Parte da memória e do patrimônio cultural de Nova Friburgo pelo seu alto valor histórico, as estátuas das quatro estações estão passando por um completo trabalho de restauração, iniciado em meados de setembro, após cumpridos os trâmites burocráticos da licitação realizada em julho. A recuperação das peças está a cargo do experiente George Sliachticas, restaurador de origem europeia, executor de grandes e importantes trabalhos em vários estados do país e vencedor do pregão feito pela Fundação Dom João VI para revitalizar as peças em mármore de Carrara, denominadas Conjunto Quatro Estações.
As estátuas eram a principal atração dos jardins da Praça Dermeval Barbosa Moreira. Alguns historiadores acreditam que as figuras que representam o verão, o inverno, o outono e a primavera tenham sido esculpidas no início do século 19 pelo francês Mathurin Moreau. As peças estão fazendo falta no local, conforme as várias queixas enviadas à redação de A VOZ DA SERRA, pedindo mais detalhes dos trabalhos de restauração. Alguns leitores destacam que a ausência das estátuas vem contribuindo para descaracterizar ainda mais os jardins da tradicional praça.
A fim de esclarecer os leitores, a reportagem do jornal entrou em contato com a Fundação Dom João VI para obter mais informações sobre as etapas da restauração, que está sendo feita em Maricá, na Região dos Lagos, no ateliê do restaurador. As peças foram transportadas para lá e estão passando por um amplo trabalho de recuperação, já que estão bastante deterioradas pela ação do tempo e por inadequadas intervenções anteriores como as que cravaram vergalhões em seu interior. “A situação era mais grave do que se imaginava e todas as estátuas têm problemas no pescoço, com vergalhões de ferro encravados. Exposto há anos ao tempo, o mármore se tornou mais poroso, a água infiltrou e a corrosão agravou o estado das peças. Sem falar nas pichações, quebra de detalhes nas mãos, pés, narizes, cabelos. Mas o trabalho está ficando muito bom”, disse o presidente da fundação, Alexandre Meinhardt. Por conta disso, ele acrescenta que o prazo inicial de seis meses para conclusão dos trabalhos poderá ser estendido, conforme previsto no contrato.
Vale destacar que o restaurador George Sliachticas tem uma extensa lista de trabalhos executados em espaços públicos e particulares de várias partes do país. Na cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, ele revitalizou locais como o Teatro Municipal, a Confeitaria Colombo, a Igreja Nossa Senhora da Candelária, o Museu da República, a Casa de Rui Barbosa, o Paço Imperial e o Museu de Belas Artes. Em Nova Friburgo, o artista também é conhecido, tendo realizado aqui trabalhos de consolidação e retificação do recalque das peças estruturais da varanda do Park Hotel (2003), bem como a realocação de um painel de vitral, no Sanatório Naval (2006), além da restauração da escultura “O menino e o ganso” (2011), que abrilhanta o jardim central do Nova Friburgo Country Clube.
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