, últimas competições do ano passado, o Esporte Clube Pinheiros alcançou 11 índices olímpicos, além dos títulos dos dois torneios e o topo do ranking de clubes de natação de 2015 (com 395 pontos). No total, 25 atletas atingiram índices olímpicos, sendo o Pinheiros o clube com maior número de nadadores que obtiveram esta conquista: foram nove no total.
De fato, o Esporte Clube Pinheiros é tido como o maior clube poliesportivo da América Latina. Mais de 20 mil associados participam das modalidades recreativas ou competitivas, com resultados importantes que levam diversos atletas aos pódios nacionais e internacionais. Somando cultura e lazer, são mais de 38.000 associados. A área total do clube paulista é de 170.000 m², dos quais 80.000 m² são constituídos de área verde no coração de São Paulo.
Jhenny: melhor do Brasil em 2015
A oportunidade de treinar em um clube da grandeza do Pinheiros não aconteceu por acaso. A temporada de 2015 foi praticamente irretocável, e rendeu à Jhennifer o prêmio de melhor nadadora da categoria júnior do Brasil . Ela já havia sido considerada em 2014 uma das revelações do esporte aquático brasileiro.
Jhenny receberá o troféu Best Swimming, conferido pela principal publicação de natação do país. A friburguense recebeu mais de 50% dos votos e superou Natália de Luccas, do Corinthians, e Luana Ribeiro, nova companheira de equipe no Pinheiros.
Uma carreira crescente
Jhennifer Alves começou a nadar por indicação médica. Os problemas respiratórios aos poucos foram superados, e deram lugar ao talento cada vez mais evidente a cada competição disputada. “Participei de um campeonato pela Acquafitness, e consegui me sobressair. A partir dali eu quis encarar a natação como algo pra minha vida, e tive o apoio dos meus treinadores”, recorda.
Pouco tempo depois, Jhenny participou de uma seletiva no Flamengo e logo conquistou espaço nas piscinas da Gávea. Após a conquista de uma prata e um ouro no Open de 2014, nas provas de 100 metros peito e 50 metros peito, respectivamente, a atleta repetiu o feito no Troféu Maria Lenk do ano passado, garantindo vaga no Pan-Americano de Toronto. De quebra, confirmou a participação no Mundial de Kazan, na Rússia, que será realizado logo depois do Pan. Pouco menos de um décimo e meio a separa de alcançar o sonho olímpico.
Pelo Flamengo, a nadadora alcançou as medalhas de ouro no Brasileiro Junior, ouro e prata no Troféu Maria Lenk e o título da Taça Sul-Americana Juvenil — isto tudo em apenas um ano. No Sul-Americano, realizado este ano no Peru, a atleta de Nova Friburgo conquistou mais três medalhas importantes com a Seleção Brasileira Juvenil. A principal foi o ouro nos 100m peito, com o tempo 1m10s78, um novo recorde para a prova.
“Não imaginava que seria tão rápido assim. Mas aconteceu, então vamos treinar cada vez mais para que venham ainda mais classificações.”
Além de representar Nova Friburgo, Jhennifer foi a única representante feminina do Rio de Janeiro nos Jogos Pan-Americanos. Para tanto, a rotina de treinos é absolutamente regrada, e inclui musculação e treinos na piscina às segundas, quartas e sextas-feiras. Às terças e quintas, realiza uma dobra pela manhã e um treino à tarde, ritual que é repetido também aos sábados. “Só tenho mesmo o domingo para descansar. Também faz parte da rotina de um atleta”, brinca.
A jovem deixou Nova Friburgo para morar no Rio de Janeiro há cinco anos, e desta forma abriu mão de todo o conforto em busca do sonho de competir profissionalmente. As dificuldades iniciais de adaptação e a saudade de familiares e amigos foram obstáculos a mais, que precisaram ser superados com determinação e força de vontade. Agora, uma nova rotina aguarda por Jhennifer Alves em São Paulo, a maior cidade da América do Sul. Sem dúvidas, do tamanho dos sonhos da nadadora friburguense.
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