Nova Friburgo aposta no cultivo suspenso do morango

Nova tecnologia incentivada pelo programa Frutificar aumenta produtividade, com controle mais eficiente de pragas
sábado, 07 de novembro de 2015
por Jornal A Voz da Serra
José Luiz (primeiro à direita) é um dos 20 associados da Amorango (Divulgação)
José Luiz (primeiro à direita) é um dos 20 associados da Amorango (Divulgação)

Produtores de morango de Nova Friburgo comemoram os resultados dos investimentos em novas tecnologias. A introdução do cultivo fora do solo vem ganhando adeptos entre os membros da Associação dos Produtores de Morango de Nova Friburgo (Amorango).

O incentivo e o financiamento para implantação da tecnologia vem sendo feito pelo programa Frutificar, iniciativa da Secretaria Estadual de Agricultura que visa estimular a fruticultura irrigada no território fluminense, executado com apoio da Emater-Rio.  

Proprietário de três áreas de cultivo nas localidades de Vendas das Pedras e Salinas, no distrito de Campo do Coelho, José Luiz Brantes, vice-presidente da associação de produtores de morango de Nova Friburgo, Amorango, escoa sua produção integralmente para o Rio de Janeiro e para o mercado local. O plantio de morango suspenso começou em junho desse ano, bem próximo da agroindústria de geleias da família.

Antes, no entanto, foi necessária a adaptação de uma área de quase 600 metros quadrados para a construção de três estufas, que receberam cerca de seis mil mudas da variedade americana San Andreas. “Estamos fazendo a migração gradativa do sistema de produção. Nossa proposta é trabalhar integralmente com essa tecnologia, que já proporcionou a diminuição de 70% do uso de defensivos químicos na lavoura”, explicou o produtor, que aplicou recursos financeiros do Frutificar e investimento próprio na adoção do novo sistema.

Na localidade de Barracão dos Mendes, o produtor Harunori Oki, conhecido popularmente como Júlio, começou a apostar no cultivo suspenso em julho, introduzindo 13 mil pés das variedades San Andreas, Camino Real, Monterey e Albion em cinco estufas. “Fiquei dez anos sem produzir morango. Voltei há cinco porque as condições de produção e também do mercado tornaram-se mais atrativas. Hoje vendo tudo para o Rio”, disse.

Para a Emater-Rio, a iniciativa possui inúmeras vantagens para os morangueiros e também para as famílias de agricultores. A produtividade é maior em relação ao método convencional devido ao controle mais eficiente de pragas e, consequentemente, pela menor perda do alimento. Outra vantagem é que o trabalho pode ser realizado em pé e em qualquer condição climática.

Por meio de linha de crédito específica para financiamento de projetos, com juros de 2% ao ano, o Frutificar também incentiva — com assistência técnica e apoio à comercialização — a produção de abacaxi, goiaba, coco, pêssego, banana, laranja, tangerina, uva e limão.

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