Se antes a falta de cobertura e de bancos, o mato alto, a iluminação precária e a presença de buracos faziam parte da lista de reclamações de passageiros de ônibus, agora, sem estrutura ou placas que sinalizem os locais dos pontos de paradas para embarque e desembarque de passageiros ao longo da Avenida Governador Roberto Silveira, os usuários de transporte público ficam literalmente perdidos, sem saber onde esperar pela condução. Da mesma forma, os próprios motoristas de ônibus não sabem onde podem ou não parar.
Os pontos de ônibus ao longo da avenida no sentido Conselheiro Paulino-Duas Pedras foram retirados em função das obras de controle de inundação e recuperação ambiental do Rio Bengalas com a canalização de suas margens. Em toda a margem direita do rio — onde havia os pontos de ônibus — estão sendo colocadas grades de proteção e construídas calçadas. A grande questão, no entanto, é: será que, durante a execução do projeto, a necessidade dos pontos no local não foi considerada, ou pior, a construção das paradas faz parte do projeto e não foi realizada? Fica a dúvida.
Para a vendedora Maria Elizabeth Teixeira, de 52 anos, que depende do transporte público, a ausência de pontos na avenida é um grande problema. “Além de ficarmos desnorteados, já que não dá para saber onde o ônibus para, em dias de sol sofremos com o calor e, quando chove, como aconteceu na última semana, ficamos embaixo de chuva. É complicado”, disse ela. Opinião semelhante tem o sacoleiro Wesley Bastos, de 24 anos. “O pior é quando está chovendo. Mas se ao menos ainda tivessem as árvores, em dias de sol, teríamos sombra”, observa ele.
Um motorista de ônibus que preferiu não se identificar também falou sobre o assunto. “Somos orientados pela empresa a só parar em pontos de ônibus. Agora, sem sinalização ou o ponto, não sei o que fazer. Muita gente fica próximo ao local onde existiam os antigos pontos. Mas, e quem não conhece o local?”, questionou, acrescentando que “muitas pessoas ficam esperando pelos coletivos em lugares onde não é possível sequer encostar o veículo, o que prejudica o fluxo do trânsito, sem falar do risco de acidentes”, desabafou.
A equipe de reportagem de A VOZ DA SERRA entrou em contato com a Prefeitura, que, em nota, respondeu: “De acordo com a Secretaria Municipal de Ordem e Mobilidade Urbana, os pontos de ônibus serão determinados após discussão entre a referida secretaria e o Consórcio Rio Bengalas — responsável pelas obras de canalização das margens do Bengalas — quando os serviços forem concluídos.
Os mesmos serão estrategicamente escolhidos para melhor comodidade da população e serão construídos no mesmo padrão dos pontos recém-colocados para os ônibus intermunicipais”. Ainda de acordo com o documento, “a Secretaria de Ordem e Mobilidade Urbana solicita a compreensão dos moradores neste período em que as intervenções entram praticamente em sua reta final”, encerra a nota.
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