No início de novembro, a equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA percorreu a Avenida Governador Roberto Silveira — principal via que liga o Centro ao distrito de Conselheiro Paulino — para ouvir os moradores sobre as obras de canalização do Rio Bengalas. Na ocasião, embora muita gente tenha elogiado os trechos já finalizados, não faltaram reclamações sobre a ausência de pontos de ônibus do lado da pista que faz margem ao rio.
Dois meses depois, nada mudou. Basta uma rápida caminhada pela via para observar que nenhuma placa, sinalização ou sequer abrigos foram instalados na localidade, e que os passageiros ainda são obrigados a esperar pelo transporte coletivo, literalmente, embaixo de sol e chuva. “A obra ficou ótima, mas me pergunto se ninguém parou para pensar nos pontos de ônibus. As pessoas ficam perdidas”, exclamou o comerciante e residente em Conselheiro, Almir Lima, 64 anos.
A dificuldade é ainda maior para quem não conhece a região e não sabe onde os ônibus costumam fazer as paradas para embarque e desembarque de passageiros. “Não moro aqui e quase não venho para este lado da cidade. Por acaso precisei vir hoje para resolver um problema e não sabia onde esperar pela condução”, disse a costureira, de 52 anos, Marta Barros da Silva.
Outro problema que integra as queixas dos moradores é a inexistência de postes de iluminação na margem do Bengalas. Com a construção da ciclovia e da nova calçada muitas pessoas vêm utilizando o espaço para andar de bicicleta ou praticar atividades como caminhada e corrida. A ausência de iluminação, no entanto, é um empecilho para aqueles que o fazem no período noturno.
O eterno drama da avenida
Durante e devido às obras de canalização do Rio Bengalas, muitos motoristas não utilizaram os acostamentos da Roberto Silveira para o estacionamento de veículos, prática que apesar de rotineira em grande parte e em ambos os sentidos da via, é considerada irregular.
Agora, entretanto, com o fim da obra, em alguns trechos, principalmente naqueles com maior concentração de estabelecimentos comerciais, bancos e empresas, o estacionamento proibido voltou a ser prática comum entre motoristas. Isso sem mencionar que as poucas placas de trânsito que existem por lá alertando quanto à infração vem sendo, novamente, ignoradas e não há fiscalização.
Por isso, ainda que a obra do rio tenha sido um grande avanço para a cidade, principalmente para o distrito de Conselheiro Paulino, além dos problemas que persistem (como o estacionamento irregular), o governo municipal tem como novos desafios a implementação de pontos de ônibus e postes de luz ao longo da avenida.
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