Seis entre cada dez cidadãos consideram abusivas as tarifas praticadas atualmente no setor elétrico brasileiro. É o que revela recente pesquisa encomendada ao Ibope em todo o país pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O estudo aponta também que 88% da população avalia os preços como caros ou muito caros.
Segundo a pesquisa, a população mais instruída (62% dos que contam com curso superior), com renda superior a cinco saláiros mínimos (64%), pertencente à classe AB (65%), com idade entre 25 e 34 anos (63%) é a mais contundente ao apontar o abuso nos preços no setor de energia elétrica.“Os dados revelam que, mais uma vez, a classe média brasileira é a mais atingida pelos recentes aumentos nas tarifas”, afirma o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros.
O levantamento foi encomendado como subsídio para a campanha “A energia para voltar a crescer é livre”, promovida pela Abraceel, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e mais 60 empresas e organizações da sociedade civil. A iniciativa tem como objetivo promover a liberalização do setor elétrico brasileiro, por meio da aprovação do projeto de lei da portabilidade da conta de luz.
“O Congresso Nacional já se sensibilizou para conceder o direito da liberdade de escolha de fornecedor de energia para o cidadão, como já ocorre nos países da União Europeia, dos Estados Unidos, do Canadá e até mesmo nações latino-americanas, como a Colômbia”, explica Medeiros.
Atualmente, os poucos consumidores brasileiros que podem escolher seu fornecedor, sobretudo grandes indústrias e empresas, contam com tarifas 20% menores do que as praticadas no mercado cativo. Para o presidente da Abraceel, isso é um sinal inequívoco de como a ampliação da liberdade de escolha para todos os consumidores, inclusive os residenciais, pode contribuir para a queda dos preços. “Isso vai significar, além de maior competitividade para a indústria, um fator determinante para reduzir a indexação dos contratos no setor, contribuindo assim para a queda nas taxas de inflação”, complementa Medeiros.
Vale destacar que a pesquisa Ibope sobre o setor de energia elétrica contou com 2.002 entrevistas realizadas em todo o Brasil, com pessoas acima de 16 anos. A margem de erro estimada é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo sobre os resultados encontrados na amostra.
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