A presidenta Dilma Rousseff lançou no último fim de semana em Recife, no Pernambuco, o Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia. Trata-se de uma grande mobilização nacional envolvendo diferentes ministérios e órgãos do governo federal, em parceria com estados e municípios, para conter novos casos de microcefalia relacionados ao vírus zika. “É uma força federal de ataque ao zika vírus liderada pelo Ministério da Saúde e que tem o apoio das forças estaduais, PM, bombeiros, vigilância sanitária, inclusive a sociedade. Para ela ser vitoriosa tem que contar com a população. Qualquer local, resíduo de lixo, pneu velho, se tiver água, reproduz o mosquito. É importante que a população perceba que essa é uma ação de guerra contra o mosquito transmissor”, frisou a presidenta Dilma.
O plano é resultado da criação do Grupo Estratégico Interministerial de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e Internacional (GEI-ESPII), que envolve 19 órgãos e entidades. Com o crescente número de casos de microcefalia no país, o Ministério da Saúde declarou, mês passado, "Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional” no país. Até 28 de novembro, 1.248 crianças nasceram com suspeita deste problema grave, que prejudica o desenvolvimento. Desde então, o governo federal está mobilizado para estudar e controlar a situação. O plano é dividido em três eixos de ação: mobilização e combate ao mosquito; atendimento às pessoas; e desenvolvimento tecnológico, educação e pesquisa. Essas medidas emergenciais serão colocadas em prática para intensificar as ações de combate ao mosquito.
MOBILIZAÇÃO NACIONAL - O combate ao mosquito Aedes aegypti é fundamental para o controle do surto de microcefalia que está ocorrendo no país. Para a execução das ações do Plano Nacional de Enfrentamento à Microcefalia será instalada a Sala Nacional de Coordenação Interagências, que funcionará no Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad), no Ministério da Integração Nacional. Também serão instaladas salas estaduais, que contarão com a presença de representantes do Ministério da Saúde, secretarias de Saúde, Educação, Segurança Pública (PM e bombeiros), Assistência Social, Defesa Civil e Forças Armadas.
Para reforçar a orientação à população sobre o combate ao mosquito nas residências serão realizadas mobilizações com agentes comunitários de saúde, agentes de combate a endemias, além da participação da população. Para esse controle do vetor, o governo federal vai adquirir e disponibilizar equipamentos para aplicação de inseticidas e larvicidas e garantir a compra dos insumos.
As Forças Armadas e a Defesa Civil vão dar apoio logístico para transporte e distribuição de inseticidas e de profissionais de saúde. Os dois órgãos também vão atuar em visitas a residências para eliminação e controle do vetor, além de mobilizações de prevenção como mutirões. O Programa Saúde na Escola vai envolver professores, alunos e familiares no combate ao mosquito. Universidades públicas e privadas e institutos federais serão incentivados a participar das atividades de prevenção e eliminação do vetor. Também serão realizadas ações de mobilização entre os profissionais e usuários dos Centros de Referência de Assistência Social, da Rede de Segurança Alimentar e beneficiários do Bolsa Família.
Ao mesmo tempo, está prevista a capacitação de profissionais das áreas de saúde, educação, assistência social e defesa civil, além de profissionais de reabilitação e os especializados em resposta epidemiológica e equipes de saúde da família. Serão habilitados ainda profissionais de saúde das maternidades para triagem auditiva neonatal e dos 27 laboratórios centrais de saúde pública estaduais para realização de exame para identificação do vírus zika.
O Ministério da Saúde lançou também a campanha nacional de combate ao mosquito Aedes aegypti, que chama a atenção para importância da limpeza para eliminação dos focos do mosquito da dengue. A campanha tem como slogan “Sábado da faxina. Não dê folga para o mosquito da dengue”. Também haverá campanha informativa para gestantes e mulheres em idade fértil, página na internet e aplicativo de celular com informações sobre microcefalia e vírus zika.
EM NOVA FRIBURGO - A Secretaria Municipal de Saúde está se preparando e traçando o plano de ação do município para o combate ao Aedes aegypti. Segundo a pasta, o plano conta com o planejamento conjunto da rede hospitalar, núcleos de atenção básica, laboratório e vigilância em saúde. Os próximos passos serão as participações nas reuniões estaduais, os processos de capacitação de profissionais e multiplicadores e também a mobilização social contra o mosquito. Ainda segundo a Secretaria de Saúde de Nova Friburgo, não existem casos de zika vírus no município, pelo menos até o momento. Hoje, 10, uma equipe da Vigilância em Saúde irá ao Rio de Janeiro para reunião de definição das diretrizes de atuação com a Vigilância Estadual.
Orientações para prevenir as doenças transmitidas pelo mosquito
- Não deixar água acumulada em torno da residência;
- Manter as caixas de água tampadas;
- Colocar o lixo para fora somente nos dias da coleta e em sacos apropriados;
- Colocar areia até a borda nos pratos das plantas;
- Manter as calhas limpas;
- Retirar a água acumulada nas lajes dos imóveis uma vez por semana;
- Não deixar lixo acumulado nos terrenos de forma a não acumular água (garrafas, baldes, panelas, tampas, pneus, etc).
Com estas orientações a população passa a ter papel fundamental no combate a proliferação do Aedes aegypti. A conscientização da população é fundamental na prevenção. Para fazer denúncia basta entrar em contato com a Vigilância em Saúde Ambiental pelo telefone 2543-6293, no horário das 8h às 17h, de segunda a sexta-feira. Para efetivar a denúncia é necessário ter em mãos dados do proprietário, endereço completo e ponto de referência.
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