O DIA NACIONAL DO LIVRO, comemorado ontem, é mais uma oportunidade para refletirmos sobre a importância da leitura na formação da população brasileira. Muitas ideias foram propostas visando o aumento do número de leitores, porém poucas tiveram resultado efetivo.
CRIADO EM 2005 pela ex-governadora Rosinha Garotinho, o Conselho Estadual de Leitura (Consel), foi uma dessas boas ideias que não deram certo. Até hoje, o Conselho não estimulou o hábito de leitura da população fluminense, inclusive a de Nova Friburgo, nem promoveu ações para tornar mais fácil o acesso aos livros. Trata-se de um órgão consultivo da Secretaria de Cultura que deveria formular a política pública para a área.
O INCENTIVO GOVERNAMENTAL é lembrado com saudosa memória, quando se constata a falta de hábito de leitura do cidadão brasileiro, que mal chega a ler dois livros por ano. O estímulo do governo seria no sentido de mudar esta realidade Todos sabemos como a criação de hábitos de leitura nas nossas crianças e jovens é importante e que são lacunas nesta área que estão na raiz de muitos problemas de natureza mais abrangente que afligem o panorama da educação no país, e também em Nova Friburgo.
MESMO COM inúmeras dificuldades, o governo federal é o maior comprador individual de livros escolares do mundo, embora, se considerarmos o número de matriculados no ensino fundamental, os programas sociais de compra de livros distribuem 3,5 livros por aluno por ano, em média. Adquiriu mais de 120 milhões de livros didáticos e 50 milhões de livros de literatura para uso nas escolas e continua estimulando o hábito de leitura na rede pública de ensino.
A CRIANÇA, ao ser alfabetizada e tomar os primeiros contatos com a leitura e a conviver com os livros, terá menos dificuldades em selecionar e se aproveitar do saber que está nos livros. Se não ocorrer esta informação inicial, o hábito de leitura será um grande sacrifício, e a saída será o escapismo imediato da internet ou da versão resumida, sem atingir o grande universo formador que só o livro pode dar.
AS MEDIDAS podem ser ampliadas junto ao poder público municipal. No caso friburguense, a falta de bibliotecas nos bairros é um desestímulo à leitura e tal realidade deve ser revertida. A Biblioteca Municipal não consegue, sozinha, suprir a carência dos estudantes e muitos evitam o acesso aos livros devido à distância entre suas residências e o centro da cidade e o custo da passagem.
PODEMOS lamentar o nosso atraso cultural ou enfrentar o problema de frente e contribuir, cada um, para o fortalecimento do hábito de leitura. A criação de uma rede de bibliotecas nos distritos, por exemplo, serviria como um estímulo à qualificação escolar e à aquisição de novos hábitos de leitura nas novas gerações. No mínimo, um bom presente para as crianças e adultos.
Deixe o seu comentário