Banco Mundial começa o ano mais pessimista

quinta-feira, 07 de janeiro de 2016

A produção industrial brasileira registrou queda de 2,4% de outubro a novembro de 2015, o sexto resultado consecutivo frente ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, fechando os primeiros 11 meses do ano com retração acumulada de 8,1%. Os dados fazem parte da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física Brasil (PIM-Brasil) e foram divulgados ontem, 7, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Eles indicam que a queda registrada em novembro foi a mais intensa desde dezembro de 2013 (-2,8%). Quando comparada com novembro do ano passado, a produção industrial chegou a cair 12,4% - neste caso a 21ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de comparação e a mais acentuada desde abril de 2009 (-14,1%). Segundo o IBGE, a queda de 2,4% de outubro para novembro reflete o predomínio de resultados negativos no parque fabril do país, atingindo três das quatro grandes categorias econômicas e 14 dos 24 ramos pesquisados.

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O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) de São Paulo, encerrou 2015 com alta de 11,07% no acumulado desde janeiro. A taxa ultrapassou em mais que o dobro a variação de 2014 (5,2%). Dos sete grupos pesquisados, o que mais pressionou o orçamento doméstico foi habitação com 13,38%, seguido por alimentação (11,43%). No último mês de 2015, os preços subiram com menos intensidade do que no mês anterior, com o IPC passando de 1,06% (novembro) para 0,82% (em dezembro). A maior taxa foi registrada em alimentação, mas a alta foi inferior à constatada em novembro, ao alcançar 1,55% ante 2,26%. Em habitação, a variação passou de 0,49% para 0,48%. Houve redução do aumento nos grupos transporte, saúde e educação.

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As vendas de veículos caíram 21,85% no ano passado, na comparação com o resultado do ano anterior. Em 2015, foram vendidos 3.982.816 unidades contra 5.096.207 em 2014.  De acordo com dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), na comparação de dezembro, quando foram comercializadas 370.996 veículos, com novembro (311.464), houve aumento de 19,11%. Quando comparado o mês de dezembro com o mesmo mês de 2014, as vendas caíram 27,62%, ao passar de 512.577 para 311.464 em 2015. Segundo o balanço da Fenabrave, o número total de automóveis vendidos no Brasil caiu 25,59% no ano passado em relação ao total do ano anterior. Foram negociados 2.476.904 unidades em 2015 ante as 3.328.771 de 2014.  A categoria de caminhões e ônibus registrou elevação de 21,85% no total das vendas em dezembro (7.133). No acumulado do ano, houve queda de 45,53% ao passar de 169.094 para 92.110.

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O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vai investigar indícios de práticas anticompetitivas por parte dos Correios. A superintendência-geral do órgão considerou que determinadas condutas específicas por parte da empresa configuram indícios de condutas anticompetitivas vedadas pela Lei de Defesa da Concorrência. A investigação teve início a partir de denúncia do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp), que alegou que os Correios estariam tentando estender seu monopólio legal sobre a entrega de cartas para outros produtos. Segundo o sindicato, outra irregularidade é que os Correios estariam praticando preços mais elevados para atender clientes que concorrem com a empresa, enquanto clientes não concorrentes estariam pagando valores menores pelo mesmo produto.

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O Banco Central (BC) informou que, em 2015, mais dólares entraram do que saíram no Brasil. De acordo com dados divulgados pelo BC, o saldo positivo de entrada e saída de dólares do país fechou o ano em US$ 9,414 bilhões. Em dezembro, o saldo ficou negativo em US$ 2,146 bilhões.

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A entrada ou saída de dólares no país é um dos fatores que influenciam a cotação da moeda. Quando há mais dólares no país, a tendência é haver uma redução da cotação. Mas outros fatores afetam a cotação da moeda, como o aumento dos juros nos Estados Unidos. Os juros mais altos atraem dinheiro para economias avançadas, provocando a fuga de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil.

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O Banco Mundial começa o ano mais pessimista, prevendo que a economia mundial tenha crescido 2,4% em 2015 e que avance 2,9% em 2016, menos 0,4 pontos percentuais do que tinha antecipado em junho. O banco estima que as economias desenvolvidas tenham crescido 1,6% em 2015 e que avancem 2,1% este ano. A Rússia contribui negativamente para o crescimento das economias desenvolvidas, caindo 3,8% em 2015 e 0,7% em 2016. A economia da Índia deverá encabeçar as que mais crescem em 2016, avançando 7,8% ano. Já o Brasil será o único a entrar em recessão este ano, caindo 2,5%. Para o banco, somente nos próximos dois anos, a economia brasileira se recuperará, com crescimento estimado de 1,4% em 2017 e de 1,5% em 2018.

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