Radar — 30/12/2015

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Os consumidores enfrentaram em 2015 um forte aumento dos preços, principalmente os administrados pelo governo, como energia elétrica, gasolina, gás, transporte público e alimentos. Com esta alta, a inflação deve superar dois dígitos este ano, o que não acontecia desde 2002, quando ficou em 12,53%. A previsão do Banco Central (BC) é que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegue a 10,8%, em 2015. Além do reajuste nos preços administrados e de alimentos, a inflação em 2015 foi impactada também pela inflação no setor de serviços, e pela alta do dólar.

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As primeiras licitações para a retomada das obras da Unidade de Processamento de Gás Natural do Polo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) deverão ser lançadas no início de 2016. Serão relançadas também as licitações para a construção da Central de Utilidade, que será responsável pelo fornecimento de água e de energia destinadas ao empreendimento. Com a previsão de reinício das obras deverão ser gerados até o final do ano 5,5 mil empregos. Os dois empreendimentos foram os únicos a serem mantidos no Plano de Negócios 2015-2019 da Petrobras. As obras da Comperj foram interrompidas após denúncias de superfaturamento detectado nas investigações da Operação Lava Jato. A expectativa é que a unidade entre em produção no 4º trimestre de 2018, no mais tardar no primeiro trimestre de 2019. A informação é da Petrobras. 

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O Conselho Monetário Nacional (CMN) definiu como meta de inflação 4,5% para 2015, 2016 e 2017, sendo que o limite de tolerância é de dois pontos percentuais para 2015 e 2016, e 1,5 ponto em 2017. Quando a meta é ultrapassada, o presidente do BC tem de enviar carta aberta ao ministro da Fazenda, com as explicações para o descumprimento. A última vez que isso aconteceu foi em 2003, quando a inflação atingiu 9,3%. No dia 8 de janeiro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgará o IPCA de 2015.

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O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) apresentou queda em dezembro na comparação com novembro ao passar de 1,52% para 0,49%. O resultado também ficou abaixo do registrado em dezembro de 2014 quando a taxa oscilou em 0,62%, mas no acumulado de 2015 o avanço do IGP-M foi de 10,54% contra 3,69% de 2014. O IGP-M é utilizado como referência para os cálculos de reajuste da energia elétrica e dos contratos de aluguéis.

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O principal ponto tratado pelos governadores com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, segunda-feira, 28, em Brasília, foi o pedido para que o governo federal volte a autorizar operações de crédito pelos estados. Segundo o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), os estados até têm condições fiscais de contrair empréstimos com bancos internacionais. Não estão conseguindo porque dependem de autorização do governo federal.

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Outro assunto que preocupa os governadores é o financiamento da saúde pública. Eles pediram ao ministro que a União delegue aos estados e municípios a prerrogativa de cobrar dos planos de saúde os atendimentos oferecidos na rede pública a pessoas conveniadas. Segundo o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, cerca de 30% das pessoas atendidas nos hospitais públicos têm plano de saúde.

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O ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, comprometeu-se a tentar buscar soluções para as demissões de trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda e Região Sul Fluminense estima a demissão de 3 mil funcionários em janeiro.

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De acordo com o sindicato, a usina tem uma das maiores capacidades de produção de aço do mundo, atende 99% do mercado nacional e exporta para mais de 40 países. O cenário econômico, no entanto, não está favorável. De acordo com a empresa, as vendas de aço no mercado interno caíram drasticamente nos últimos meses e, ao mesmo tempo, há um excesso de oferta de aço no mercado externo.

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Com a venda da Petrobrás Gás S/A (Gaspetro) à empresa Mitsui Gás e Energia do Brasil Ltda (Mitsui-Gás) a Petrobras destacou que foi atingida a meta do Programa de Desinvestimento da empresa. “Esta operação, feita por meio de processo competitivo, permitiu atingir a meta de US$ 700 milhões estabelecida para 2015, conforme anunciado em 5 de outubro de 2015”, concluiu a nota da companhia.

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A crise econômica também atingiu duramente a Zona Franca de Manaus em 2015, registrando uma queda de 30% na produção. Os setores mais prejudicados foram os de motocicletas, eletroeletrônicos, principalmente, televisores e tablets. Cerca de 20 mil trabalhadores perderam o emprego. Os dados são da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). 

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